sexta-feira, 18 de abril de 2008

PROGRAMA INTEGRAÇÃO AABB COMUNIDADE-FORTALEZA-CE

UM EIXO SOCIAL EM ARTE & EDUCAÇÃO


















E, mais: um pouco da história, de metodologia, da terminologia à formação - entender a Arte no conceito escolar e contexto de nossa cidade

TEXTO DE LÚCIO LEONN
OBJETIVO–ENSINO DE ARTE NO PROGRAMA (Teatro-Dança-Música e Artes Visuais)

Fortaleza-Ce, Ano, de 2003/2004
O Programa integração AABB Comunidade/Fortaleza, tem como um dos eixos geradores na inclusão social e educacional de crianças e adolescentes da grande periferia de Fortaleza-Ce (Santa Cecília/Bom Jardim/Genibaú): o campo da Arte-Educação. Sob coordenação de Arte, professor efetivo\especialista da área e mais, professores-estagiários(arte-dramática/artes cênicas, estilismo e moda, música, artes plásticas e dança). E, como educadores sociais em arte, pretendem desenvolver o potencial expressivo e criativo dos educandos, por meio de técnicas que englobam a consciência corporal/vocal, o equilíbrio emocional, a noção rítmica musical/espacial, a atenção, a cultura visual, etc.

O suporte pedagógico encontra-se nas modalidades artísticas: Teatro, Dança, Música, Artes Visuais e/ou Audiovisual. Isto é, por meio de elementos constitutivos (personagens, tipos de movimentos, composição musical, linhas, etc) de cada linguagem estabelecida, pretende-se assegurar o objetivo do Ensino da Arte pelo campo conceitual da: produção, fruição e reflexão. Onde os educandos possam ter a expressão de si mesmo, principalmente, o conhecer e o saber-fazer Arte.

Temos a Arte na Educação, ou Educação pela Arte. Seguem-se terminologias: ensino de Arte; Arte e Educação ou Arte-Educação(Arte/Educação). Portanto, no espaço educacional a Arte se propõe se situar como “veículo”, resgate de identidade e cidadania. É disciplina de Arte(s). Assim, o professor de Arte também difere metodologicamente, do Arte-educador. Ainda pelo ensino de Arte, agora no Programa, sobretudo, busca-se ampliar um espaço de convivência, e não a formação de artistas profissionais. Porque vários são os tipos de programas que uma escola ou instituição pode oferecer para estimular o desenvolvimento do talento e das habilidades daqueles alunos que se destacam em áreas artísticas. Um programa que venha garantir um futuro mais promissor. E por que não, profissional em todos os sentidos.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96, estabelece em seu artigo 26, parágrafo 2º: “O ensino de Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.

No entanto, ainda na comunidade escolar, são vários os aspectos que não condizem com os princípios da atual lei. Isto é, no que se refere o ensino assegurado pela Arte. Um deles vai desde a formação do professor de Arte a sala de aula. Por este ser polivalente, deve lecionar as quatro linguagens, enquanto tem a formação em uma. Uma vez não procura educação continuada (aprender a aprender) para manter-se na rede de ensino como professor de Arte. Outro aspecto tão questionado e muito valorizado inconscientemente trata-se do “deixar-fazer”, ou seja, por um exarcebamento da livre expressão; da pedagogia da espera.

Falo de uma expressão obscura e ignorante de sentidos, isto é, acontece muito mais por parte do professor em seu ambiente de trabalho; não partir para uma ação-reflexiva por meio de procedimentos, conceitos artísticos ou encaminhar-se pela pesquisa em Arte. Ele(a) deve intervir junto ao aluno em sala de aula, estudar o verdadeiro objetivo da Arte na educação escolar. Tanto que, a preocupação recente de se democratizar o ensino de Arte, assumindo-se o compromisso de ampliar o acesso da maioria da população aos domínios estéticos e artísticos, tem por base os estudos e orientações no Brasil, difundida pela Professora Ana Mae Barbosa. Ela propõe o conhecimento da Arte sob três eixos: o fazer artístico, a análise de obras artísticas e a história da Arte.

