quinta-feira, 24 de abril de 2008

Interpretação Cênica - Âmbito de Formação, a partir de 1990. 2ª SIGO - Semana de Imersão do Grupo Ouse-2008


Programação-dia 08 DE MARÇO DE 2008: Interpretação Cênica - Âmbito de Formação, a partir de 1990.
Ministrante: Lúcio Leonn (Ator/prof. Esp. em Arte e Educação).

Ementa do Tema: como proposta inicial, é aliar teoria e prática; e, apresentar tópicos de Pesquisa, relacionando o tema ao encontro – segue à apreciação/discussão aos Alunos-atores/atrizes. Da prática; focalizar dois acontecimentos importantes,realizados em Fortaleaza-Ce por meio de experiências/vivências em breves exercícios; além da fruição do corpo/da voz/máscara/indumentária: em técnicas da oficina théâtre du soleil (1988) e, nos conhecimentos prévios do curso colégio de direção teatral (1ª turma-1996/1999). Avaliação final do encontro.

PROGRAMAÇÃO/INÍCIO
1ª APRESENTAÇÃO:
(...) Sobre o adestramento do ator, a atriz Fernanda Montenegro (Uma Viagem ao Outro:sobre a arte do ator), atesta o seguinte: “ (...) é necessário como instrumento de mobilização. Mas isso não é tudo. Um ator pode cumprir todo esse ritual (conjunto de exercícios, boa voz, articulação, métodos de sensibilização, etc), esse adestramento, e não ser um bom ator. Pode cumprir toda a pesquisa formal, a procura do conteúdo , e ainda assim não ser um bom ator (...) No Brasil todos nós já passamos por muitos métodos mal absorvidos, superficialmente ensinados. Vamos acrescentando a nossa prática e nossa vivência ao que conseguimos captar. E cada um de nós, no fundo, cria sua própria técnica. E sobrevive.” (oficio de intérprete, p.29;1988); (o grifo e meu). capitulo 1: Ensina-se Teatro? Onde mora tal aprendizagem?; Subtítulo: processo Criativo do ator, p.19.

2ª APRESENTAÇÃO:
(...) não há um padrão cênico preestabelecido para ocupar uma vaga de ator. (...) Sobre o assunto Fernanda Montenegro afirma que: “o intérprete pode se expressar por este ou aquele método, ou pela soma de todos os métodos, em algumas peças, pode-se usar mais um método do que outro. Mas no fundo, a experiência interligou de tal forma os diferentes métodos que não é mais possível ser puramente isto ou puramente aquilo.” (Uma Viagem ao Outro: sobre a arte do ator): oficio de intérprete, p.29 e 30;1988; capitulo 1: Ensina-se Teatro? Onde mora tal aprendizagem?): Subtítulo: processo Criativo do ator, p.21.


imagem 2º SIGO(2008), arquivo pessoal de Lívia Cartaxo, segundo ela: os seguidores.




2º MOMENTO:

Tópicos* abaixo, apresentados/sorteados para leitura e discussão aos presentes foram:

1>(...) Quando iniciei este estudo sobre a formação do ator em fevereiro de 2002 e, quando ainda muito me inquietava o porquê da falta de um curso superior em Artes Cênicas, apresentei parte desta pesquisa no II encontro de pesquisa e Pós-Graduação do Centro Federal de Educação Tecnológica do Cefet-Ce em 25 de abril de 2002(...) (In: Apresentação).

2>(...) No decorrer da pesquisa, obtive uma das respostas às questões, aqui, levantadas no passado, quanto ao processo de ensino e aprendizagem do ator sem nível superior, em Fortaleza. A comunidade fortalezense passou a contar, a partir de agosto de 2002, com o Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceara -Cefet-Ce e seu curso de graduação em Artes Cênicas (...) (In: Apresentação).

3>Logo este curso superior do Cefet-Ce, veio suprir uma carência de grande amplidão e de necessidade, no que diz respeito ao ensino de teatro em 3º grau, bem como legalizar os egressos desse curso otimizando-os pra uma outra esfera de profissionais-atores, que por hora, só tem sido uma lacuna em todo o Estado. subcapitulo: Um Certo Olhar Documental sobre as “Antigas e Novas” Práticas Teatrais em Fortaleza: perspectivas que despontam reorganização em todo os sentidos, p. 65.

