Dum vazio – em suspensão-reflexão-ação, próprio do mundo contemporâneo. Do pós-existencialismo. É como disse o maior dramaturgo de todos os tempos, William Shakespeare(1554-1616), "Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente". Ou melhor: Byron (1788-1824), "À recordação da felicidade já não é felicidade. A recordação da dor ainda é dor".

O espetáculo também evidencia o ciclo do ser humano por meio da evasão de instintos “primitivos”, afetos, impulsos; pela "repetição", deslocações e de junção. Mas, *Umwelt (2004), é uma metáfora que permite e viabiliza enxergar o nosso percurso de andarilho pelo o mundo afora. Quando muitas vezes, tal ação é, de não-cumplicidade em abordagem Ecológica ou Bioecológica, (é a teoria de Bronfenbrenner, 1996), segundo menciona Pulino e Maciel, (2008), p.21.
“Umwelt”, da francesa Maguy Marin é uma obra importantíssima para se compreender o desenvolvimento psicológico. Tanto na história do ser humano como na de cada indivíduo apresentado. Estimulam as percepções e acionam conexões - o sentido, nos indaga: precisamos nos adaptar e/ou re-transformar o meio, para co-agirmos?

Ao descrever o espetáculo para acompanhar as imagens, (que eram muito rápidas, na maior parte do tempo/espaço). Rápidas/repetidas/deslocadas, acredito que de propósito, porque na contemporaneidade em que vivemos, tudo é tempo digital, espaço-(3D) e tecnológico. Entretanto, justamente por isso, creio, tinham de ser, para que o olho captasse alguns momentos; flashes perdidos; o ciclo contínuo, que é a vida.
Em labirintos de espelhos e sons de guitarras, em fios condutores; os bailarinos seguem em paragem e de semelhança coreográfica - reflexos de quem somos em igualdade de gestos, muitos vezes delineados por cotidiano de idéias. Isto é, vejo Maguy pontuar a “soberba” via signo da coroa de rei, que se inicia em "alta" e culmina em "baixa".
A "luxuria", a "gula", à procura, à discórdia, o "poder", a música (Arte), o ser/ter criança etc; são elementos estruturantes da obra quando estamos sempre em linha horizontal e a espreitar/apreciar. Também, se revelam em fragmentos tardio, várias vidas expostas de pessoas comuns, ou seja, o lado “podre” ou do estar em perigo, a (des)humanidade.
Para conclusão, o espetáculo fotografa imagens (de corpos) em frontalidade como numa espécie de "valsa leve", em compasso ternário (3/4); respira como reflexão, via pausa (paragem); à luz de cena outrora, pontua em baixa resistência, para que a platéia usufrua a situação e passe também a ser cúmplice (reflexo/espelho). O vento, o som, tudo é ambiente de repercussão e que, na realidade socioambiental, podem virar uma catástrofe.
Campello, Sheila Maria Conde Rocha. Módulo 2 - Fundamentos da Aprendizagem a Distância. Unidade II: A Mediação Pedagógica e a Metodologia Colaborativa. a Distância. Plataforma AVA/arteduca. Pró-licenciatura-Teatro. Núcleo de Acesso ao Curso - Fundamentos da Licenciatura em Teatro e Fundamentos da Aprendizagem a Distância. Instituto de Artes (IdA)/Universidade de Brasília (UnB). Acesso (restrito): outubro de 2008.
Makl, Luis Ferreira. Módulo 6 - Antropologia Cultural. Idem. Acesso (restrito): outubro de 2008.
Pulino, Lúcia Helena / Diva Albuquerque Maciel. Módulo 5 - Psicologia e a Construção do Conhecimento. Idem. Acesso (restrito): outubro de 2008.
Escola de Dança da Vila das Artes/Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet), parceria Universidade Federal do Ceará (UFC). Curso de Extensão Dança e Pensamento.