Retomando ao Programa Integração AABB Comunidade/Fortaleza, o posso classificar como Enriquecimento, que implica em oferecer paralelamente às atividades da série do(a) aluno(a), atividades extras, usualmente fora do período normal de aula, podendo incluir o desenvolvimento de projetos, investigação e estudo em nível mais avançado dos tópicos que estão sendo ensinados. Tal enriquecimento pode ser por via de oficinas de artes, e também por meio de modalidades esportivas e atividades de complementação educacional.

Três eixos temáticos desenvolvidos pedagogicamente, no Programa Integração AABB Comunidade/Fortaleza, idealizados para realidade local, desde agosto de 2003.
















METODOLOGIA
São desenvolvidos após leituras de textos, debates, pesquisas, planejamentos de aulas, (com estagiários/coordenador de Arte-Educação/coordenador pedagógico do Programa), estudos direcionados ao conhecimento prático/ teórico via oficinas artísticas; concebe-se nesses estudos (estagiário-educando) a origem do teatro, a concepção da dança; a prática teatral com o uso do corpo em exercícios de condicionamento corporal, exercícios básicos de locomoção, exercícios de conhecimento espacial, exercícios de planos de movimento, exercício de equilíbrio versus desequilíbrio, modelagem e espelho corporal, etc.

Da prática teatral ao canto coral: a voz – desenvolve-se exercícios de respiração intercostal-diafragmática, sons orgânicos, respiração e expressão corporal, exercício de emissão vocal: impostação, a pronúncia dos sons vogais e seu desenho corporal, a projeção vocal, exercícios para colocação da voz: agudo/grave, exercício de articulação etc.

Na prática teatral: interpretação e Dança – temos atividades em improvisação livre/direcionada, análise e construção do personagem/peças coreográfica, exercícios de marcação orgânica/direcional, montagens de pequenas peças, coreografias etc. Além de dinâmica grupal, visitação a museus, teatros, aborda-se também as Artes Visuais e seus elementos constitutivos, a história da arte por linguagens, a cultura visual; tudo como processo de facilitação no ensino-aprendizagem, e nas Relações Humanas, pela formação de grupos e convívio em sociedade por meio da produção, do desfrute e da contextualização em Arte.















AVALIAÇÃO
Contínua, cumulativa e via produção em artes (espetáculos temáticos por meio de linguagens artísticas). Também segue as etapas curriculares da escola assistida.

Busca-se respeitar a habilidade real do educando; além do desenvolvimento das habilidades e competências (liderança, responsabilidade, solidariedade, diálogo, etc.), onde se procura reinserir o educando num contexto social, como também visa à redução de índice da violência na escola, no bairro ou na família, a não-repetência e /ou o fracasso escolar.














No decorrer do semestre (agosto a dezembro de 2003), pôde-se perceber através de relatos de pais e professores/as em reuniões nas escolas das crianças e adolescentes assistidas pelo Programa Integração AABB Comunidade/Fortaleza, mobilização para uma mudança de comportamento mais condizente para com a família e/ou até mesmo rendimento escolar satisfatório.

A PARTICIPAÇÃO DO PARCEIRO LOCAL: PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA/SECRETARIA EXECUTIVA REGIONAL V - DISTRITO DE EDUCAÇÃO: EM RECURSOS HUMANOS














O Programa Integração AABB Comunidade (da Fundação Banco do Brasil/Federação Nacional das AABB-Fenabb), cujo parceiro local, tem a Prefeitura Municipal de Fortaleza-Secretaria Executiva Regional V,(via Distrito de Educação), e dentre muitas de suas ações no Programa, é à responsabilidade de assegurar pagamento de coordenadores (professores efetivos da rede pública municipal). Onde a contratação de demais educadores, também, se concebe a participação de estagiários (junto às universidades/instituições de ensino superior/sabe-se da escolha de alunos de cursos de artes do ensino médio (música) e de extensão (artes dramáticas)).

No entanto, cabe à Equipe de coordenadores do programa, a seleção dos mesmos e de gerenciar ações pedagógicas durante a mediação do percurso social e local do Programa.