4>O teatro desenvolvido em Fortaleza, no que diz respeito ao ensino e a prática teatral desse período (final de 1980), focaliza-se em dois grandes acontecimentos os quais tive a oportunidade de vivenciá-los como ator. O primeiro, a partir de 1988, com a Oficina “Théâtre du Soleil”. O segundo em 1989, com o I Simpósio Cearense de Artes Cênicas -Projeto Teatro em Obras”, cujo objetivo principal era reunir artistas locais para compor um plano de movimento teatral cearense, que culminou com atores e atrizes nos espetáculos reinaugurais do Theatro Jose de Alencar, com atividades no palco principal, em seu entorno, nas praças e ruas da cidade, no ano de 1991. (...) O uso destes eventos é feito como divisor cronológico e enfatiza as estratégias de aprendizagem doa ator em Fortaleza para a década de 90. (...) capitulo 2: O teatro aprendiz no final da década de 80, p, 24.

05> (...) “O projeto Théâtre du Soleil será uma oficina de teatro ministrada pelos franceses, Georges Bigot e Maurice Durozier. A presença dessa companhia de teatro francesa em Fortaleza será uma experiência única para os atores cearenses (...) Afinal trata-se de uma mais prestigiosa do mundo e representa o que há de mais sólido em termos de teatro europeu. Será um grande incentivo para a arte teatral cearense, na medida em que ajudará os atores a encontrar o seu próprio caminho na Arte.” Entrevista de Violeta Arraes - Secretária de Cultura do Estado ao Jornal Diário do Nordeste em 30/11.88; subcapitulo: Oficina Théâtre du Soleil, p.29.

Foto(arquivo pessoal),1988: Maurice Durozier, Georges Bigot(ministrantes), Violeta Arraes(secretária de cultura,na época) e Fernanda Montenegro(em cartaz no TJA, com a peça "Dona Doida"),em visita durante oficina.


06> (...)‘Os atores improvisavam sobre as máscaras, os personagens clássicos da Comédian Dell’art, (...) Georges e Maurice falaram aos atores da oficina que, ‘mesmo sem máscara ou maquilagem as regras são as mesmas: porque no palco, nasce o personagem e nasce também o ator. Faz-se teatro para o público; o público ama a personagem e o personagem tem vida, nome e uma história; É um ser que sente emoção como uma pessoa humana, logo o ator não deve partir para a caricatura, porque atrás do realismo psicológico do ator ‘o artista deve imitar o homem, como deveria ser e não como são. O importante é captar uma coisa que não existe e levá-lo à perfeição.’-Artigo Jornal Tribuna do Ceará, 15 de fevereiro de 1989, texto escrito por Lúcio Leonn. (Anexo III–Oficina Teatral: Uma Experiência que deu certo em Fortaleza, p.98).

07>“Quando da reforma do Theatro José de Alencar, teatro que guarda nossa historia e nossos sonhos, aproveitamos o momento para refletir sobre a nossa produção artística. O I Simpósio Cearense de Artes Cênicas surge da necessidade de discutir o Projeto Teatro em Obras, que objetiva reunir artistas locais para compor um plano de reciclagem de movimento teatral cearense, ao mesmo tempo propiciar o intercâmbio de informações nas áreas de artes cênicas, com outras regiões do Brasil.” Folder do programa. subcapitulo: I Simpósio Cearense de Artes Cênicas/ projeto Teatro em Obras: Theatro José de Alencar, p. 42.

08>(...) Em se tratando de capacitação do ator, o final da década de 80 é promissor, justapõe-se inicialmente na década posterior de forma sucessiva e contundente com o Theatro José de Alencar de volta à cidade (1991) e, com seu programa de inauguração envolvendo espetáculos , palestras, workshpos, oficinas e cursos.(...) capitulo 2: O teatro aprendiz no final da década de 1980, p. 24.

09>Oficina “O Ator, o tempo e o Espetáculo” com carga horária de 165h/aula (1991). Projetou a criação do Curso Princípios Básicos de Teatro com estréia do espetáculo “Simulacro: Uma História Seqüestrada...”, texto de criação coletiva (1992) sob direção de João Andrade Joca, e direção de assistência Paulo Ess. (Anexo IV - Principais Eventos destacados a partir do final de 1980 a década de 1990, p. 94.)

10>É no jogo cênico dos ensaios, nas repetições, nas apresentações diante da platéia, nas ações orgânicas pelo uso da criatividade (testes) em situação dramática advindo do texto, nos estudos de criação de personagens e na peça que se deseja encenar, que se desenvolve o processo criativo do ator. Este processo de criação e representação nunca será o mesmo. Ele é contínuo. Assim, somente ele, o ator, tem o privilégio de resguardar-se num tempo de criação e suspender o plano racional / real para imbuir-se de emoção, utilizando-se da imaginação e da criatividade. E, logo depois, fará uso de uma técnica, materializando ações que podem resultar em processo orgânico e, mais adiante, um encontro com a platéia que, contando com a personagem já criada, se estabelece sempre possibilidade para uma nova relação: público/ator. (...). subtítulo: Processo Criativo do ator, p.18.

