sábado, 26 de outubro de 2013

Breves Experiências Artísticas e Estéticas como Aluno e como Professor de Arte: Memórias

por Lúcio José de Azevêdo Lucena
“Aos 15 anos eu sabia desenhar como Rafael, mas precisei uma vida inteira para aprender a desenhar como as crianças”, Pablo Picasso, pintor espanhol (1881-1973).

Professor caricaturado pelo Aluno

O PRIMEIRO contato, enquanto ALUNO de artes veio igualmente, por meio do Teatro na Escola. Minha professora de jardim1 ensinava-me a dramatizar e a brincar por meio da peça: “Dona Baratinha”. E, eu era o "personagem Ratinho que tinha um final trágico". Ainda, era um jogo dramático\teatral na minha vida que encaminhava-me sempre, com alegria. E, aquilo me marcou muito...

NOUTRO momento, contato deu-se nas antigas aulas de Educação Artística, em que havia muitas aulas teóricas sobre “Cultura e Civilização”. Nem havia desenhos, não. Assim, como poucos materiais de arte eram oferecidos a nós estudantes.

AGORA, o que eu mais gostava eram as festividades escolares quando escrevia peças e atuava, conjuntamente. Não gostava da situação em que, sempre: “fazia tudo sozinho”. Nem havia condução do processo criativo por parte de outrem.
Fonte da imagem ("A Música" -1939- Fauvismo, Henri Matisse): http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/matisse/

RETOMANDO as aulas de Educação Artística... O fazer arte enquanto atividade visual nem existia para mim. Aulas expositivas na lousa ou, o que chegava próximo a trabalhos artísticos era a confecção de cartazes temáticos por bimestre\estudos.

LEMBRO-ME que minhas atividades escritas eram realizadas com muito afinco durante as aulas. E quanto às teatrais eram elogiadas pelos colegas de classe no sentido de base na apreciação do gosto pessoal e do ponto de vista: “Gostei do que vi!”

AINDA, lembro-me de uma vez que, na aula de Arte eu convidei vários colegas da sala para montarmos um grupo de teatro para apresentarmos peças no pátio da Escola... A peça: “Minha Bela Herança para um Herdeiro Só”, foi a de maior sucesso.

Hoje, COMO PROFESSOR DE ARTE (Artes Visuais) procuro apreender para ensinar  desde os seguintes elementos: ponto, formas, linhas. Desenhos abstratos, técnica da isogravura etc.... Da História da Arte, até as cores e sua classificação. E, tendo como abordagem: a percepção visual, por partes dos educandos, o reconhecimento do saber fazer de si; a compreender para (re)significar os componentes estruturantes da Linguagem Plástica (pintura, desenhos, gravuras...) em abordagem pedagógica realizada por mim, professor em ambiência.

Fonte da imagem ("O Rio Sena",-1888- Pontilhismo - Georges Seurat): http://www.brasilartesenciclopedias.com.br/internacional/pontilhismo.html#fotos

ANTEMÃO, os materiais que costumo utilizar nas aulas são simples e comuns: caneta hidracor, cola, elementos da natureza, barbantes, lápis de cor, etc. Para citar alguns. O caderno do aluno costuma ser seu registro individual de Atividades de Arte no decorrer do ano.

REVELANDO as propostas de Ensino (para exemplificação aqui) há uma explanação teórica na lousa. E acompanha o livro adotado pelo professor. São momentos de aulas temáticas em ação pedagógica. Logo, não temos Livro\Arte (PNLD) pela Escola\Disciplina.

NOUTRO instante, parte-se para a prática contextualizando em certo pintor [Henri Matisse]\estilo\obra\criatividade ou a subjetividade do aluno, quanto à seu fazer inicial.

DE REPENTE, adentramos na proposição temática da aula, do dia...

Se utilizarmos  o elemento ponto - faz com que o aluno use-o: delineando, sombreando ou contornando com canetinha sua imagem criada antes a lápis de escrever.

E quanto às aulas de uso de linhas? - Quanto ao traçado e à forma? Criei uma abordagem de cultivo de desenhos, que chama-se: Ditados de Imagens.

Brevemente, sua descrição, abaixo...