PERFIL DO(A) PROFESSOR(A): ALUNO(A)-ESTAGIÁRIO(A) DE ARTE - PARA O PROGRAMA INTEGRAÇÃO AABB COMUNIDADE/FORTALEZA-CE














Além de “formação” em uma linguagem específica da prática em universidade, o (a) professor(a)-estagiário(a) de Arte estando no Programa, deve procurar inserir-se em outras modalidades artísticas como sujeito pesquisador da arte (ensino/aprendizagem) ou até mesmo ele (a) buscará para conhecer e/ou estudar (in)voluntariamente as quatro linguagens. Sentir-se competente em alguma área de expressão artística. Aliar-se conjuntamente com os elementos constitutivos presentes em cada modalidade; embebedar-se de embasamento e pressupostos teóricos sobre a Arte e seu Ensino no contexto atual.

Enumerei aqui abaixo, um norte de desempenho e perfil para estágio em Arte. Olhar de acordo não só com realidade local; pois é um caminho não como prontuário ou camisa de força. Mas passos de uma busca, de encontros. De acertar mesmo que esbarrar, nas incertezas de cada ser Arte-educador em processo de formação inicial/contínua.

1. Ter formação universitária, técnica e/ou ensino médio, de extensão; em uma das seguintes modalidades / linguagens artísticas:Teatro, Arte-Dramática, Artes Cênicas/Música/Dança (clássico/moderno, contemporânea e/ou folclórico)/Artes Plásticas (Artes Visuais);Estilismo e Moda.
2. Saber-fazer e dominar os elementos constitutivos da linguagem em formação; noções básicas sobre Arte-Educação em formação inicial;
3. Conhecer e saber os princípios/conceitos que regem o ensino pela Arte ou Arte-Educação, no contexto pedagógico: a produção, o desfrute e a reflexão;
4. Apresentar capacidade de entender os três momentos do processo artístico, junto às crianças e adolescentes: o fazer, o conhecer e o exprimir;
5. Desempenhar ou satisfazer o estágio com excelente qualidade, executando-o com competência e habilidade junto às crianças e adolescentes, à universidade/instituição, aos coordenadores de área e coordenador pedagógico;
6. Saber-utilizar-se adequadamente, ou a partir da orientação do coordenador de Arte, os conhecimentos teóricos e práticos da linguagem em formação, para desempenhar condizentemente com a sua função no Programa;
7. Apresentar capacidade de utilizar o tempo com atividades significativas, fazendo uso do planejamento, do plano de aula, da preparação de materiais, e ter autonomia docente em formação;

imagem: (Lúcio Leonn (coordenador em Arte-Educação e alunos/as-intérpretes de Circo-Educação)-Programa Integração AABB Comunidade/Fortaleza na Abertura do 3ª Festival de Arte das Escolas Públicas Municipais de Fortaleza-2004.





8. Apresentar e utilizar idéias novas, ter iniciativas, tomar decisões coerentes e criativas para o ensino da Arte; para o trabalho da Equipe no Programa, sob o objetivo de dinamizar e aperfeiçoar o seu estágio, as atividades contextualizadas; atender para assistir às crianças e/ou adolescentes;
9. Defender o ensino de Arte (Teatro/Dança/Música/Artes Visuais) no Programa não como forma de “recreação”, de “lazer” e nem de “divertimento”, ou seja, sem o devido contexto;
10. Demonstrar ou adquirir competências corporais, comportamentais: saber movimentar-se, colocar a voz, estar atento a tudo o que se passa, dominar a agressividade, improvisar;
11. Procurar dominar os saberes didáticos relativos ao ensino de Arte por meio da interdisciplinaridade, da transdisciplinaridade e temas transversais;
12. Demonstrar facilidade na comunicação e no relacionamento com os demais estagiários, coordenadores, comunidade assistida, e no ambiente de estágio;
13. Demonstrar interesse em progredir com abertura para o aprendizado de novos procedimentos, conceitos, novas teorias, métodos e técnicas educacionais voltadas para o campo da Arte-Educação;
14. Estar sempre disponível durante as quatro horas de estágio, para colaborar no desenvolvimento do Programa, no Planejamento por Área/Global, nas atividades direcionadas às crianças e adolescentes;
15. Efetivar o estágio com seriedade demonstrando senso de responsabilidade, sendo pontual e assíduo(a).

