segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Encontro com Maurice Durozier - Ator integrante do Théâtre Du Soleil

(Janeiro, 2012)
[Imagem\ divulgação]
O Théâtre du Soleil, grupo teatral francês fundado em 1964, será tema de uma série de atividades promovidas durante a próxima semana pela Vila das Artes, através da Escola Pública de Teatro de Fortaleza, em parceria com o Theatro José de Alencar e o Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará. O evento receberá o ator francês Maurice Durozier, integrante do Théâtre Du Soleil desde 1980. As atividades são gratuitas e abertas ao público. Os interessados em receber certificado pela participação devem se inscrever (…) até o dia 24 de janeiro.

De 25 a 27 de janeiro [de 2012], serão exibidos filmes na Casa Amarela Eusélio Oliveira (Av. da Universidade, 2591, Benfica) sobre espetáculos do Théâtre du Soleil (“Le Dernier Caravansérail”; “Espetáculo Les Éphémères”), sempre a partir das 14h. Cada filme será precedido de uma apresentação e, em seguida, de uma fala com o público.

No dia 28, Maurice Durozier apresentará a conferência-espetáculo “Palavra de Ator” no Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525 – Centro), a partir das 10h. O ator falará sobre o que lhe foi transmitido nas relações que fez durante sua carreira com atores, encenadores e artistas. A primeira parte é composta pelos capítulos “A ilusão e a verdade; “O nascimento do ator”; “O sagrado”; “O teatro de Novayorkino” e o “O teatro e a vida”. A segunda é concentrada em temas como o teatro indiano, o narcisismo, o cansaço e as emoções. A terceira versará sobre momentos de revelação e o impacto da vida sobre a arte.

O Théâtre du Soleil foi fundado em 1964 por Ariane Mnouchkine, junto com alguns colegas da Universidade de Sorbonne, como uma Sociedade Cooperativa Operária de Produção. Em 1970, a trupe se instala no Bosque de Vincennes, na Cartoucherie - antiga fábrica de munição do exército francês, nos arredores de Paris. Desde então, o Théâtre du Soleil se transformou em uma das maiores companhias da França e do mundo.

PROGRAMAÇÃO
Exibição de filmes
Local: Casa Amarela Eusélio Oliveira (Av. da Universidade, 2591, Benfica)
Horário: 14h às 17h30

Dia 25\01\2012
Filme do espetáculo Le Dernier Caravansérail (2003)
Le Dernier Caravansérail é criação coletiva do Théâtre du Soleil que conta pedaços da vida de refugiados do Afeganistão, Irã, Iraque, Rússia, Bósnia e Chechênia que deixam seus países para atravessar o mundo correndo perigos imensos até a Europa. Uma odisseia moderna.

Dia 26\01\2012
Documentário “Un Soleil à Kabul” + fragmentos do espetáculo Les Éphémères (2006)
Uma aventura do Théâtre du Soleil em missão artística em Kabul. O nascimento de uma trupe afegana.

Documentário Ariane Mnouchkine ou L’aventure du Théâtre du Soleil
Toda a história da trupe depois de 1964, com documentos de arquivos comentados pela fundadora Ariane.

Dia 27\01\2012
Les éphémères
Filme sobre o espetáculo Les Éphémères. O íntimo, a memória, o tempo que passa, os momentos chaves que fundam nossas vidas.
Conferência-espetáculo “Palavra de Ator”

Dia 28\01\2012
Local: Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525, Centro)
8h: Chá da Manhã
10h: Conferência-espetáculo “Palavra de Ator
Fonte:
Postado por Vila das Artes (Escola Pública de Teatro de Fortaleza da PMF), 17\01\2012
Acervo pessoal Lúcio Leonn (via luciounb@gmail.com)

sexta-feira, 14 de abril de 2017

"Fayga Ostrower, a forma das Côres". - [Por Margarida Autran (Publicado primeiramente “Jornal do Brasil”, de 15 de setembro de 1971)]

Transcrição elaborada por Lúcio Leonn, abril de 2016

(Memória)
¹“Fayga é um fazer,
filtrar e descobrir
as relações da vista e do visto
dando estatuto à passagem
no espaço: viver
é ver sempre de novo
a cada forma
a cada cor
a cada dia
o dia em flor dia.”
¹(Definição de Carlos Drummond de Andrade (em “Fayga”, As Impurezas do branco, José Olympio, 1973): Pedro Paulo de Sena Madureira, segundo Leonn, 2016.
LEONN, LÚCIO. Augusto Rodrigues (Recorte da fotografia): Foto de Regina Alvarez, 1972. Periódico: Arte & Educação - Escolinha de Arte do Brasil, ano I, n. 12, capa (Fayga – A presença do artista); O movimento das Escolinhas de Arte e suas perspectivas, p.3 jul. 1972. 1 fot., p&b, reprodução/adaptação\coloração minha, 2016.

Por Margarida Autran
(Publicado primeiramente “Jornal do Brasil”, de 15 de setembro de 1971)
(Transcrição elaborada por Lúcio Leonn, abril de 2016)