Consiste na atividade dos alunos desenharem com base na percepção pessoal da imagem (visão de mundo sobre as formas naturais\abstratas) num quadrado, antes delimitado no papel.

Pronunciada pela voz do professor [exemplo: desenhe uma montanha... uma linha de trem...]. Outra hora, é dado um traçado [desenhe uma árvore tracejada e pontilhada e de traços finos]. Depois, segue-se à sua classificação de linhas. É realizada tal distribuição por identificação da linha dada pela escrita\desenho do aluno espaço delimitado da imagem representada. Tem como visão [à parte teórica], de momentos depois, da criação. 


ANTES, houve a contextualização do olhar e a representação\apresentação de linhas retas e curvas\traçados em aulas no quadro, anteriormente, do dia da realização do Ditado de Imagens.

É UMA ATIVIDADE que, todos os alunos participam. Em aulas, revelavam previamente: “não sei desenhar!” Tudo é questão de espaço propício. Treino...  Alguns educandos reagem com curiosidade, descobertas. Outros são a primeira vez do cultivo do seu desenho. Os alunos comentam que nossas aulas são animadas; o tempo passa rápido etc. Digo-lhes: "se sabem escrever; então, vocês sabem como desenhar".

PERCEBO no que se referem ao processo da elaboração de seus desenhos (espaço de nossos alunos) um “certo ar” de incredibilidade no seu fazer\desenhos; o não acreditar no seu potencial adormecido ou expressivo - quanto ao uso de linhas.

POR UM LADO, se preocupam em querer acertar durante o desenrolar ou no processo final; por outro, não querem desapontar-se perante si.

NO MAIS, ao produto final fica-se como o registro individual de cada aluno (portfólio) – para consulta ou apreciação visual, diante da turma e /ou individual.

EU LEMBRO-ME de uma vez que durante final de ano letivo\aulas de Arte eu fiz a exposição de trabalhos, enquanto exercícios de estudos apreciativos no Pátio da Escola. Assim, todos na Escola tomaram o conhecimento do que estávamos a fazer o ano todo, na disciplina de Arte. 

OS ALUNOS participantes puderam também, apreciar seus desenhos individuais – em situação de apreciação artística e crítica – posterior, ou, ao se perguntar diante da imagem criada: “Fui eu que fiz?”

DIGO-LHES, outra vez: “SIM! É o Estado da Arte!”




VÍDEO (2015) ;
E .M José Ayrton Teixeira. Disciplina de Arte. SÉRIE: 6º ANO – Linguagem: Artes Visuais




quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Projeto de figurino parte teórica - Texto, “O Judas em Sábado de Aleluia”, de Martins Pena

Projeto de figurino parte teórica
- Texto “O Judas em Sábado de Aleluia”, de Martins Pena

A Maricota é moça, bonita, ardilosa e namoradeira.
 (Agradeço minha irmã Luciene de Azevêdo, por dar corpo à Personagem)
Qual a poética do espetáculo?
Um espetáculo singelo em cena provinciana de\na cidade grande. O rústico será o elemento predominante na iluminação, no cenário e em figurinos. As cores: o ocre, o marrom, o branco, o preto, o cinza e a cor vermelho em figurino de Maricota para representar a paixão - terão importância na poética visual.

Qual a moldura proposta para a encenação?
Um espetáculo que deve perpassar-se num contexto de comunidade de morar em Casa de Vila. Ao redor da casa de vila, a cidade grande em contexto do final do século XIX.

Sobre o texto:

Que história é contada?
Comédia de costumes em ato único e composta de 12 cenas. Duas irmãs que estão muito preocupadas como o amor. Uma super paqueradora (Maricota), adora namorar e se envolve com vários rapazes ao mesmo tempo. A outra (Chiquinha) é tímida, sonhadora, romântica e está à espera do príncipe encantado. Ambas filhas de José Pimenta, cabo-de-esquadra da Guarda Nacional.

Qual o contexto histórico da dramaturgia?
A cena passa-se no Rio de Janeiro, no ano de 1844. É uma comédia de costumes que por meio do humor e da sátira procura revelar os costumes e conduta da sociedade.

Descreva uma breve história do autor e seus objetivos com o texto
Martins Pena nasceu no Rio de Janeiro (05\11\1815) e faleceu em Portugal\Lisboa (07\12\1848). Foi considerado o fundador da comédia de costumes no Brasil. Seus temas envolvem as tradições e costumes populares, como as festas do Espírito Santo, a “malhação” do Judas etc; os contrastes e diferenças entre o universo provinciano e o da cidade. Ele é considerado o precursor do realismo. Com o texto “O Judas em Sábado de Aleluia”, não há excesso sentimentais em seus personagens; nada é ideal, mas real.

• Qual o objetivo do texto?
Os personagens lutam e ultrapassam barreiras para ficar com a pessoa amada, não são perfeitos ou heróis, ao contrário, revelam seus desvios de caráter e defeitos. E, ainda: Uma comédia de costumes que por meio do humor e da sátira procura revelar os costumes e conduta da sociedade.

• Qual o tema principal da peça?
O amor entre duas pessoas. A corrupção no serviço público. O gênero Farsa. A comédia de costumes.

• Qual o modo de diálogo?
Predomina o diálogo entre os membros familiares; de forma direta e ao mesmo tempo em solilóquio em cena ou fora (à janela). E com os transeuntes. Composto de rubricas indicativas do texto em cena e de personagens. Há diálogo aparte. Indicações cênicas relativas à: movimentação\atitudes das personagens e cenário (Ambiente).

• Onde se passa a peça (pais, estado, cidade, etc.)?
Rio de Janeiro. Sala em casa de José Pimenta. Corredor. À porta da casa. Na escada dentro de casa.
• Quando se passa a peça (ano, mês, etc.)?
No ano de 1844. Em Sábado de Aleluia, mês de abril. Domingo de Páscoa.

Sobre as cenas em que a personagem escolhida aparece (dividido por atos ou cenas):
Ato único - Maricota em Cenas: I, II, III, IV, V, VI, VII e XII (final).


Clima da cena

Maricota- Cena I: à espera e à espreita de paquera à janela. Saudosista. Anseios.
Maricota - Cena II: cosendo. Silêncio.
Maricota - Cena III: solilóquio. Clima de decisão.
Maricota - Cena IV: galanteios. Perigo. Encontro a espreita. Acertos de contas em farsa.
Maricota - Cena V: em breve aparição na porta da direita, que espreita, receosa e ao capitão que fala em cena. 
Maricota - Cena VI: cena de suspense e de perigo.
Maricota - Cena VII: Ao participar de toda quadro de cena e com uma única fala em fim de cena.
Maricota - Cena XII (final): entra de tropel - clima de festa pascoal e de ação. Clima de farsa. Cai desmaiada na cadeira em que cosia. Suspense. Desacordo com o pedido de noivado.

Tipo de ambiente, espaço físico descrito

Sala da casa; ambiente em preparação para “queimação” de Judas. E, de receber o Sábado de Aleluia. Perigo de farsa eminente de encontrar e chegar o dono da casa.
Condições meteorológicas.
Não definido no texto. Mas penso em condição meteorológica considerada dentro do normal.
• Horários (dia, noite, etc.)
Dia. À tardinha. Noite.

Sobre a personagem escolhida (Imagem acima\abaixo):

A Maricota é moça, bonita, ardilosa e namoradeira.
• Qual a função de cada personagem (antagonista, protagonista, olhar do escritor, olhar do público, etc.)
A exploração do sentimento religioso, o contrabando de escravos, os comerciantes fraudulentos, os casamentos sob encomenda, ou então homens que se casavam por interesse financeiro. Ainda dentro da corrente romântica da literatura. Uma comédia de costumes que por meio do humor e da sátira procura revelar os costumes e conduta da sociedade. -Personagens do Texto:
José Pimenta, cabo-de-esquadra da Guarda Nacional. É pai de Maricota, Chiquinha e Lulu, Servidor Corrupto.
Maricota, a filha é a protagonista. Adora namorar e se envolve com vários rapazes ao mesmo instante (Ambrosio e Faustino).
Chiquinha sua única irmã, é o seu oposto no texto e, é coadjuvante. Amante de Faustino. No final casa-se com Ele.
Lulu (10 anos) é o moleque - irmão de ambas e, é o antagonista.
Faustino, empregado público. Trapaceiro e paquerador. Procurado  por José Pimenta.
Ambrósio, capitão da Guarda Nacional. Trabalha junto a José Pimenta. Paquera de Maricota e a escreve cartas.
Antonio Domingos, velho, negociante. Corrupto. Casa-se com Maricota em casamento arranjado por Faustino.
Meninos e moleques. Peraltas.

Sob o olhar do escritor não são perfeitos ou heróis, ao contrário, revelam seus desvios de caráter e defeitos. Olhar do público: duas moças velhas. Um velho pai cansado do trabalho burocrático. Uns meninos (entre eles, Lulu) peraltas e moleques. Empregados públicos corruptos. Um velho negociante fraudulento.

Quem é a personagem:

Maricota é filha de José Pimenta (cabo-de-esquadra da Guarda Nacional). A Chiquinha sua única irmã, é o seu oposto no texto. Tem relação sócia econômica dependente do pai e dum casamento sob encomenda. Regime de governo revelando a desorganização e a corrupção nos serviços públicos. Sua religiosidade presente é o de sentimento religioso católico.
Conduta ética, moral e sexual
Aética por ingenuidade, amoral e conduta sexual por casamento.
Características físicas, idade e aparência
Magra, baixa estatura. Cabelos longos e em rabo de cavalo. 40 anos. Moça-velha. Veste uma blusa e saia aos joelhos de cor vermelha, que cobre todo o corpo.
O que ocorreu com a personagem antes da peça começar
Recebeu as escondidas uma carta de Ambrósio sobre sua passagem à rua próxima à janela da casa. Permanece incógnita à irmã Chiquinha que cose e ansiosa, em espreitar a passagem de Ambrósio sem preocupação dos preparativos do dia de amanhã (Domingo de Páscoa). 

O que cada personagem pensa sobre o mundo
Segundo o pensamento de Maricota: as moças dividem-se em duas classes: sonsas e sinceras... Mas que todas namoram. Já Chiquinha dá graças a Deus e por fim (ambas) encontrar(em) um velho marido. Embora, Maricota prefere morrer, ser freira a casar-se com um velho.

Detalhes fornecidos sobre cada personagem como tipo de roupa ou tipo de cabelo
Segundo a informação do Texto, o personagem José Pimenta, em cena II, está com farda de cabo-de-de esquadra da Guarda Nacional - calças de pano azul e barretão – tudo muito usado.

Os moleques– os seus trajes casaca de corte, de veludo, colete idem, botas de montar, chapéu armado com penacho escarlate – tudo puído.

Ainda suscita e descreve longos bigodes e cabelos grandes para os homens.

Sobre Maricota no texto, Não há detalhes fornecidos. No entanto, penso ela vestir uma blusa de tecido de algodão com flores e corações em estampadas; além de mangas longas e saia aos joelhos de cor vermelha que cobre todo o corpo. Vestimenta com duas peças de roupas. Cabelos longos, preso em rabo de cavalo.

Tarefa: Execução do figurino pesquisado

Exercício de customização
Os materiais apontaram para uma execução baseada em peças pré-existentes de meu acervo pessoal, como também, de possibilidade artesanal pelo uso de papel oficio recortado, de lápis de cor e hidracor em peça de roupa customizada: a blusa, a gola. A Saia.
Personagem Maricota
“O Judas em Sábado de Aleluia

SAIA
(Saia customizada em costura justapondo em outra saia curta acervo pessoal pela costura em barra)
Mais informação: Texto “O Judas em Sábado de Aleluia”, de Martins Pena - 8ª Série. Literatura em minha Casa. Companhia Editora Nacional. Volume 4- Peça Teatral. Ministério da Educação (FNDE\PNBE) - 2003. 64p.
***
Licenciatura em Teatro do Programa Pró-licenciatura
UnB/UNIR/MEC
MÓDULO
Módulo Suporte Cênico

ATIVIDADE
Projeto de figurino parte teórica
PROFESSORA:
Cyntia Santos


ALUNO(A)
Lúcio José de Azevêdo Lucena -lucio leonn


TUTOR(A)
Eliana Severino dos Santos
DATA
19\12\10
16h39min