(DA PROBLEMATIZAÇÃO DO(A) ESTAGIÁRIO(A) EM ARTE): FORTALEZA-CE














No que diz respeito a alunos-estagiários de Arte-Educação, (como coordenador de arte-educação no programa AABB Comunidade), averigüei que, tal busca em oferecer estágio, tem-se revelado em características atípicas-como a nossa própria formação de professor de Arte ou Arte-educador não somente na cidade de Fortaleza se concentra. Isso se deve também ao contexto histórico em políticas educativas e administrativas para o campo das artes de Fortaleza-Ce.

Durante muito tempo, passei pelas mesmas conseqüências de uma não-legitimação em Arte (Teatro) por meio de cursos profissionalizantes de nossa cidade. Hoje como pedagogo/especialista em Arte-Educação tenho realmente percebido ou sentido “grandes mudanças” e, como todo professor (de Arte) em formação contínua, partido de uma INVESTIGAÇÃO e reflexão na ação; compartilho da preocupação com questionamentos relevantes para com o ensino da Arte em sala de aula.

Mas por hora, quando se refere aos estagiários dos cursos de artes (linguagens); eles não atendem a prescrição normativa do 4º SEMESTRE, isto é, para estágio-remunerado na Prefeitura Municipal de Fortaleza. É porque alunos de arte-educação (Teatro, Dança e Artes Plásticas): estão todos no 3° semestre em 2004, em cursos superiores.

Portanto, nem acolhe e não aciona a lavanca da concepção de Arte-Educação para o Programa (por carência de alunos-estagiários de Arte), pois, tais cursos se encontram em legitimação e reconhecimento junto aos órgãos educacionais de acreditação e comunidade local. Tanto que sugeri à Secretaria de Desenvolvimento e Ação Social-SEDAS, baixar uma normativa, provisoriamente, para o estágio se efetuar na Prefeitura, a partir do 3º semestre em cursos de artes: (níveis superior e médio), ao invés de 4º semestre.

Porque temos também alunos em cursos de música do ensino médio do Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará-CEFET-CE a partir do 3º semestre.
Já o Curso de Arte-Dramática da UFC (desde 1960), a carga horária total hoje, é até o 3º semestre. Analisemos abaixo, tal curso.

O também chamado, Curso Básico de Teatro, sob coordenação do Professor Gil Brandão (2008); é peça de efetiva importância no contexto artístico e cultural da comunidade fortalezense, seja pelo papel que desenvolveu antes (1960-1995), como única escola de teatro que manteve por todo esse tempo o ensino sistemático dirigido á preparação do ator, seja pela dimensão de seus espetáculos que,ou apontavam para a busca de uma nova linguagem ou no mínimo, estavam em acordes com o que de mais atual se concebia no palco.

Outro dado relevante, que diz bem a presença forte do CAD no movimento teatral da cidade até hoje (2002), é que, ao se fazer um levantamento estatístico, ficará constatado que, em sua composição, mais de 70% dos grupos de teatro, contam com atores egressos desse curso.

Outra informação importante referente ao CAD é a validade do Certificado do Curso Básico de Teatro quanto ao campo da Educação, principalmente no caso de professores de Arte, é ainda mais atípico. Isto é, “ao longo desses anos não obstante, as tantas inovações dos últimos 40 anos, ainda no dealbar da década de 1990 o Ceará não dispunha de cursos regulares para formações de professores de Arte-Educação. Tais professores eram preparados em cursos especiais promovidos pela Universidade em cursos de extensão ou equivalentes. É o caso, por exemplo, da Universidade Federal do Ceará que autorizou sua Pró-Reitoria de Extensão, a oferecer Curso Básico de Teatro, cujo certificado ensejou a oferta de professores de Arte-Educação para a escola regular de ensino fundamental da Comunidade cearense, até recentemente”.(Parecer nº: 0641/ 2.001; Aprovado em: 11.12.2001/Conselho de Educação do Ceará: Câmara da Educação Superior e Profissional; (pp.1-4)).

