por Lúcio José de Azevêdo Lucena
“Aos 15 anos eu sabia
desenhar como Rafael, mas precisei uma vida inteira para aprender a desenhar
como as crianças”, Pablo Picasso,
pintor espanhol (1881-1973).
O PRIMEIRO contato, enquanto ALUNO de artes veio igualmente, por meio do Teatro na Escola.
Minha professora de jardim1 ensinava-me a dramatizar e a brincar por meio da
peça: “Dona Baratinha”. E, eu era o "personagem Ratinho que tinha um final
trágico". Ainda, era um jogo dramático\teatral na minha vida que encaminhava-me sempre, com alegria. E, aquilo me marcou muito...
NOUTRO momento, contato
deu-se nas antigas aulas de Educação Artística, em que havia muitas aulas
teóricas sobre “Cultura e Civilização”. Nem havia desenhos, não. Assim, como
poucos materiais de arte eram oferecidos a nós estudantes.
AGORA, o que eu mais
gostava eram as festividades escolares quando escrevia peças e atuava,
conjuntamente. Não gostava da situação em que, sempre: “fazia tudo sozinho”. Nem havia condução do processo criativo por
parte de outrem.
Fonte da imagem ("A Música" -1939- Fauvismo, Henri Matisse): http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/matisse/
RETOMANDO as aulas de
Educação Artística... O fazer arte enquanto atividade visual nem existia para
mim. Aulas expositivas na lousa ou, o que chegava próximo a trabalhos
artísticos era a confecção de cartazes temáticos por bimestre\estudos.
LEMBRO-ME que minhas
atividades escritas eram realizadas com muito afinco durante as aulas. E quanto
às teatrais eram elogiadas pelos colegas de classe no sentido de base na
apreciação do gosto pessoal e do ponto de vista: “Gostei do que vi!”
AINDA, lembro-me de
uma vez que, na aula de Arte eu convidei vários colegas da sala para montarmos
um grupo de teatro para apresentarmos peças no pátio da Escola... A peça: “Minha
Bela Herança para um Herdeiro Só”, foi a de maior sucesso.
Hoje, COMO PROFESSOR
DE ARTE (Artes Visuais) procuro apreender para ensinar
desde os seguintes elementos: ponto, formas, linhas. Desenhos abstratos,
técnica da isogravura etc.... Da História da Arte, até as cores e sua
classificação. E, tendo como abordagem: a percepção visual, por partes dos
educandos, o reconhecimento do saber fazer de si; a compreender para (re)significar
os componentes estruturantes da Linguagem Plástica (pintura, desenhos,
gravuras...) em abordagem pedagógica realizada por mim, professor em ambiência.
Fonte da imagem ("O Rio Sena",-1888- Pontilhismo - Georges Seurat): http://www.brasilartesenciclopedias.com.br/internacional/pontilhismo.html#fotos
ANTEMÃO, os
materiais que costumo utilizar nas aulas são simples e comuns: caneta hidracor,
cola, elementos da natureza, barbantes, lápis de cor, etc. Para citar alguns. O
caderno do aluno costuma ser seu registro individual de Atividades de Arte no
decorrer do ano.
REVELANDO as
propostas de Ensino (para exemplificação aqui) há uma explanação teórica na
lousa. E acompanha o livro adotado pelo professor. São momentos de aulas
temáticas em ação pedagógica. Logo, não temos Livro\Arte (PNLD) pela
Escola\Disciplina.
NOUTRO instante,
parte-se para a prática contextualizando em certo pintor [Henri
Matisse]\estilo\obra\criatividade ou a subjetividade do aluno, quanto à seu
fazer inicial.
DE REPENTE,
adentramos na proposição temática da aula, do dia...
Se utilizarmos o elemento ponto - faz com que o aluno use-o:
delineando, sombreando ou contornando com canetinha sua imagem criada antes a
lápis de escrever.
E quanto às aulas de
uso de linhas? - Quanto ao traçado e à forma? Criei uma abordagem de cultivo de
desenhos, que chama-se: Ditados de Imagens.
Brevemente, sua
descrição, abaixo...
Consiste na atividade dos alunos desenharem com base na percepção pessoal da imagem (visão de mundo sobre as formas naturais\abstratas) num quadrado, antes delimitado no papel.
Pronunciada pela voz do professor [exemplo: desenhe uma montanha... uma linha de trem...]. Outra hora, é dado um traçado [desenhe uma árvore tracejada e pontilhada e de traços finos]. Depois, segue-se à sua classificação de linhas. É realizada tal distribuição por identificação da linha dada pela escrita\desenho do aluno espaço delimitado da imagem representada. Tem como visão [à parte teórica], de momentos depois, da criação.
ANTES, houve a contextualização do olhar e a representação\apresentação de linhas retas e curvas\traçados em aulas no quadro, anteriormente, do dia da realização do Ditado de Imagens.
É UMA ATIVIDADE que, todos os alunos participam. Em aulas,
revelavam previamente: “não sei desenhar!”
Tudo é questão de espaço propício. Treino...
Alguns educandos reagem com curiosidade, descobertas. Outros são a
primeira vez do cultivo do seu desenho. Os alunos comentam que nossas aulas são
animadas; o tempo passa rápido etc. Digo-lhes: "se sabem escrever; então, vocês sabem como desenhar".
PERCEBO no que se
referem ao processo da elaboração de seus desenhos (espaço de nossos alunos) um
“certo ar” de incredibilidade no seu fazer\desenhos; o não acreditar no seu
potencial adormecido ou expressivo - quanto ao uso de linhas.
POR UM LADO, se
preocupam em querer acertar durante o desenrolar ou no processo final; por
outro, não querem desapontar-se perante si.
NO MAIS, ao produto
final fica-se como o registro individual de cada aluno (portfólio) – para
consulta ou apreciação visual, diante da turma e /ou individual.
EU LEMBRO-ME de uma
vez que durante final de ano letivo\aulas de Arte eu fiz a exposição de
trabalhos, enquanto exercícios de estudos apreciativos no Pátio da Escola.
Assim, todos na Escola tomaram o conhecimento do que estávamos a fazer o ano todo, na disciplina de Arte.
OS ALUNOS
participantes puderam também, apreciar seus desenhos individuais – em situação
de apreciação artística e crítica – posterior, ou, ao se perguntar diante da imagem criada: “Fui eu que fiz?”
DIGO-LHES, outra vez: “SIM! É o Estado da Arte!””
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