 Fayga Ostrower, a forma das Côres
“Para mim, escolher entre dois vermelhos é uma coisa extremamente envolvida em emoções e pensamentos”. Com gravuras em côres suaves e luminosas, onde a leveza é seguida em tôdas as formas. Fayga Ostrower expõe na Galeria Bonino seu trabalho dos últimos três anos.
“A partir da série que fiz para o Itamaraty em 1968, o problema de côr e luz se propôs de um modo diferente para mim. Nos trabalhos que fiz 10, 15 anos atrás, já usava côres, mas bem mais sombrias. Pelo que posso analisar de meu trabalho, a côr tinha função de diferenciar formas. Agora, estou num caminho em que ela é a própria forma”.
Como seu próprio trabalho Fayga é mulher suave, mas com uma fôrça interna extraordinária.
– Quando comecei fui muito influenciada pelo expressionismo alemão. Dava grande importância ao traço ao grafismo, ao contraste claro-escuro. Agora o enfoque é outro. A escolha das côres não tem nada puramente técnico. A técnica é o instrumento de que me sirvo e tenho de dominá-la, mas vivo num plano completamente diferente.
A execução de uma gravura leva de um a dois meses e, para Fayga, é um processo profundamente emocional.
– Para cada gravura, faço uma quantidade enormes de provas, e cada uma delas não é um caso isolado. A primeira incisão na chapa está ligada à função das côres, como tôdo um conjunto. Já imagino os cortes em têrmos de côr. Se vou encontrar a consistência certa da tinta, o tom exato, só vou descobrir pelas provas. E aí vou-me aproximando do que penso ter imaginado. A impressão é uma coisa, o fato concreto é diferente. As vêzes fico surpreendida com a combinação de um verde com um azul, o próprio ato físico representa uma série de surprêsas. Mas só se é artista enquanto se tem a capacidade de se surpreender, enquanto houver descobertas ou tudo não passará de um ato mecânico em que dois e dois sempre são quatro. Mas, a arte, o mesmo quatro pode ser um pouco diferente. Tudo surpreende, embora se saiba antes o que se pretende fazer. O terrível é que sempre há opções. No momento em que se optar por uma determinada forma ou côr, se esta excluindo outra.
Quando Fayga começou, suas gravuras eram figurativas. A passagem para o abstracionismo foi um processo lento, que levou cêrca de quatro anos. Agora ela inicia uma nova fase com um nôvo enfoque de problema de côr e luminosidade, tão importante quanto aquela mudança que na época ela própria não se deu conta.
– Exponho há 23 anos. Minha primeira individual foi em 48, mas hoje entro no mesmo estado de pânico, como se fôsse a primeira exposição. Não sei aferir agora a importância dos trabalhos que estou expondo, tenho a ganhar um certo distanciamento para ver como se encaixam. Tem coisa que fiz quando figurativa que hoje considero muito boas, mas que na época não tiveram importância que têm agora. Só espero poder caminhar. Por isso, me dá pânico, não da opinião das pessoas, mas do que eu mesma constatar, vendo meus trabalhos reunidos. O que me assusta e é ver se dei um passo para frente ou não.
Como em música, as gravuras de Fayga não têm nome, só um número de referência. Quando era figurativa, ela dava nomes as gravuras, partindo do próprio assunto. Em 54, em sua primeira exposição abstrata, quando o ambiente artístico no Brasil era inteiramente diferente do de hoje (“não havia galerias, nem críticos de arte”), ela resolveu dar nomes às gravuras como uma ponte poética, um estado de consciência. Tinha mêdo de que as pessoas não compreendessem seu trabalho. Entretanto, apesar da sugestão que continham os títulos – Penumbra, Entardecer, etc. – as pessoas ainda tentavam descobrir objetos nas gravuras. Ela concluiu então que estava complicando em vez de facilitar as coisas.
– Quem tem sensibilidade, descobre fácilmente qual a gravura mais lírica, qual a mais dramática, e uma série de emoções e pensamentos que existem dentro de mim e aos quais eu não poderia dar nomes,
Nascida na polônia, Fayga está no Brasil desde 1934 e sua contribuição para a arte brasileira é indiscutível. Vivendo intensamente sua atividade soube tirar dela uma verdadeira filosofia de vida.
– Para mim, é uma grande felicidade poder ser artista. Isto me permitiu procurar compreender uma série de outros problemas, não meramente artísticos, mas problemas humanos. A grande felicidade, em si fator de realização, é trabalhar numa coisa que eu adoro. É dificil de compreender, e, as vêzes, muito angustiante. Mas o que acho maravilhoso na arte é que ela não tem fim. Para mim, os grandes artistas são os que conseguiram crescer até o fim da vida. Diz-se que é um crescimento humano. Sinto uma gratidão enorme por Cézanne, Goya, ou da Vinci, pelo simples fato de terem existidos e, hoje, em 1971, ainda ensinarem tanto às pessoas. Para mim, isto é mensagem de esperança que é quase um consôlo. Vejo o próprio trabalho artístico como um caminho que permite uma forma de crescimento e fico feliz de me encontrar nesta trilha.
Falando de arte contemporânea, Fayga afirma que vivemos numa época riquíssima de muita pesquisa, mas ao mesmo tempo difícil, porque acredita que o mundo hoje é anti-humanista e a arte parece uma atividade supérflua, inteiramente marginalizada.
– Para o artista de hoje, existe o problema de dedicar o melhor de sua energia, compreensão e capacidade de crescer numa tarefa que parece inútil, onde êle próprio tem de acentuar a utilidade e necessidade de arte. A arte contemporânea, em sua maioria tem um caráter acentuadamente angustiante, quase que autodefesa, extremamente pessoal. As pesquisas que hoje se fazem, atingem uma parcela muito pequena da coletividade humana, porque aparentemente se ligam a preocupações que o ser humano atinge quando já superou uma série de outras preocupações. Por isso parecem marginais. O que também dificulta é que realmente estamos vivendo um período de transformações de valôres, uma transformação que está se acelerando dia a dia. Se, para o artista, é difícil encontrar o equilíbrio interno, devido a uma série de problemas, posso imaginar que para o público seja mais difícil compreender o sentido da pesquisa.

Fonte consultada:
AUGUSTO RODRIGUES (editor); Margarida Autran: Fayga Ostrower, a forma das Côres (publicado primeiramente no “Jornal do Brasil”, de 15 de setembro de 1971). – Jornal ARTE & EDUCAÇÃO, Rio de Janeiro: Escolinha de Arte do Brasil, ano I, n.7, p.2 jul. 1971. Acervo pessoal (periódico) Lúcio José de Azevêdo Lucena – Lúcio Leonn.