“O curso em apreço não é de nível superior, mas é equivalente ao curso de nível superior, enquanto exigência legal para o exercício de magistério. No caso da Arte seu reconhecimento, como certificado de proficiência profissional decorre de circunstâncias históricas de inscrição do ensino de Arte na escola sem prévia organização legal do profissional da Educação na área, que no Ceará, só foi iniciado, de 1997, para o segmento do candidato. Cabe, pois ao nosso ver (...) o direito a participar do concurso para o magistério de Arte no Ensino Fundamental”.(Ibidem, p.4/4; o grifo é meu.)

Agora a meu entender, o Curso de Arte-Dramática da UFC/CAD, assim como outras instituições de ensino de Teatro em Fortaleza (já supracitados), o Colégio de Direção Teatral-CDT (extinto em 2004), do Instituto Dragão do Mar, por exemplo, que pode ir para a 4ª turma ou o Projeto Piane (?), dando uma análise pessoal e especificando essas instituições, projetos locais; seus currículos precisam é adequar-se na própria lei vigente- (Lei de Diretrizes e Base da Educação-LDB), quanto às cláusulas legais para reconhecê-los como instituições ou escolas de ensino de teatro regular ou superior, ou quanto ao magistério. O Instituto Dragão do Mar, ainda não é reconhecido juridicamente quanto à sua certificação.

Então, eles podem cair no “obsoleto” e gerar mais dificuldades profissionais quanto à não regulamentação de ensino e aprendizagem em Arte (Teatro) para o campo formal.
No entanto, na ocasião em que chegava para a comunidade fortalezense, o Curso Superior em Artes Cênicas (2002) pelo Cefet-Ce, o Professor do CAD -(disciplina História Geral do Teatro), e também ator, Gil Brandão, explicava paralelamente em entrevista acerca do Curso de Arte Dramática-CAD, da Pró-Reitoria de Extensão da UFC, com o seguinte ponto de vista: “O CAD é um curso de formação profissional, mas não é de graduação. Ele oferece um certificado que permite que o ator tire sua carteira profissional junto aos sindicatos. Mas não dá para ser professor numa escola”, (O Povo Vida e Arte, 02.08.2002; “Vestibular para o teatro”, p.7).

Hoje 2004, o CAD possui uma carga-horária total de 960h/aula / “currículo reduzido” (compreende-se o tempo integral de três semestres com direito a estágio a partir do 2° semestre, segundo apontava na época, o Coordenador do curso, Professor Edilson Soares.

Entretanto, Brandão vai mais além quando faz referência ao Magistério. Logo para ele (ator), lecionar é “uma alternativa para que os profissionais não dependam financeiramente de atuar no cenário cearense. Falta organização dos professores e falta sensibilidade e interesse da UFC para o ensino das antes cênicas. Até hoje não temos no Ceará um curso de licenciatura ou bacharelado em teatro”, (Ibidem).
Porém, informo que, nem vai ser agora, com o curso tecnológico. Então, é sob este ponto de vista e ainda na mesma entrevista, o Coordenador e Professor do Curso Superior em Artes Cênicas do Cefet-Ce, Paulo Ess, atesta que o curso “capacita na prática, com ele o graduado pode fazer mestrado em artes, mas não é uma licenciatura. Isso, por enquanto, porque o nosso objetivo é esse”. Confirma Ess.

Em 2008, cumprindo esse ideal, tal órgão federal reorganiza seu currículo e apresenta à comunidade de Fortaleza-Ce, seu Curso em Licenciatura em Teatro.
Mas, enquanto ficarmos somente na vontade da real certificação do CAD e do Colégio de Direção Teatral, vale indagações; primeiro como aqueles artistas que não podem, ou que não conseguem viver da sua própria Arte, ou egressos destes cursos aqui apontados, ficarão num mercado de trabalho cada vez mais competitivo carente de mão de obra qualificada? Tudo bem, quanto a excelência dos mesmos. Isto não é tão discutido aqui. Porém, é mesmo contraditório. Da questão é a legitimação dentro do sistema de ensino.

