segunda-feira, 30 de maio de 2011

“A Avaliação da Encenação” e “Limites da Análise, Limites da Teoria" In: PAVIS, Patrice



por Lúcio José de Azevêdo Lucena - LEONN (Resenha)


Referência Bibliográfica

Capítulo: Conclusões. In PAVIS, Patrice. A Análise dos Espetáculos: Teatro. Mímica. Dança-Teatro. Cinema. São Paulo: Perspectiva, 2008. Coleção Estudos. (Textos: “A Avaliação da Encenação” e “Limites da análise, Limites da Teoria”.).

Primeiro texto (resumo)
A Avaliação da Encenação
É um texto que se estende em subtopicos; Critérios da Avaliação (diz respeito à originalidade da obra e à experiência humana [o fazer] e artística do criador [estilo] e não cair no psicologismo de si mesmo ou, n Os “Erros” da Encenação (se aplica em localizar as incoerências e as inconsequências do espetáculo à linha de concepção e do conjunto cênico, entre dois: encenador [discurso]-espectador [seus estímulos].). Já Sistema da Encenação (constata-se o retorno aos princípios organizacional da encenação): análise dramatúrgica [estrutura dramática e sistemática do texto à cena]; a captação sintética de conjuntos simultâneos [a experiência analítica do espetáculo que não é puramente linear e fragmentária, logo o sentido forma um conjunto coerente]; o metatexto da encenação [sistema estrutural evolutivo e lógico serve de esquema diretor e de síntese para o espectador.]; enfim, a unidade e unicidade do espírito [fio condutor através do espetáculo, apesar da complexidade em compreensão de signos linguísticos.]. Indaga-se: Retorno do Autor e da Autoridade? (defende a encenação enquanto representação como obra inacabada, pois o retorno do sujeito e de sua autoridade\autorização não diz respeito ao resultado absoluto das atividades teatrais do encenador; tal concepção centralizadora é atacada por uma crítica pós-moderna.). Tarefas Antigas e Novas do Encenador, (pergunta: Ensinador ou ensaiador? A resposta está dois perigos ser um e ser outro, enquanto encenador.). Indo para Metatexto visível ou raios ultravioletas (no presente, o metatexto é inexistente, ou contraditório e ilegível. Em concepção clássica, a encenação ao mesmo tempo era implícita e sensível para “os raios ultravioletas da ideia principal do espetáculo devem permanecer invisíveis e penetrar o espectador de tal modo que ele não os perceba”.). Encenação conceitual (ela se acha tão inteligente que acaba esquecendo que ela é encenação de para ser encenação, reflexão em seu estado puro.). Por fim, o Despedaçamento (seja qual for a estratégia adotada pelos encenadores, é difícil ao espectador seguir todas as operações em jogo: sua formação e sua sistematização. O leitor como espectador entrou definitivamente na era: desconfiança\rejeição teórica.).

O texto em análise acima, nem deixa de ser complexo e a exigir em si certo grau de leitura acurada e de compatibilidade teórica acerca da linguagem da encenação. Voltado para aqueles que estudam e pratica o fenômeno Espetáculo (apreciação\atuação\encenação); a escrita parte da observação de Pierre Gaudibert a propósito das artes plásticas; e, segue ao lembrar de encenação, a partir de Zeami, Craig, Stanislavski ou Appia. Além da perspectiva de Lehmann e antigamente a de Susan Sontag e de Barthes. Vale o exemplo de Pina Bausch ao pensamento de Gillibert. Da definição de Copeau a notificação de Meierhold. Enfim, tal teatro anti-semiológico, que Lyotard batiza.

Segundo texto (resumo)
Limites da análise, Limites da Teoria
(Reavaliação da Teoria)
Da impossibilidade de saber se tal elemento da atuação, ou do cenário é, ou não, o signo de uma intenção manifestada pelo encenador via ponto de vista de espectador: (Crítica do Signo); a crítica do signo leva à crítica da representação e da estética que resulta uma crítica energética da semiologia: (Crítica da Representação); em Condições da Análise, diz: com avanço tecnológico não é mais a efemeridade do espetáculo, nem a listagem exaustiva de todos os signos. Mas, a escolha dos signos declarados pertinentes e anotáveis, sua hierarquização e sua vetorização: (Dimensões). Mudança de Paradigma: a pluralidade de métodos, parece acompanhar um alargamento do paradigma favorito da representação, a visualidade, até os paradigmas da audição, do ritmo e da sinestesia. Logo, a semiologia do espetáculo se fundou (em reação à literatura e à concepção literária do teatro) na visualidade, definindo suas unidades como signos do visível tornados legíveis por meio de uma linguagem da cena. Portanto, (Concluir?): Quais teorias para quais encenações? E para a análise do espetáculo: quem dirá se ela é ou não “bem-sucedida”? Se tiver havido encontro entre o espetáculo e o espectador.

O segundo texto deixa bem claro a função, os limites teóricos e práticos do encenador perante sua obra (texto\encenação) e o “resultado” junto ao espectador; outrora, de consciência sobre o avanço de paradigmas\meios tecnológicos na representação. Tem o argumento de Lyotard e de indicar o espetáculo como um event de Cage ou um happening. De Derrida relendo o Artaud; De Barba de gozar o teatro, nos distancia do signo e do sentido e nos mergulha em sensações de presença, de equilíbrio que tentam neutralizar todo o lado intelectualista da experiência teatral. Há argumento de Jacques-Dalcroze em seus estudos sobre a rítmica na percepção autêntica do movimento e, por fim, Vinaver e seu pensamento da análise textual para a análise espetacular.

Palavras-chave
Encenação (conceitual)\Encenador\Leitor espectador\ Processos de encenação\ Autorização\Recepção\Análise do espetáculo\Percepção do movimento\Corporalidade do espetáculo\Prática do encenador\Prazer estético.

Sobre o autor
Patrice Pavis é professor na área teatral da Universidade de Paris, VIII, e autor de Problèmes de sémiologie théâtrale; Le Théâtre au croisement de cultures; Confluences; Le Dialogue des cultures dans les spectacles contemporains; L'Analyse des spectacles, entre outras obras e estudos sobre o teatro intercultural, a teoria dramática e a encenação contemporânea. O Dicionário de Teatro, de Patrice Pavis, é uma obra conhecida internacionalmente, não só no texto original do francês, como nas traduções para numerosos idiomas. Ele tem escrito extensivamente sobre performance, focando seus estudos e pesquisas, principalmente em semiologia e interculturalidade no Teatro. Ele foi premiado com o Prémio Georges Jamati em 1986.

Da obra completa em estudo
A Análise dos Espetáculos: Teatro. Mímica. Dança-Teatro. Cinema (2008). Segundo site de venda, na divulgação, indica que, “desenvolver uma Análise dos Espetáculos importa examinar criticamente a história do teatro, as idéias que motivaram seu processo, os agrupamentos que este gerou na sua dialética criativa e de gêneros, bem como as estruturas que o definem e os elementos que o constituem como obra artística, além de inseri-lo em suas variantes socioeconômicas e culturais. É o que Patrice Pavis empreende, a partir do enfoque que é o de investigar a pletórica riqueza metamórfica do fenômeno teatral por três crivos essenciais, a saber: O que é o espetáculo? Quem o faz? Quem o assiste? E o resultado enfeixado nas diferentes seções do presente livro representa uma instrutiva lição para o conhecimento, a reflexão e a prática da arte dramática não só atualmente em cena, como desde sempre...”.

(Onde encontrar: http://www.livrariaresposta.com.br/v2/produto.php?id=153500. Acesso maio, 2011.)



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