[“Faço questão de manter o vocabulário e a gramática característica da escrita original no Jornal ARTE & EDUCAÇÃO|Ano da publicação (1971).”], Lúcio Leonn.
Fayga Ostrower 
[¹Foto (Henrique OSTROWER) Reprodução (contracapa livro), minha (2016).]
_________________
¹Criatividade e Processos de Criação (In orelha do livro) OSTROWER, Fayga. Editora Vozes. RJ. 187p. 1987. (16ª edição, 2002) Imagem, abaixo:
Lúcio Leonn e seu Exemplar (abr.2016)























No mais, visite\ aprecie:
VÍDEOs
“Fayga Ostrower, Paixão Pela Arte”
Instituto Fayga Ostrower. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=-3wlEuPgcKw



“Fayga Ostrower - A Intuição, a criação e a beleza”. Instituto Fayga Ostrower. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=3X-1_mB7UTY



Visite *Instituto Fayga Ostrower: http://faygaostrower.org.br/

sábado, 1 de abril de 2017

77 Variações | Comentários em Texto – Sobre o Ensaio Geral – Cenas d“O Caso dessa tal de Mafalda, que deu muito o que falar e que acabou como acabou num dia de Carnaval”, de Carlos Alberto Soffredini.

Seguindo olhar do autor Carlos Alberto Soffredini e direção José Eduardo Vendramini – Além da Ficha Técnica Completa (fôlder do espetáculo) – Contexto do Curso Colégio de Direção Teatral (1998): Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual do Ceará. 

Por Lúcio José de Azevêdo Lucena


“Nesse Ensaio Geral, contamos, também, com a presença marcante do autor Carlos Alberto Soffredini [1939-2001] que, sentado na plateia (Theatro José de Alencar) permanecia todo o ensaio: ora, emocionado, ora vibrando com sua obra e cenas… E, anotando...” (Depoimento pessoal do ator Lúcio Leonn, 2017). 

Imagem (acervo da atriz ): Ana Cristina Viana é Mafalda....
variação 57,vide abaixo!

“O Caso dessa tal
de MAFALDA,
que deu muito
o que falar
e que acabou como
acabou
num dia
de Carnaval”

" (...) Acuada por todo o bairro e completamente atordoada, Mafalda fraqueja um segundo e se envenena. O bairro vence. Mafalda se despede do mundo com um hino de amore à vida." (in Folder, 1998)


Capa do fôlder \ Espetáculo  (acervo pessoal de Lúcio Leonn)

