11>(...) Destaca-se que mesmo tendo o ator concluído o curso básico de teatro-profissional, (na realidade da cidade de Fortaleza, há mais de quatro décadas o curso básico de teatro/curso de arte dramática da pró-reitoria de extensão da Universidade Federal do Ceará-UFC) e adquirido o registro profissional da categoria ator não tem assegurado o seu sustento, uma vez que o mercado de trabalho não lhe garante estabilidade. (...) capitulo 1: Ensina-se Teatro? Onde mora tal aprendizagem?, p.15.

12. (...) As atividades de políticas educativas e administrativas no curso de arte dramática da UFC /CAD permanecem estas estagnadas, beirando o obsoleto e, (...) Tudo isso precisa adequar-se a própria lei vigente (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB), quanto às cláusulas legais para se tornarem instituições e/ou escolas de ensino de teatro regular ou superior, de arte-educação. (...) o CAD vem resistindo há décadas (...). Percebo a hora da prática (re)organizacional nos diversos segmentos teatrais. subcapitulo: Um Certo Olhar Documental sobre as “Antigas e Novas” Práticas Teatrais em Fortaleza: perspectivas que despontam reorganização em todo os sentidos, p. 61.

13> (...) Em vista do que foi exposto, uma alternativa sinaliza para a sala de aula sim, e não somente para a formação técnica ou empírica dessa artista como aquele fazedor em processo criativo, mas aquele arte-educador que necessita de preparo cientifico em cursos de graduação e de licenciatura plena (em Arte), (...) o Plano Decenal da Educação, que diz que até o final de 2007, “exclusivamente”, serão admitidos para sala de aula, professores habilitados em nível superior e com licenciatura plena, caso não perderão o magistério. O que isso significa (...) à entrada de disciplinas de Pratica de Ensino, Planejamento, de Didáticas, do Estágio Supervisionado, do campo teórico etc, que compreendem então, a um curso superior com Licenciatura Plena. subcapitulo:idem;p. 61 e 64.

14> (...) Contudo, é através de inúmeros projetos governamentais a partir de 1989 que se fez necessária tal análise investigativa no campo teatral, no que diz respeito à aprendizagem e ao ensino não somente no sentido qualitativo, mas também no sentido de ter um certificado válido. (...) Foram criados, (...) no campo das artes do ator de Fortaleza, projetos teatrais com raras exceções, sem grande importância quanto à legitimação. Como tantas outras tentativas na criação de uma escola por meio de projetos (Théâtre du Soleil, (1988); Programação Inaugural do Theatro José de Alencar, (1991): cursos, palestras, oficinas workshops, seminários, espetáculos etc) Ópera Don Giovanni (1992); Escola de Cultura, Comunicação, Artes e Ofícios-ECCOA (1992); Projeto Encenação, (1994), Bureau de Artes Cênicas (1996), Curso Colégio de Direção Teatral, (1996 a 2004)-Instituto Dragão do Mar, Projeto de Integração dos Atores do Nordeste – Piane (2002) etc., pois se muda de governo, mobiliza-se gestão! capitulo 3: Breve visão em registro histórico do teatro realizado em Fortaleza na década de 90, p.44.

15>Na minha opinião, o Colégio tornou-se um marco histórico no teatro cearense em meados da década de 90, quanto a excelência de encenações, na produção desses espetáculos e na referência de qualidade, e no que diz respeito ao processo de ensino / aprendizagem de teatro, contrariando uma minoria de artistas, dos quais posso citar: atores, teatrólogos e outros que não se sentiram mobilizados nem incluídos e sim intrigados com a criação desse curso. Foi um incentivo à criação de novos grupos teatrais, novos diretores e dramaturgos. Quanto ao embasamento teórico e prático, foi avaliado pelo quantitativo de disciplinas e qualidade de temas teatrais abordados nos cursos por meio de professores de diversas e conceituadas universidades. subcapitulo: Um Certo Olhar Documental sobre as “Antigas e Novas” Práticas Teatrais em Fortaleza: perspectivas que despontam reorganização em todo os sentidos, p. 66.

Conclusão
16>(...) Tudo que relatei aqui é fruto de uma reflexão como aluno, ator, orientador e educador que viveu e sentiu a arte cênica de Fortaleza desde os meados dos anos 1980 e toda a década de 1990.

*Tópicos procedentes da pesquisa “Os Processos de Formação Teatral em Fortaleza na década de 1990: Memórias de um ator. Fortaleza: UECE/CEFET-CE. 2002”; (Monografia de Especialização em Arte e Educação, 177p)).

3º MOMENTO:Praticidade/PROGRAMAÇÃO/vivências de:
1. Uso de corpo/voz/espaço. Meta: aquecimento.

