terça-feira, 24 de maio de 2016

Memória 3 - Poetisa Brasileira Anna Amélia de Queiróz Carneiro de Mendonça -, Arte & Educação - Escolinha de Arte do Brasil, (1971)

 SÉRIE 3 MULHERES: MEMÓRIAS,  por Lúcio José de Azevêdo Lucena - Lúcio Leonn.

“Anna Amélia apreciava com o mesmo amor uma obra de arte ou uma simples criação artesanal. E sua poesia era a maneira de transmitir esse amor pela vida, pelas coisas simples, pelas pessoas que a cercavam. [...] não parou na contemplação. [...]. Teve sempre uma vida ativa e voltada para os outros.” AUGUSTO RODRIGUES.

(Igualmente, memória minha à sua filha:
Barbara Heliodora (1923-2015)
LEONN, LÚCIO. Anna Amélia de Queiróz Carneiro de Mendonça: Crianças (ilustração\poema). 1971. Foto (1922: com 26 anos) –Arte & Educação (periódico) - Escolinha de Arte do Brasil por Augusto Rodrigues. 1971, p.5. 1 fot., p&b, reprodução/coloração minha. 
Anna Amélia, uma vida cheia de Amor e Poesia
(Transcrição elaborada por Lúcio Leonn, 2016)
Publicado em ARTE & EDUCAÇÃO, Rio de Janeiro: Escolinha de Arte do Brasil. AUGUSTO RODRIGUES. Anna Amélia, uma vida cheia de Amor e Poesia; Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça: Crianças -, Ano I, n. 4, p.5, abr. 1971. Acervo pessoal (periódico) Lúcio José de Azevêdo Lucena - Lúcio Leonn. 

Num fim de tarde, no mês passado, Anna Amélia de Queiróz Carneiro de Mendonça fechou seus olhos para sempre.
Olhos que sempre estiveram abertos pra os problemas alheios e cheios de bondade para encarar a vida e as pessoas.
Permanentemente interessada nas coisas, Anna Amélia apreciava com o mesmo amor uma obra de arte ou uma simples criação artesanal. E sua poesia era a maneira de transmitir êsse amor pela vida, pelas coisas simples, pelas pessoas que a cercavam.

Mas Anna Amélia não parou na contemplação. Eleita “Rainha dos Estudantes” em 1928, passou em seguida a defender os interêsses dos estudantes, vindo a participar da fundação da Casa do Estudante do Brasil, em 1929. Daí em diante dividiu suas atividades entre a assistência ao estudante e a emancipação feminina. Em 1935, foi nomeada delegada oficial do Brasil ao XX Congresso Internacional Feminista, em Istambul, Turquia.

Teve sempre uma vida ativa e voltada para os outros. Casada com Marcos Carneiro de Mendonça, industrial e historiador, membro do Instituto Histórico e Geográfico, sempre recebeu de sua parte o incentivo para levar avante suas campanhas e reinvindicações, em mais de 50 anos de vida em comum.
“Arte e Educação” não podia deixar de lembrar aqui a figura de Anna Amélia, a poetisa precoce e de rimas suaves, a mulher empreendedora e realizada. Nada melhor que seus próprios versos para contar aos leitores quem era Anna Amélia de Queiróz Carneiro de Mendonça. Na foto que os acompanha, vemos Anna Amélia com 26 anos, revelando nos olhos tôda a ternura com que contemplaria duas crianças a brincar.

Crianças:
ANNA AMÉLIA DE QUEIROZ CARNEIRO DE MENDONÇA
(Transcrição Lúcio Leonn, 2016)
Publicado em ARTE & EDUCAÇÃO, Rio de Janeiro: Escolinha de Arte do Brasil. AUGUSTO RODRIGUES. Anna Amélia, uma vida cheia de Amor e Poesia; Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça: Crianças -, Ano I, n. 4, p.5, abr. 1971. Acervo pessoal (periódico) Lúcio José de Azevêdo Lucena - Lúcio Leonn. 
Crianças
Brincam juntas pelas ruas
Uma loura, outra morena.
Risonhas, lindas as duas;
Maltrapilhas, quase nuas,
São lindas, mas causam pena.

Que belas côres as suas
Uma loura, outra morena.
São duas flôres, as duas,
— Uma rosa e uma açucena.
Que vicejam pelas ruas.

São lindas, mas causam pena,
Assim pobres, quase nuas;
A lourinha é mais pequena;
Seus olhos, de luz serena,
São pequenas meias luas.

É maiorzinha a morena
— Um quase nada entre as duas.
Pela tarde fresca e amena,
Correndo, as perninhas nuas,
Têm maneios de falena.

 E, eu vejo brincar as duas
Na tarde calma e serena.
Rindo, embora seminuas,
Não mereceis minha pena,
Alegres flôres das ruas.


“Faço questão de manter o vocabulário e a gramática característica da escrita original no Jornal Década de publicação (1970)”  Lúcio Leonn.

Fonte consultada:
AUGUSTO RODRIGUES. Anna Amélia, uma vida cheia de Amor e Poesia; Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça: Crianças - ARTE & EDUCAÇÃO, Rio de Janeiro: Escolinha de Arte do Brasil, Ano I, n. 4, p.5, abr. 1971. Acervo Pessoal (periódico) de Lúcio José de Azevêdo Lucena - Lúcio Leonn.
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Por AUGUSTO RODRIGUES (Recife, 21 de dezembro de 1913 — Resende, 9 de abril de 1993). Homenagem póstuma em revista ARTE & EDUCAÇÃO à poetisa brasileira Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça, que nasceu no Rio de Janeiro em 17 de agosto de 1896. E, faleceu também, no Rio de Janeiro - março de 1971, aos 75 anos de idade.  Anna Amélia e Marcos Carneiro de Mendonça tiveram três filhos, sendo a mais nova nossa emblemática e crítica teatral: Barbara Heliodora (1923-2015). Grifos meus,2016


<<<Vídeo

SÉRIE 3MULHERES: MEMÓRIAS
*Memória 1 - ATRIZ Brasileira Glauce Rocha: uma militante acima de tudo, humana (1971). Disponível em: http://notasdator.blogspot.com.br/2016/05/glauce-rocha-uma-militante-humana.html

*Memória 2: Clarice Lispector - (Especial para Arte & Educação): Escolinha de Arte do Brasil(1971). Disponível em: http://notasdator.blogspot.com.br/2016/05/clarice-lispector-especial-para-arte-e.html

*Memória 3 - Poetisa Brasileira Anna Amélia de Queiróz Carneiro de Mendonça -, Arte & Educação - Escolinha de Arte do Brasil, (1971). Disponível em: http://notasdator.blogspot.com.br/2016/05/memoria-3-poetisa-anna-amelia-de.html


[Lúcio José de Azevêdo Lucena(Org.)-Lúcio Leonn].