Desenvolvem tais candidatos (apontados pelos cursos aqui) outras habilidades e competências, ou a não ser aquelas adquiridas pós-curso (ator, atriz, diretor, etc), que é propriamente o campo da atuação teatral, ainda sem legitimação? Acho que depende das habilidades e competências, do conhecimento prévio que possui cada candidato, pois estou tratando desse nosso contexto, quando o mundo diz-se globalizado e conseqüentemente sob tais efeitos.

Segundo, por que o Instituto Dragão do Mar, através do curso Colégio de Direção Teatral lidou apenas com a qualidade de ensino em teatro, esquecendo do prioritário, que é também da autenticidade na certificação, quanto à conclusão de curso para o mercado de trabalho?

Sabemos que a alternativa é a sala de aula, sim, digo como Arte-educador ou professor de Arte. Embora há uma sutil diferença entre ser Artista e mediador de conhecimentos artísticos, ou seja, na polivalência da disciplina de Arte por meio das linguagens: Teatro, Dança, Música e Artes Visuais, isto é tomando como base, a visão dos Parâmetros Curriculares Nacionais -PCN-Arte, (MEC-1988), ou pelo o que reza a Arte-Educação na pós-modernidade, e mais ainda, na habilidade que se tende ao Magistério. No caso do artista esta atividade pode ser muitas vezes vocacional ou apenas uma necessidade imediata.

Da realidade do Professor de Arte é desdobrar-se em sala de aula para mediar as quatro linguagens, quando ele tem muitas vezes, uma formação específica. Assim, como também o Arte-Educador precisa ir mais além, estar á frente de seu tempo, precisa ser professor-pesquisador aliando-se sempre a novos desafios profissionais.

Outra para finalizar, percebe-se por parte de muitos professores de Arte, apenas formação em uma. Além disso, não há universidades ainda co-responsáveis pela formação plenamente, ou total dos (as) professores (as). Existe uma concepção de ensino/aprendizagem para a formação artística e/ou profissional e, não ao campo docente. Aqui, abre-se exceção para o curso de Licenciatura em Música da UECE(?).

Portanto, o que temos na cidade são bons artistas de Teatro, da Dança, da Música e das Artes Plásticas. Há um sólido ensino/aprendizagem para esta formação. Mas não para a docência via curso de licenciatura. E, pelo contexto, tais profissionais vêm suprindo sim, a carência de docentes para Arte-Educação na rede pública/particular de ensino fundamental e médio da cidade de Fortaleza. No entanto, procuro indicá-los que, é preciso ensina Arte, sabendo ensinar.

Fontes consultadas:
-BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação no Brasil. São Paulo: editora Perspectiva, (1999).
- , Ana Mae. (org.) Inquietações e mudanças no Ensino da Arte. São Paulo: editora Cortez, (2002).
-BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a Arte. São Paulo: editora Ática, (2003).
LUCENA, Lúcio José de Azevêdo Lucena (Lúcio Leonn). Os Processos de Formação Teatral em Fortaleza na década de 1990: Memórias de um ator. Fortaleza: UECE/CEFET-CE. 2002; (Monografia de Especialização em Arte e Educação, 177p).
-LOWENFELD, Viktor / CABRAL, Alvaro / BRITTAIN, W. Lambert. Desenvolvimento da Capacidade Criadora. Editora Mestre Jou, (1977).
-NÓVOA, Antônio. (org.) Os Professores e sua Formação. Lisboa/Portugal: editora Dom Quixote, (1992).
-Prefeitura Municipal de Fortaleza. Secretaria de Administração do Município. Grupo Ocupacional Magistério/Avaliação de Desempenho/Estágio Probatório. Fortaleza/Ce, (2001):Adaptação minha transcritas para o Programa.

PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA - SECRETARIA EXECUTIVA REGIONAL V
DISTRITO DE EDUCAÇÃO / PROGRAMA INTEGRAÇÃO AABB COMUNIDADE/FORTALEZA-2004
FICHA DE SONDAGEM PARA ALUNOS-ESTAGIÁRIOS EM TEATRO/MÚSICA/DANÇA/ARTES VISUAIS

NOME _____________________________CURSO____________SEMESTRE__INSTITUIÇÃO/UNIVERSIDADE: _______________________________________

(¹)I. Na sua opinião, o que significa educação? E, qual sua importância na formação do Homem?
II. Para você estagiário(a), quais as qualidades fundamentais para tornar-se um(a) educador(a) social?
III. Por que você deseja participar do Programa AABB Comunidade/Fortaleza?

IV. Tomando por base a especificidade do seu curso, como você pretende contribuir para o bom andamento do referente Programa/Projeto?

((¹)colaboração prof. Henrique Gomes de Lima)

*FICHA DE SONDAGEM PARA ALUNOS-ESTAGIÁRIOS EM TEATRO
Com base nos seus conhecimentos sobre Arte-Educação, circule a alternativa que você considera correta.

1ª) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) Nº 9.394/96, estabelece em seu artigo 26, parágrafo 2º: “o ensino de Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. Portanto, com vistas de assegurar o ensino de Arte qual item, que os PCN-Arte NÃO reconhece como campo conceitual.
A) produção
B) fruição (desfrute)
C) reflexão
D) manifestação

2ª) O processo de ensino visa alcançar determinados resultados em termos de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores sociais. Tendo por base esta afirmação, é correto afirmar que esse processo tem um caráter:
A) intencional e sistemático C) seletivo e casual
B) unilateral e planejado D) afetivo e comparativo

3ª) Segundo as educadoras Fusari e Ferrraz em “Arte na Educação Escolar” a compreensão dos significados da Arte pode ser vista em três definições tradicionais.
A) A Arte como fluir, produzir e conhecer
B) A Arte como fazer, como conhecer ou como exprimir
C) A Arte como conhecer, como exprimir, como produzir
D) A Arte como exprimir, como conhecer, como sentir

4º) São elementos constitutivos do teatro:
A) formas, cores, e textura
B) personagens, espaço, texto e cenário
C) ritmo, movimento e intensidade
D) personagem, figurino, palco e texto

5ª) No teatro, ao buscar soluções criativas e imaginativas na construção de cenas, os alunos afinam a percepção sobre eles mesmos e sobre situações do cotidiano. São conteúdos do teatro:
I. participação em improvisação.
II. criação de cenas escritas ou encenadas.
III. experimentação na adaptação de textos
São afirmativas verdadeiras:
A) apenas I e II C) apenas I e III
B) apenas II e III D) I, II e III

*FICHA DE SONDAGEM PARA ALUNOS-ESTAGIÁRIOS EM MÚSICA
Com base nos seus conhecimentos sobre Arte-Educação, circule a alternativa que você considera correta.

1ª) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) Nº 9.394/96, estabelece em seu artigo 26, parágrafo 2º: “o ensino de Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. Portanto, com vistas de assegurar o ensino de Arte qual item, que os PCN-Arte NÃO reconhece como campo conceitual.
A) produção
B) fruição (desfrute)
C) reflexão
D) manifestação

2ª) O processo de ensino visa alcançar determinados resultados em termos de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores sociais. Tendo por base esta afirmação, é correto afirmar que esse processo tem um caráter:
A) intencional e sistemático C) seletivo e casual
B) unilateral e planejado D) afetivo e comparativo

3ª) Segundo as educadoras Fusari e Ferrraz em “Arte na Educação Escolar” a compreensão dos significados da Arte pode ser vista em três definições tradicionais.
A) A Arte como fluir, produzir e conhecer
B) A Arte como fazer, como conhecer ou como exprimir
C) A Arte como conhecer, como exprimir, como produzir
D) A Arte como exprimir, como conhecer, como sentir

4º) São elementos estruturantes da Música:
A) letra, melodia e andamento
B) acordes, letras, e ritmo
C) tonalidade, timbre, andamento e ritmo
D) tonalidade, ritmo, letra e melodia.

5ª) Quanto à classificação dos instrumentos, circule a opção FALSA.
A) instrumentos ideofônicos são aqueles que vibram por si mesmos
B) membranofones são aqueles que o som resulta de vibração
C) cordofones aqueles que vibram através de corda distendida
D) aerofones são os que sopram em virtude da passagem do ar por tubo, soprado.