2. Técnicas Oficina Théâtre du Soleil no Brasil. Meta: experienciar brevemente, Técnicas repassadas na Oficina Théâtre du Soleil,(individualmente ou em grupo).
APRESENTAÇÃO E OBSERVAÇÕES MINHAS SOBRE AS TÉCNICAS.
Itens também sorteados entre os presentes - (não obedecem à ordem de sequência, de apoio ou critérios de escolhas quanto aos itens técnicos aqui abaixo apresentados; mas sim, à justaposição deles). A partir da orientação dada e, depois em ação teatral, seguindo tais itens, tornar-se-ão regras indicativas para o trabalho do ator/atriz EM CENA. Devendo técnicas repassadas, permanecer com o intérprete em todo o decorrer ou durante a realização da cena/improvisação/interpretação (diante da platéia); toda cena-improvisação-tem como base um Tema, este antes, discutido em grupo. E, mesmo intérprete estando fora de cena, vale como pressupostos técnicos, de fundamentos metodológicos experienciados.

foto(arquivo pessoal),1988:Martine Kunz, Lúcio Leonn , Chiára Queiros e Ricardo Black-Oficina Teatro do Sol.



Alguns itens técnicos evidenciados aqui, por mim:

1. Sentir a personalidade interior que a máscara / personagem representa.
2. O respeito pelo público.
3. Da importância da Entrada e Saída do/a personagem em cena.
4. Mexer e depois falar ou vice-versa – para que o público veja cada ação do personagem.
5. Acreditar na ação do/a personagem.
6. Entrar em cena com um estado emotivo.
7. Fugir do realismo fortuito.
8. Não realizar espaço.(as vezes, delimitação de área de atuação de personagem/ator-atriz com fita adesiva no chão).
9. Desenhar com o corpo cada ação do/a personagem.
10. Pausas para que o público sinta/veja a presença do/a personagem em cena.
11. Exigir uma certa urgência quanto à ação do/a personagem.


Foto(1988)Ricardo Black(apaixonada) e Aida Marsipe(matamor):máscaras.


3º MOMENTO: meta de trabalhar uso imagem da palavra; imaginação do participante via elementos da voz falada. Improvisação a partir de textos de peças curtas indicadas. LEITURA/PRÁTICAS DE TEXTOS (CORPO-VOZ) EM:
TEXTO “O QUE SE DIZ”,de Carlos Drummond de Andrade.
Texto procedente do Curso Colégio de Direção Teatral-1ª turma (1996-1999).

Encarte "Os Iks" 13º exercício do Curso Colégio de Direção-1ª turma. Direção: Celso Nunes,1999.








TEXTO "IGUAL/DESIGUAL", de Carlos Drummond de Andrade.Texto
(IDEM).

TEXTO peça “ARTE”,de Yasmina Reza.
Texto procedente do Curso Colégio de Direção Teatral-1ª turma (1996-1999).

FRAGMENTOS DE TEXTOS “Romeu e Julieta” (Ato II-CENA II), de William Shakespeare.Texto procedente da Oficina de Interpretação Teatral por Ewerton de Castro/Festival Nacional de Teatro de Jacareí/SP-1996.

PARA ESTUDOS DOMICILIARES:
CÓPIA TEXTOS DE:
1. ESQUEMA MÉTODO DE CRIAÇÃO DO PERSONAGEM. Texto procedente da Oficina de Interpretação Teatral por Ewerton de Castro/Festival Nacional de Teatro de Jacareí/SP-1996.
2. SOBRE O TEXTO; SOBRE O PERSONAGEM; ESTUDO INDIVIDUAL DO PERSONAGEM. TEXTO PROCEDENTE DO CURSO COLÉGIO DE DIREÇÃO TEATRAL-1ª TURMA (1996-1999).
3.CÓPIA LIVRO “DO TAMANHO DA VIDA: REFLEXÕES SOBRE O TEATRO,DE DOMINGOS OLIVEIRA, pp.15-21- COLEÇÃO DOCUMENTOS: minc/INACEM, 1988(?).TEXTO PROCEDENTE DA OFICINA: O ATOR E A CÂMERA POR DUAIA ASSUMPÇÃO-2004.

4º MOMENTO: AVALIAÇÃO FINAL DO ENCONTRO

2ª SIGO - Semana de Imersão do Grupo Ouse-2008.
Grupo Ouse de Teatro do Colégio Christus - Dionísio Torres.
O Ouse objetiva estimular a humanização dos alunos, o desenvolvimento de novas habilidades, o crescimento pessoal e a formação de platéia sensível à arte.

o Ouse promove a SIGO – SEMANA DE IMERSÃO DO GRUPO OUSE, quando recebe vários amigos para pensar e discutir Teatro. Mediação/organização local: Prof. Jadeilson Feitosa. Ministrante\Prof: Lúcio Leonn