segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Comentário sobre o conceito ou as expectativas de espetáculo que são negadas a partir de " Ato sem palavras I", de Samuel Beckett

Imagem (reprodução, 2009): ator Sérgio Brito, em "Atos sem Palavras I", de S. Beckett

As mãos não são verdadeiras nem reais, são mistérios que habitam em nossas vidas. Às vezes, quando olho para as minhas mãos, tenho medo de, Deus.” [Fala 2ª veladora no poema dramático (teatro estático), peça: “O Marinheiro”, segundo Lúcio Leonn segundo Fernando Pessoa.] Adaptação textual por Ueliton Rocon.

“Uma imagem vale mais que mil palavras”, já diziam por meio da célebre sentença de Kunf Fu Tsé (Confúcio), conhecido sábio chinês.

Portanto, o que nos faz agir pelas mãos? – Tal imagem\ideia também remete à citação inicial que trago acima, em alusão à obra do português, Fernando Pessoa.

De contraposição dum teatro estático, só de palavras (queria Pessoa), temos em estudos a obra de Beckett, teatro da dramaturgia do corpo... Em situação de Teatro do Absurdo. O que aproximam ambos trata-se da metafísica.

Mas, o que vale mesmo as imagens mais que o texto, ao longo da obra, “Ato sem Palavras I”, de Samuel Beckett?

São as idéias construídas e desmaterializadas com precisão em composição de imagens e de ações físicas. Dualismo entre o sujeito e objeto em consequência de suas ações.

O assobio de início, antes provido do corpo humano, gera a repetição contínua em outro corpo, o da cena\espaço do palco superior.

Da articulação de pensamento, torna-se o ponto referencial de toda ação seguida.

Da ação se repete: o homem fica em paralelo e põe-se a pensar, ao contrário da “finalização da cena”, da ação: “o homem não se move nada.”

Há contínuo ato em ciclo do cotidiano humano. Vejam os elementos da cena:

Árvore pequena um galho simples (ação cessa aqui)\ moita de poucos galhos e folhas\sombras\suas mãos\tesoura de alfaiate (lâminas)\ pequeno jarro d’água (elemento quase central de desejo de toda cena): (retorna) \ primeiro cubo grande, segundo cubo menor, terceiro e ainda menor cubo\uma corda com nós \ (retorno) da tesoura\pedaço de corda\um laço de corda\tronco\gola de sua camisa\o não-movimento: (homem não se move nada) \ seu rosto voltado para a audiência\ ele olha para suas mãos(\ cortina.

Do silêncio se faz presente. Os sentimentos se instauram. O ato des\contínuo, do início-meio-fim. Ou reinício de tudo... O Homem, em corporificação de ações posteriores, nega ao mesmo tempo, os movimentos anteriores (o presente torna-se passado e vice-versa); no palco: aparição (entrada) e retorno (saída) à direita, têm-se a negação e materialização ou não, de si mesmo. Ou do próprio ato teatral, enquanto linguagem. Como também, de origem à Lei do retorno (consequências). Da negação da (não-)Existência.

ACT WITHOUT WORDS (1956): “Pantomima para um ator”, sob a tradução de Marcus Mota (2008), confirma a presença de unidades de ações físicas de cena (aspecto visual ao materializar do ponto de vista de atuação ator-personagem e de elementos constitutivos do palco), outrora, de re(la)ação codificada e difundida pelo mestre Stanislavski - nos dar entendimento corpóreo do personagem-homem.

(Imagem(espetáculo de 2009), idem.)

Assim, contrapõe-se à palavra articulada (dimensão acústica de cenas), antes, não-proferidas em âmbito das expectativas de espetáculo teatral de caráter convencional.

Por fim, são negadas expectativas de sequências contínuas de unidades de movimentos de tempo de ações em progresso sustentado; de espaço (lugar, situação dramática racional) em construção dramatúrgica de texto não-linear; de personagem em caracterização teatral ou mesmo de ausência de diálogos quando se trata de um monólogo corporal.

(...) Da obra e do dramaturgo em estudo, nos remete ao *teatro do absurdo. As personagens clamam por sua existência por isso, perpassam pela corrente também, do Existencialismo. Dos diálogos em cena, sem conexão convencional, de rubricas ou movimentos (temos ação psicológica e corpo visível) de outrora, o não-convencional em cena; de concepção cênica muitas vezes atemporal, de imediato estamos diante duma situação de não-lugar. Somos presos pelo tempo ou pela espera ou pela angústia de quem nunca virar como na peça, Esperando Godot. (...).” Re: dúvidas \ Discutindo Beckett. Por Lúcio José de Azevêdo Lucena - sábado, 5 dezembro 2009, 18:17."

Licenciatura em Teatro do Programa Pró-licenciatura. UnB/UNIR/MEC

Professor Marcus Mota (UnB) Universidade de Brasilia/IdA Instituto de Artes

Aluno Lúcio José de Azevêdo Lucena-Lúcio Leonn.

Tarefa 7 Comentário Beckett

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