1.      ²Não atrasar entradas durante o prólogo.
2.      Leir: respirar mais.
3.      Atores durante o prólogo: procurar não sentar junto de pesssoa que fala a próxima fala em seguida à sua, para não dar encontrão.
4.      Roberto: vamos rever a marca inicial (deitar no sofá): Prefiro algo mais discreto.
5.      Ana Cristina: o texto diz: uma coisa dessa ou uma coisa dessas?
6.      Francinice, Katiana e Leir: não ficar tão encostadas na parede durante a primeira cena.
7.      Ana Marlene: vamos tentar sua entrada pela última passagem, mais ao fundo.
8. Leir: aparecer na janela telefonando. Ver no guarda-roupa do Teatro, deve haver este aparelho. Quanto mais antigo (modelo preto) melhor.
9.  Cali: colocar a farinha na mesa como resposta à provocação da mãe, portanto com mais energia. Providenciar um objeto melhor (não a caneca).
10.  Ana Cristina: precisamos determinar em que momentos você deve fechar ou não a janela.
11.  Sidney: “seje”.
12.  Alan: “manera” foi bem feito, com toques na mesa. Boa energia. Manter.
13.  Ronaldo: pode ir e voltar à banqueta do início (Betina), para proporcionar mais espaço para a cena do Mundinho.
14.  Ana Katia: fechar a janela ao sair (dizendo “azia”).
15.  Roberto: a ida ao banheiro deve ser feita por trás da mesa. Não há necessidade de contornar. A passagem a ser utilizada é a última.
16.  Tales: que objeto você tinha nas mãos durante discussão com Luizinha?
17.  Katiana: “Eu sabia”, com a mão na mesa:OK. Manter. Pode energizar um pouco mais.
18. Tales: três movimentos: Tirar a camiseta e sair. Aparecer enxugando as axilas com uma toalha de rosto e sair. Voltar vestindo uma camisa, aproveitando o tempo disponível para abordar.
19.  A saída da fábrica precisa utilizar todas as três passagens. Dividir em grupos de assuntos. Quem conversa o quê com quem? Não pode ser fingido. Podemos aproveitar o tema da panfletagem em porta de fábrica.
20.  A cena dos cupinchas não correspondeu ao que foi ensaiado.
21. Tango: vamos ver se é possível atrasar a entrada dos moços, ou pelo menos apagar o ciclorama e a contra-luz, porque a cena das meninas ainda não terminou.
22. Ana Cristina (e Piancó): Abajur Lilás só começa depois que você fizer a mímica de colocar disco na vitrola. (Aliás, poderíamos ter alguns discos 78 rotações. Basta colocar sobre um tampo, atrás do sofá, que já fica valendo “Mafalda colocou um disco na vitrola”.).
23.  Ronaldo: boa reação em “Que casa?” manter. É realmente uma cena de comédia.
24.  Leir: usar janela de frente para a platéia. A visibilidade é melhor.
25.  Ana Cristina: ao sair com Seu Wilson para dentro de casa, é melhor tirar a banqueta, que fica em cena determinando “espaço interno”.
26.  Vizinhas: vamos testar utilização da escada durante briga da Dona Shirley com Mafalda.
27.  Ana Cristina: fechar janela ao sair para brigar com Dona Shirley na rua. Abrir a toalha para provocar Dona Shirley, ao sair na última fala. É Seu Wilson quem dá um susto nas vizinhas, com o guarda-chuva.
28.  Katiana: fugir pela última passagem, ao fundo.
29.  Sidney: pode chegar mais apressado na cena do Delegado. Ele tem avidez de notícias (é ambicioso).
30.  Lúcia: vamos testar entrada de Baiaca nesta mesma cena pela escada, como Sidney (Ela o viu na rua, veio correndo atrás).
31. Ana Cristina: falar mais perto da “porta para dentro de casa”, quando se dirigir aos policiais.
32.  Ana Cristina: “dar parte”: não ouvi.
33.  Sidney: “Vai tirando aí, rapaz”. Você fez bem forte. Manter.
34.  Cortejo sai pelo beco, ao fundo, e não pela escada.
35.  As três meninas já começam a cena sentadas no degrau, lendo o jornal. Fica esquisito ler o jornal andando.
36.  Ana Cristina, Alan e Fernando (luz): ela aparece em cena, liga a rádio-vitrola (mesmo objeto, atrás do sofá). Aí, Alan começa a falar.
37.  Mesa do bolo: deve ser de rodinhas. Deve sair em direção à casa de Mafalda, mais ao fundo.
38.  Francinice: deixar o xale pendurado ao lado da entrada, não debaixo da mesa.
39.  Galba: tanque pode ser atrás da tapadeira, mais os baldes, onde se costuma colocar garrafas. Seria bom ouvir esses sons de garrafas batendo.
40. Francinice: atrasar um pouco a ida para a marca “pasteuzinhos”, porque você fica esperando uma réplica que às vezes demora.
41.  Alan: tocar LILI permanentemente, para poder haver o baile.
42.  Três meninas: abrir passagem para Ana Katia passar, vindo do fogão para a mesa do bolo.
43.  Cali, Galba e Ana Katia: Cali passa na frente dos pais, depois do brinde.
44.  Baile não pode atrasar.
45. Leir: cantar sonhadoramente, com voz de soprano. É uma solteirona ainda romântica. Emocionada, arruma coisas sobre o fogão.
46.  Oscar: não falar tão chorado com Cali.
47.  Oscar: reagir mais rápido (sentar no degrau).
48.  Cali: pôr a mão no ombro do Oscar e deixar. Ele é quem tira, não você.
49.  Airton e Roberto: entrega das compras durante risada geral é sobre o tablado.
50.  Todo mundo entrou na cena da risada geral? O grupo parecia pequeno.
51.  A cena dos caras com Roberto é mais ao canto, começando sobre a escadaria, e não no centro, na frente.
52.  Ana Cristina: melhorar posição na mesa ao escrever, para facilitar visão do público.
53.  Roberto: preparar mesa com pequena camada de espuma, para você não se machucar. Falar com equipe de aderecistas.
54.   A saída dos caras é mais ao fundo, vindo da escada, pelo “beco”.
55.  Alan: ótimo humor durante Babalu. Manter simpatia com o público.
56.  Lúcio: pode descer o tablado. Programas de televisão costumam ter tablados e escadarias, para entradas gloriosas.
57.  Ana Cristina: recolher completamente o bordado, que continuou aparecendo mesmo depois de retirado de cena.
58.  Francinice: não sussurrar durante cena do Pai Bentinho.
59.  Vizinhas: fazer diagonal mais aberta para o público, depois desta mesma cena.
60.  Airton e Cali: saída do Pai Bentinho foi muito lenta.
61.  Vizinhas: e as bolsinhas? Vocês vão acabar se acabar se atrapalhando…
62.  Vizinhas: não sair pela casa Dona Shirley, porque por aí vão estar entrando as três meninas.
63.  Igor: agilizar mais o texto, não segurar tanto.
64.  Séfora: registrar mais o despeito, depois da cena com os meninos do carnaval.
65.  Ronaldo: Nivaldo pode falar mais longe da Lena.
66.  Ceronha, Lúcia, e Ana Katia: a primeira mais ao alto, a segunda mais próxima do público. Ana Katia entra no meio, vindo de casa.
67.  Ceronha: girar bem no centro do palco, onde há focos especiais.
68.  Ceronha: não seria melhor substituir “Pai” por “Mãe”, já que o pai não aparece?
69.  Percussão: sair da passagem, ficar em frente da parede da casa ou ficar de cena (dá para controlar a cena assim?).
70.  Urubus: quem de vocês pode fazer o teste da transformação das tabuinhas em facas?
71.  Melhorar a distribuição dos urubus na escadaria.
72.  A cena dos japoneses e todo o final da peça: excessivamente lento por quê?
73.  Airton: melhor não aparecer na escadaria, para aumentar o peso da Sociedade.
74.  Ana Katia: não atrasar nas entradas para chamar “Fadinha!”
75.  Percussão: usar mais o silvo durante intervenções da Ana Katia.
76.  Ana Katia: saída final deve ser mais forte, mais decidida, ainda que velha. Voltar pelo “quintal”, para causar estranheza e dar variedade.
77.  Ana Cristina: começar monólogo imediatamente ao levantar a cabeça, para o público não poder pensar que a peça acabou. Descer, fazer o monólogo, subir no final. É um trecho muito suave, como se você estivesse ninando uma criança.                                 (Negritos meus)

"Ana Cristina (e Piancó): Abajur Lilás só começa depois que você fizer a mímica de colocar disco na vitrola. (Aliás, poderíamos ter alguns discos 78 rotações. Basta colocar sobre um tampo, atrás do sofá, que já fica valendo 'Mafalda colocou um disco na vitrola'.).(variação22).”
Imagem (acervo da atriz)  Ana Cristina Viana,  noutro momento , como Mafalda....
²Ficha Técnica
Atrizes\personagens
Ana Cristina Viana – Mafalda.
Ana Cali – Nedinha, Secretária do Dr. Alarico, Mafalda, Noiva, Rumbeira,
Mucama de Pai Bentinho, Urubu, Prólogo, Tango, Carnaval.
Ana Kátia Moreira – Dona Shirley, Dona Zezé, Mãe da Mafalda, Tango,
Prólogo, Carnaval.
Ana Marlene – Dona Zefa Baiana, Carnaval.
Ceronha Pontes – Lena, Rumbeira, Macumbeira, Prólogo, Carnaval.
Francinice Ramos – Dona Madalena, Tango, Japonesa, Urubu e Carnaval.
Katiana Monteiro – Luizinha, Tango,Urubu, Carnaval.
Leir Pontes – Ritinha,Tango,Urubu, Carnaval.
Lúcia de Fátima – Baiaca, Rumbeira, Prólogo, Urubu, Macumbeira e Carnaval.
Séfora Rangel – Rosemary, Fadinha, Rumbeira, Macumbeira, Prólogo e
Carnaval. 