*FICHA DE SONDAGEM PARA ALUNOS-ESTAGIÁRIOS EM DANÇA
Com base nos seus conhecimentos sobre Arte-Educação, circule a alternativa que você considera correta ou conforme o enunciado da questão.

1ª) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) Nº 9.394/96, estabelece em seu artigo 26, parágrafo 2º: “o ensino de Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. Portanto, com vistas de assegurar o ensino de Arte qual item, que os PCN-Arte NÃO reconhece como campo conceitual.
A) produção
B) fruição (desfrute)
C) reflexão
D) manifestação

2ª) O processo de ensino visa alcançar determinados resultados em termos de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores sociais. Tendo por base esta afirmação, é correto afirmar que esse processo tem um caráter:
A) intencional e sistemático C) seletivo e casual
B) unilateral e planejado D) afetivo e comparativo

3ª) Segundo as educadoras Fusari e Ferrraz em “Arte na Educação Escolar” a compreensão dos significados da Arte pode ser vista em três definições tradicionais.
A) A Arte como fluir, produzir e conhecer
B) A Arte como fazer, como conhecer ou como exprimir
C) A Arte como conhecer, como exprimir, como produzir
D) A Arte como exprimir, como conhecer, como sentir

4º) São elementos estruturantes da Dança:
A) ritmo(música), tipos e níveis de movimentos/partitura, um tema coreográfico e indumentária
B) ritmo, música e movimento
C) andamento e ritmo
D) tonalidade, ritmo, letra e melodia.

5ª) Segundo alguns especialistas em dança podemos classificá-la basicamente em três categorias, circule a opção abaixo que não corresponde a nenhuma delas
A) erudita (balé) C) popular
B) folclórica D) espontânea (comum)/dramática

*FICHA DE SONDAGEM PARA ALUNOS-ESTAGIÁRIOS EM ARTES VISUAIS
Com base nos seus conhecimentos sobre Arte-Educação, circule a alternativa que você considera correta.
1ª) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) Nº 9.394/96, estabelece em seu artigo 26, parágrafo 2º: “o ensino de Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. Portanto, com vistas de assegurar o ensino de Arte qual item, que os PCN-Arte NÃO reconhece como campo conceitual.
A) produção
B) fruição (desfrute)
C) reflexão
D) manifestação

2ª) O processo de ensino visa alcançar determinados resultados em termos de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores sociais. Tendo por base esta afirmação, é correto afirmar que esse processo tem um caráter:
A) intencional e sistemático C) seletivo e casual
B) unilateral e planejado D) afetivo e comparativo

3ª) Segundo as educadoras Fusari e Ferrraz em “Arte na Educação Escolar” a compreensão dos significados da Arte pode ser vista em três definições tradicionais.
A) A Arte como fluir, produzir e conhecer
B) A Arte como fazer, como conhecer ou como exprimir
C) A Arte como conhecer, como exprimir, como produzir
D) A Arte como exprimir, como conhecer, como sentir

4º) São elementos constitutivos das Artes Visuais:
A) movimento, desenho e composição
B) desenho no espaço, ritmo e movimento
C) linhas, formas, cores e texturas
D) linhas, desenho no espaço, cores e movimento

5ª) O conjunto de idéias filosóficas com o qual se procede a uma análise, investigação ou especulação a respeito da Arte ou da beleza, denomina-se:
A) poética C) estética
B) semântica D) hermenêutica

*Fonte de pesquisa adaptada: Secretaria de Educação Básica do Ceará-SEDUC-2000/ Ensino Fundamental e Médio/ Universidade Estadual do Ceará-UECE-2003.

Obs: Nenhuma questão abordada aqui tem caráter de eliminação; no entanto, visam avaliar os conhecimentos teóricos e práticos em Arte-Educação. E, assim, possibilitar aprofundamento teórico/prático na referida área.(Coordenação em Arte-Educação/Programa Integração AABB Comunidade/ Fortaleza)

Nenhum comentário: