terça-feira, 17 de março de 2009

“Excelência no Ensino da Arte” – Ensino Fundamental e Médio

Professor de Arte/parceiro:
Lúcio José de Azevêdo Lucena-Lúcio Leonn
TEXTO SENTIDO 1 – Fortaleza, 09 de novembro de 2002.

Ao ler o mencionado título deste TEXTO, (Excelência no Ensino da Arte, é de, Smith 1997, pp. 97-110) em encontros pedagógicos nossos, percebo claramente que, nos últimos tempos: “qualidade, tem sido bastante discutida como procedimentos e, de metas entre educadores”.

Assim, como a postura do professor de Arte, sua metodologia de ensino ou processo ensino-aprendizagem, as terminologias: Arte-Educação/arte-educador, mediante o novo sistema educacional; tal QUALIDADE refere-se ao seguinte aspecto:
“A Arte merece estudo como assunto particular, como um assunto que tem finalidade, conceitos e habilidades específicas”. (Ibidem, p.98).

Portanto, funde-se na Educação e reflete no seu povo e em comunidade escolar. Tanto que, após muitos debates e de manifestação de educadores, a atual legislação educacional, (Lei nº. 9.394/96), reconhece a importância das Artes na formação e desenvolvimento de Crianças e Jovens, incluindo-á como componente curricular OBRIGATÓRIO da educação básica. (Compreende-se educação básica até a 3ª. Série do ensino médio. Mas a disciplina de Arte, é lecionada como básica, somente na 1ª. Série, do ensino médio).

No entanto, à realidade do Ensino de Arte no atual Ensino Médio, em Escola Pública, na minha opinião, tende-se a referir somente, em “algumas” revisões do conteúdo programático; na história da Arte (artes plásticas). Isto é, teoricamente, sem o mínimo (de uso) de recursos materiais possíveis, no que diz respeito aos elementos que compõem cada linguagem artística e da prática de técnicas; do fazer (produção em arte). E, quanto ao nível ensino médio, em escolas particulares de nossa cidade?
A Arte encontra-se reduzida, meramente na disciplina de História ou de Literatura. Outrora, em projetos extracurriculares. Pois o vestibular é mais empresarial. desde a 1ª. Série do ensino médio, ou aos cursinhos escolares. Mas só quero elucidá-los aqui.

Todavia, a meta geral do ensino da Arte é o desenvolvimento da disposição de apreciar obras de Arte, onde esta “qualidade” implica a extrema capacidade que tem os trabalhos de Arte de intensificar e ampliar o âmbito do conhecimento e experiências humanas e as qualidades peculiares de trabalhos artísticos dos quais resulta tal aptidão.(ibidem).

Então, fez-me refletir acerca do valor da obra artística, sem “aquele óbvio olhar estético”, e tal pensamento convergiu para o seguinte:
a obra de Arte é uma totalidade fechada que figura, de modo concentrado, o mundo dos homens num contexto particular. Por isso, uma obra nunca é superada ou validada por outras. É única. (Frederico apud Luckács, 1997, p.62).
Portanto, ela cumpre uma HISTORICIDADE, mediante seu valor simbólico. Assim, torna-se um patrimônio humanitário.
Entretanto, referente à Segunda Proposta (do texto supracitado) para a excelência no ensino da arte, quanto á sua contextualização, remete-nos aos pensamentos teóricos do Sociólogo, suíço especialista em práticas pedagógicas, Phillippe Perrenoud - em utilizá-la, para desenvolver competências e habilidades no educando para as novas exigências do mundo.
Já Outra, um currículo de aprendizagem seqüencial, comprometido com tal exigência como fator de construção estética sistemática de agir e refletir em relação às experiências do educando em Arte; coincidentemente, ou não, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, tem reunido seus professores de Arte em Seminários e Cursos, cuja meta é, discutir e refletir um ensino de qualidade de Arte, e fomentar um Plano Anual de Metodologia Pedagógica e tornar oficial Um presente documento, respaldado pela já supracitada Lei, e PCNs/Arte, nas características de desenvolvimento do aluno 5ª. à 8ª. Série (hoje, 6ª a 9ª série), onde propõe a seguinte organização para realização do trabalho pedagógico (aprendizagem seqüencial (ano 2002)) em Arte:

·
5ª. Série – Artes Visuais
· 6ª. Série – Música
· 7ª. Série – Dança
· 8ª. Série – Teatro

No mais, o Núcleo de Assistência à Educação, através da Equipe de Arte(GT) (coordenação e professores), adotará para Rede de Escolas Municipais de Fortaleza, em 2002, os objetivos gerais de cada linguagem (dos PCN/Arte) para que seja em cada Unidade Escolar, trabalhadas as especificidades, adaptadas à realidade, aos interesses e às possibilidades de seus alunos.

Porém, das confluências e de divergências, registro aqui o seguinte: da polivalência do professor de Arte – (em um conhecimento específico qualificado por linguagem); carga-horária reduzida ((1(uma) aula por semana e/ou geminada com a disciplina de Educação Religiosa- quinzenalmente)); nível salarial dos educadores em expansão; o quadro técnico de professores concursados habilitados em Arte, é minoritário; o currículo seriado e da aprendizagem de seus alunos, a ser “sacrificada” em atingir tal sistematização por seriação anual; (espaço este, onde uma minoria de educadores não discute sequer como avaliar seus alunos ou de buscar adquirir em rede, formação específica ou contínua na área de arte).
Outro entrave, a perceber, é o encaminhamento de professores de áreas afins, sem a devida formação específica de arte (linguagem), a ser lotado nas escolas por parte das secretarias executivas regionais, para fechar, anualmente, o quadro de turmas de arte. Logo, há carência de arte-educadores como apontado aqui; além é claro, de ofertar a disciplina de Arte, como complemento de carga-horária ociosa aos professores da disciplina de Português, de Matemática, etc.

(Há na cidade de Fortaleza, Ceará, a realidade de 06 (seis) secretarias executivas regionais, seus professores e demais segmentos.).

No entanto retornando à sugestão de buscar uma concepção do tipo humanista para o ensino de Arte em nível 2º. Grau (Ensino Médio), na preparação de seus alunos ou professores e aprendizagem de qualidades em artes para tais, aponto Martins, (2001) , no que discute o consumo da obra de Arte. Portanto ela diz o seguinte:
“É um estágio da comunicação, isto é, um ato de decifração , de codificação, que pressupõe prática ou exercício explicito de cifras ou códigos. Um trabalho de Arte possui sentido e interesse somente para aqueles que possuem a competência cultural, isto é, o código no qual a obra está cifrada. Os esquemas de percepção implícitos, que constituem a cultura pictórica ou musical, são condições para o reconhecimento das características estilísticas de um período, uma escola ou um autor e, mais genericamente para familiaridade com a lógica interna dos trabalhos que a fruição estética pressupõe. Um apreciador que não domina o código especifico sente-se perdido, por exemplo, num caos de sons, e ritmos, cores e linhas, sem contextos ou razão”, (p.43).

Para isso, a “Excelência” no ensino da Arte, deva ser compromisso social em todo e qualquer segmento profissional da educação - onde possa fruir como instrumento de resgate, sopro de vida. Digo como forma de (re)construção cidadã em sociedade estética.

Bibliografia Consultada· ANAIS – As APAEs e o Novo Milênio: Passaporte para Cidadania – XX Congresso Nacional das APAEs: I Fórum Nacional de Autodefensores: Arte Como Forma de Comunicação, Martins, Alice Fátima, Fortaleza, pp.41-43, 10 A 13/julho/2001.
· BARBOSA, Ana Mae. (org), (1997). Arte- Educação : leitura no subsolo. Smith Ralph. Excelência no Ensino da Arte; Campinas, Sp: Papirus Editora.
· Brasil. Secretaria de Educação Fundamental, Parâmetros curriculares Nacionais: Arte, Brasília: MEC/SEF 1, P.19 – 1998.FREDERICO, Celso, (1997) – Luckács: um clássico do século XX, São Paulo: Moderna. 112p.(Coleção Logos).
Prefeitura Municipal de Fortaleza-PMF
Secretaria de Desenvolvimento Social e da Educação-SMDSSecretaria Executiva Regional / Ser V - Gestão 2002
ENCONTRO PEDAGÓGICO / PROFESSORES/AS DE ARTE - 5ª A 8ª SÉRIE [hoje 6ª a 9ª série]

Autoria Professor de Arte/parceiro:
TEXTO SENTIDO 1 – Fortaleza, 09 de novembro de 2002.
Lúcio José de Azevedo Lucena-Lúcio Leonn