 "Alan: ótimo humor durante Babalu. Manter simpatia com o público"(variação55).
Imagem (acervo pessoal): 
Lúcio Leonn, como Gentleman e Allan Duvale: Babalu

















Atores\personagens
Airton Lima – Seu Betina, Pai Bentinho e Carnaval.
Allan Kardec Furtado – Babalu, Policial, Prólogo, Locutor, Urubu, Tango e
Carnaval.
Tales Valério – Zeca Geléia, Policial, Bloco dos Sujos, Coro da TV, Macumbeiro,
Urubu, Prólogo, Tango e Carnaval.
Galba Nogueira – Delegado, Pai da Mafalda, Percussão, Tango e Prólogo.
Igor Epifânio – Fotógráfo, Bloco dos Sujos, Coro da TV, Macumbeiro, Urubu,
Cara do Bar, Tango, Prólogo e Carnaval.
Leonardo Martins – Japonês, Cara do Bar, Cupincha do Dr. Alarico, Bloco
Dos Sujos, Enfermeiro, Coro da TV, Macumbeiro, Tango, Prólogo, Urubu,
Carnaval.
Lúcio Leonn – Médico Legista, Gentleman, Cupincha do Dr. Alarico, Cara do Bar,
Voz na Macumba, Urubu, Tango, Prólogo e Carnaval.
Oscar Roney – Valdir, Noivo de Mafalda, Tango, Enfermeiro, Bloco
dos Sujos, Coro da TV, Macumbeiro, Prólogo, Urubu, e Carnaval.
Roberto Maur – Mudinho, Urubu, e Carnaval.
Ronaldo Souza – Sr. Wilson, Nivaldo, Dr. Alarico, Tango, Urubu, Prólogo,
Percussão e Carnaval.
Sidney Malveira – Waldemar, Percussão, Prólogo, Carnaval.


texto original MAFALDA\SOFFREDINI\VENDRAMINI. COMENTÁRIOS (Texto p. 1\3) SOBRE O ENSAIO GERAL DO DIA 18.08.1997- acervo pessoal
Diretores assistentes
Augusto Gigli, Fernando Piancó, Graça Freitas, Omar Rocha, Pedro Domingues, Ueliton Rocon e Vanina Fabiak.

Cenografia
William Pereira

Figurinos
William Pereira e Cristina Pessoa

Execução de figurinos
Cristina Pessoa

Alunos estagiários do curso de Figurino*: Silza Freire, Francisca Carolina
da Rocha, Magda Ferreira Lopes, Odaílde da Silveira e Terezinha Martins.

“Lúcio: pode descer o tablado. Programas de televisão costumam ter tablados e escadarias, para entradas gloriosas (variação56).”
Imagem (acervo do CDT e ator): Lúcio Leonn (Gentleman) e Allan Duvale (Babalu) [em cena do espetáculo], Theatro José de Alencar (TJA). Fundo de cena: Igor Epifânio \ Leonardo Martins \Oscar Roney\ As Rumbeiras: Ana Cali \ Ceronha Pontes \ Lúcia de Fátima \ Nádia Aguiar. Além de, Katiana Monteiro (Luizinha).
Camareiros
Ana Maria Souza -Equipe do TJA
Aluno estagiário do curso deWilliam Pereira Camareiro*: Manoel Giffoni

Cenotécnica (Execução da Cenografia)
Antônio Guedes da Silva e Antônio Adail do Nascimento – funcionários
do TJA

Alunos estagiários do curso de Cenografia/Pintura de Cenário*:
ÓzimoAlves Freire, Fernando Peixoto, Israel Gomes Carlôto, Edson Ferreira
V. Junior, Carlos César dos Santos e Matheus da Silva.

Iluminação
J. E. Vendramini, William Pereira, Fernando Peixoto e Pedro Domingues

Operação e Montagem de Luz
Ary Dionizio, Fernando Ribeiro de Melo, e Francisco José Brasil da Silveira

Aluno estagiário do curso de Iluminação Cênica*: Fernando Peixoto

Adereços
Alunos estagiários do curso de Adereços*: Ana Cali, Silvia Moura, Francinice
Campos, Marcan Mendonça, Sâmia Bittencourt e Milton Paulo.
– Adereço de cena de Lúcio Leonn (acervo pessoal)– personagem Gentleman
Máscaras
Alunos estagiários do curso de Máscaras*: Antônio Adalberto Costa Júnior
e José Quariguasi Júnior

Diretor Musical
Elvis Matos

Sonoplastia e Operação de Som
Mauro Coutinho, Ueliton Rocon e Fernando Piancó

Coreografia
Clerton Vieira

Maquiagem
André Cabeleilero's

Alunos estagiários do curso de Maquiagem*: José Quariguasi, Albanita
Camurça e José Júnior dos Santos

Diretor de Produção
José Alves Neto

Assistentes de Produção
Alunas do Colégio de Direção Teatral: Jamilca Brito e Silvia Moura

Alunos estagiários do curso de Introdução à produção de Eventos*: Gilberto
Rodrigues

*Todos os alunos são do Instituto Dragão do Mar de Arte
e Indústria Audiovisual do Ceará

DIREÇÃO GERAL: JOSÉ EDUARDO VENDRAMINI
Imagem (acervo do CDT e pessoal) [cena do espetáculo] “os Caras do Bar”: (E)Leonardo Rodrigues\Thales Valério\Lúcio Leonn (C) e Oscar Roney (Noivo de Mafalda), Theatro José de Alencar (TJA).

Governo do Estado do Ceará
Governador: Tasso Ribeiro Jereissati

Secretaria da Cultura e Desporto do Estado do Ceará
Secretário: Paulo Sérgio bessa Linhares
Subsecretário: Nilton Melo Almeida

Ministério do Trabalho - Fundo de Amparo ao Trabalhador\FAT 
Ministro: Paulo de Tarso de Almeida Paiva

Sistema Nacional de Empregos\SINE-CE 
Coordenador: José de Freitas Uchoa

Fundação de Teleducação do Ceará\Funtelc
Presidente: Paulo Ernesto Saraiva Serpa

Instituto Dragão do Mar de Arte e Industria Audiovisual do Ceará
Direção: Maurice Capovilla
Coordenação de Centros: Elisabete Jaguaribe

Centro de Estudos de Dramaturgia
Direção: Orlando Senna
Coordenação: Amauury Cândido

Departamento de Teatro\Colégio de Direção Teatral
Direção: Antonio Mercado
Coordenação Artística: Conceição Senna
Coordenador de Cursos e Produção: Stanley Whibbe
Assistente da Coordenação de Curso:Cristina Francescutti
Produtor: José Alves Neto
Secretária: Anália de Oliveira

Agradecimentos
Cel. Adailton Rodrigues Magalhães, (Comando do Policiamento da Capital), Agostinho Gósso, Anália de Oliveira, Dr. Aprígio Mendes Filho (Superitendente do Instituto Doutor José Frota), Argos Mesquita, Ary Dionizio, Augusta Viguier, Cristina Pessoa, Equipe Técnica do TJA, Francisca Maria Campos Rocha, Dr. Francisco Rocha Lima (Frontec), Isabel Moreira da Silva (D. Betinha), Dr. João Alfredo Pinheiro Júnior (Coordenador da Defesa Civil do Estado), Lindalva Coelho, Maninha Morais, (Diretora do TJA), Márcia Genésia de Santana (IPHAN), Maria José Linhares, Maria José Barroso, Norma Melo Jorge, Orlando Braga, Orlando Vieira (Visão Serviços Empresariais), Rejane Reinaldo, Rõmulo Coelho, Sandra de Souza Bastos e Zildélia Castro. 
Imagem (acervo do ator): Lúcio Leonn e Ana Cristina Viana, [em cena de Improvisação],  Curso “Direção de Atores” por José Eduardo Vendramini\Colégio de Direção Teatral (1997) \ Sala -Teatro Nadir Saboya (TJA). "Muito antes, da encenação de Mafalda..."

Sinopse
²“O Caso dessa tal
de MAFALDA,
que deu muito
o que falar
e que acabou como
acabou
num dia
de Carnaval”

Mafalda, uma prostituta muito especial, vai morar num bairro operário, na periferia de uma grande cidade, por ser proprietária de uma das casas. Imediatamente, ocorrem as reações da vizinhança: os homens começam a trair suas esposas, que se organizam para expulsar a intrusa. Até o dono da fábrica sucumbe aos encantos de Mafalda e recupera sua virilidade perdida.
As mocinhas do bairro, muito fantasiosas, também ficam bastante perturbadas com a presença de Mafalda, vendo nela tanto um grande perigo quanto uma alternativa de vida.
Numa noite de Natal, sozinha, Mafalda acolhe o Mudinho, um ser tão marginalizado e carente quanto ela.
No dia seguinte, ele amanhece morto.
(...)
Capa do livro 'Carlos Alberto Soffredini - serragem nas veias' (Fotos: Divulgação)
*Apresentação do livro “Carlos Alberto Soffredini – serragem nas veias”, escrito por Renata Soffredini para a Coleção Aplauso da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, lançado em 2010 (para ler a obra, na íntegra, clique aqui

²O autor
Formado em Letras (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Santos) e Interpretação (Escola de Arte Dramática da ECA\USP), Carlos Alberto Soffredini é autor de vários textos para Rádio (História de Pablo e Joana, Anita Garibaldi - Heroína por amor e o Sol da Terra – Epopéia de Canudos), Cinema (A Àrvore do Sexo – co-auroria, Terra, a Gata e Marvada Carne) e Televisão (Aparecida e Hoje é Dia de Maria- inéditos\TV Globo).
Sua maior produção, no entanto, é para o Teatro: O Caso dessa tal de Mafalda…, Mais Quero Asno que Me Carregue Que cavalo Que Me Derrube, Na Carreira do Divino, Vem Buscar-me Que Ainda Sou Teu, Minha Nossa, De Onde Vem o Verão, O Guarani- Uma Lenda Indígena e Quixote, dentre outros. Dirigiu várias peças teatrais como Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, Titus Andronicus, de Shakespeare, A Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente.
Entre os prêmios recebidos por Soffredini estão o de primeiro lugar no Concurso Nacional de Dramaturgia – antigo Serviço Nacional de Teatro, de melhor autor da Associação Paulista de Críticos de Arte (1979\1992),Mambembe (1979) e Molière – Air France (1992).

fragmento do fôlder \ Espetáculo  (acervo pessoal de Lúcio Leonn)


²Alunos-diretores

“Temos exercitado com Vendramini a instrumentalização técnica aplicada à encenação, o manejo com o grupo e clareza na concepção do espetáculo. Ferramentas essenciais para a arte no teatro.” (Aluno-diretor Augusto Gigli, Folder do Espetáculo “O Caso dessa tal de Mafalda..., dirigida por José Eduardo Vendramini, 1998: segundo Lúcio Leonn, 2017).

“O processo de trabalho, desenvolvidopelo diretor José Eduardo Vendramini com a montagem de O Caso dessa tal de Mafalda…, foi prático e objetivo. As coisas eram levantadas e, simultaneamente, se analisava o texto, compreendia-se as personagens e percebia-se o universo da peça e do autor. Agora, é sentar, assistir e deleitar-se com mais esse resultado de trabalho do Colégio de Direção. Bom espetáculo! (Aluno-diretor Fernando Piancó, Folder do Espetáculo “O Caso dessa tal de Mafalda..., dirigida por José Eduardo Vendramini, 1998: segundo Lúcio Leonn, 2017).

“Com Vendramini tivemos não só lições de encenação, mas também de ética e de como equacionar disciplina e democracia. Uma experiência que nos põe a pensar sobre a arte que fazemos e, principalmente, como elaboramos o nosso próprio processo de criação teatral.” (Aluna-diretora Graça Freitas, Folder do Espetáculo “O Caso dessa tal de Mafalda..., dirigida por José Eduardo Vendramini, 1998: segundo Lúcio Leonn, 2017).

“Trabalhar com José Eduardo Vendramini no Colégio de Direção Teatral, como assistente na montagem da peça O Caso dessa tal de Mafalda..., foi um exercício de generosidade e aprendizagem do mais alto respeito pelo teatro e pelas pessoas que o fazem. Valeu! Obrigado Vendramini.” (Aluno-diretor Omar Rocha, Ibidem).

“Mafalda é um processo onde aprender a dirigir significa, na prática, compreender o Teatro como esforço realmente coletivo.” (Aluno-diretor Pedro Domingues, Ibidem).

 “Trabalhar com Vendramini nesta montagem foi como voltar ao jardim da infância: aprender o bê a bá e, que é o melhor, brincando. O prazer foi todo nosso!” (Aluno-diretor Ueliton Rocon, Ibidem).

“Nessa etapa do Colégio estamos trabalhando especialmente marcação de conjunto, movimento e transição de cena de grande grupo, ritmo geral da peça. Tudo isto é possível tanto pela metodologia e experiência transmitida pelo professor, quanto pelas exigências da peça escolhida por ele, justamente com a finalidade de atender o aprendizado nesses temas. É uma etapa de muito proveito.” (Aluna-diretora Vanina Fabiak Ibidem).



"Ronaldo: boa reação em “Que casa?” manter. É realmente uma cena de comédia (variação23).”
Imagem (acervo do ator) Ronaldo Souza‎: (Sr. Wilson) e Ana Katja Moreira (Dona Shirley) [cena do espetáculo], Theatro José de Alencar (TJA).




















²A Espiral
do Dragão

Esta montagem de O Caso dessa tal de MAFALDA, que deu muito o que falar e que acabou como acabou num dia de Carnaval, de Carlos Alberto Soffredini, é o segundo exercício público do Colégio de Direção Teatral, atividades iniciada em novembro de de 1996 e com término programado para dezembro deste ano. Esta macro-oficina, montada pelo Instituto Dragão do Mar, pretende capacitar, treinar, burilar encenadores teatrais – pela simples razão de tais artistas serem multiplicadores naturais de grupos, conhecimentos, experiências, espetáculos, filmes. Os objetivos são dois, como se pode intuir: dinamização e expansão da atividade teatral no Estado do Ceará e preparação de recursos humanos de qualidade para a indústria audiovisual. No que se refere à qualificação, vale salietar o aprimoramento técnico e profissional dos atores e atrizes que compartem com os alunos-diretores o aprendizado destes doze meses.
O primeiro exercício veio à luz no dia 28 de fevereiro – as duas montagens, em estilos distintos, de A Ciranda, de Arthur Schinitzler, que tiveram casa cheias, durante duas semanas, no Teatro Morro do Ouro e no porão do Theatro José de Alencar. Nesta   primeira etapa do Colégio, os alunos dirigiram cenas sob a orientação de Antonio Mercado e Reanato Icarahy.
Imagem de Orlando Senn e Conceição Senna
(2010)http://www.festivalverefazerfilmes.org.br/2010/?p=130
Na segunda etapa, que ora se encerra com a apresentação de Mafalda, os alunos atuaram como diretores-assistentes em um simulacro de montagem profissonal. Sob a batuta de José Eduardo Vendramini, conheceram e reconheceram dificuldades e soluções de produção, formatação de elenco, concepção cênica, utilização da tecnologia – um contato de primeiro grau com difícil e paciente ofício de chefe de orquestra, com os artifícios através dos quais é possível moldar informações e cabeças dessemelhantes em um conjunto harmonioso.
Na etapa a seguir, que começa em setembro, os alunos-diretores (...).

Orlando Senna 
Diretor do Centro de Estudos de Dramaturgia
[segundo Lúcio Leonn, 2017.]
Imagem (acervo Jorge Luis Viana\Lúcio Leonn) / pausa (Esquerda foto)|Atores: Oscar Roney\Nádia Aguiar\LeonardoRodrigues\ Lúcia de Fátima\ Thales Valério\ Kátia Barreira\ Roberto Maur \ Lúcio Leonn e Jorge Luis Viana - Espetáculo O Caso dessa tal de Mafalda, que deu muito o que falar e que acabou como acabou num dia de Carnaval, de Carlos Alberto Soffredini. Direção: José Eduardo Vendramini, Colégio de Direção Teatral (1ª fase-1997) - Theatro José de Alencar.


²Mafalda,
Um desafio
José Eduardo
Vendramini

Mafalda, de Carlos Alberto Soffredini, representa um grande desafio para o encenador e também para toda a equipe, tal a sua exuberância, riqueza de planos e técnica de construção, de natureza cinematográfica, não linear.
Através da crônica do cotidiano de um bairro operário, que vê sua rotina alterada com a chegada de uma prostituta muito especial, a peça, fala da exclusão dos diferentes e da permanente busca da felicidade.
O autor trata do prazer da fofoca e do poder da imprensa que se alimenta do escândalo. E, porque gosta do povo, fala também de festas, dos ritos religiosos e das diversões populares.
 Tudo é visto através dos filtros da fantasia de quem via o cinema americano e mexicano das décadas de 50 e 60, e ouvia radionovela, então vivendo seu auge.
Mas, principalmente, o autor fala do prazer de se “contar um causo”, sem o qual a vida não teria graça.
Em síntese, Mafalda, é uma peça que trata do prazer da narrativa, elogiando o desatino e poetizando o cotidiano. E sem deixar de ser teatro popular da melhor qualidade, pleno de calor humano e solidariedade para com os excluídos.

Foto: Roberto Ikeda

²O Diretor
José Eduardo Vendramini é dramaturgo e encenador. Começou a fazer teatro em 1964, em São José do Rio Preto, onde morou até 1976, quando mudou-se para São Paulo com o objetivo de cursar doutoramento na Universidade de São Paulo.

Por suas atividades em teatro amador, obteve várias vezes o Prêmio Governador do Estado.

Em 1980, começou a lecionar na Escola de Comnicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), onde trabalha até hoje como professor de Direção Teatral e Chefe do Departamento de Artes Cênicas.

Em 1987, dirigiu Esta Noite Improvisamos, de Luigi Pirandello, em Portugal. Seus últimos trabalhos como encenador foram Madame de Sade, de Yukio Mishima, em 94; O Pais do Sol, de Renata Pallottini, em 95, e Retrato de Quorpo Santo, em 97, todas apresentadas em São Paulo.

________________
Informo, que:

1ª fase no Curso Colégio de Direção Teatral (1ª Turma-CDT) compreende (1996-1997) – E, o início da 2ª fase: 15 de março de 1998, a fevereiro de 1999;


³2ª FASE:
Os alunos-intépretes selecionados, que se juntaram aos demais da 1ª fase, foram: Danilo Pinho, Eddie Ferreira, Juliana Carvalho, Jorge Luis Viana, Kátia Barreira, Nádia Aguiar, Sidney Souto, Thylba Araújo e William Mendonça.

Os alunos-diretores selecionados foram: Ângela Escudeiro, Bruno Correia Lima e Francisco Wellington. No entanto, somente destes citados como alunos-diretores permaneceram até o final: Augusto Gigli, Francisco Wellington, Graça Freitas, Omar Rocha, Pedro Domingues, Ueliton Rocon e Vanina Fabiak, procedentes, até então, da 1ª fase. (Fonte: Arquivo pessoal-Ano de 1996 a 1998. In LUCENA, 2002)


Fonte consultada:
Arquivo pessoal do Aluno-Intérprete Lúcio Leonn: ¹MAFALDA\SOFFREDINI\VENDRAMINI. COMENTÁRIOS (Texto p. 1\3) SOBRE O ENSAIO GERAL DO DIA 18.08.1997. Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual do Ceará. Montagem Espetáculo “O CASO DESSA TAL DE MAFALDA…”, de Carlos Alberto Soffredini. Direção de José Eduardo Vendramini. Curso Colégio de Direção Teatral\CDT-1ª Turma (1ª fase) \ (1996 a 1997): Theatro José de Alencar;

²Folder do Espetáculo “O Caso dessa tal de Mafalda..., dirigida por José Eduardo Vendramini, 1998 – Arquivo pessoal de aluno-Intérprete Lúcio Leonn.

³Os Processos de Formação Teatral em Fortaleza na década de 1990: Memórias de um ator. Fortaleza: UECE/CEFET-CE. 2002; (Especialização em Arte e Educação, 177p.). Lucena, Lúcio José de Azevêdo (Lúcio Leonn).



Vide mais:

Avaliação dos Alunos - Diretores/Intérpretes sobre o Curso Colégio de Direção Teatral - CDT/1ª Turma - (1996 a 1999) - Disponível em: http://notasdator.blogspot.com.br/2009/01/avaliacao-dos-alunos.html


O Curso Colégio de Direção Teatral-1ª/2ª FASE (1ª turma 1996-1999): Uma análise à parte. Disponível em: http://notasdator.blogspot.com.br/2009/01/o-curso-colegio-de-direcao-teatral-1.html


2ª Turma do Curso Colégio de Direção Teatral (1999–2001): Um Breve Registro. Disponível em: http://notasdator.blogspot.com.br/2016/03/2-turma-do-curso-colegio-de-direcao.html


Outro, breve registro: 3ª Turma do Curso Colégio de Direção Teatral (2001–2004) - Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual do Ceará. Disponivel em: http://notasdator.blogspot.com.br/2016/04/outro-breve-registro-3-turma-do-curso.html

****
Leia também abaixo, os que se sentiram ‘talvez excluídos’ do processo, do Curso Colégio de Direção Teatral (1ª turma 1996-1999) registro de 2008, durante XV Festival de Teatro de Guramiranga-Ce], anos posteriores:

“ (...) A partir da fala de Maninha [Morais] foram rememorados momentos importantes para a formação e qualificação em cultura e artes no Ceará, até a criação do Colégio de Direção Teatral. Ressaltado o caráter original da proposta financiada pelo FAT, e sua valiosa contribuição para a arte e a cultura cearense, uma real mudança de paradigma, comparações inevitáveis foram traçadas, entre o Colégio de Direção Teatral e o Colégio de Dança. O de Direção teria trazido em seu cerne, equívocos profundos quando se pautou na ação teatral fora do grupo, na tentativa de construção de um modelo pedagógico falido, tanto na sua origem americana quanto na filial brasileira, eixo Rio-São Paulo, que é a formação voltada exclusivamente para o mercado - basta pensar que o grande espetáculo desse processo cearense foi "Os Iks", montagem de Celso Nunes, 30 anos após sua estréia em São Paulo – àquela época já uma versão tosca do grandioso trabalho do inglês Peter Brook na França com seu grupo multi e transcultural de atores e técnicos. Enquanto isso, (...)." [Grifo meu]

COLUNA PELO CELULAR. XV FNT: palco da pesquisa e da formação em artes. Rej Rey 23 Set 2008 - 00h52min.


Ver mais sobre:
Carlos Alberto Soffredini (autor):