domingo, 28 de dezembro de 2008

Os Processos de Formação Teatral em Fortaleza na década de 1990: Memórias de um ator. Fortaleza: UECE/CEFET-CE. 2002 (RESENHA)

Os Processos de Formação Teatral em Fortaleza na década de 1990: Memórias de um ator. Fortaleza: UECE/CEFET-CE. 2002; (Monografia de Especialização em Arte e Educação, 177p). Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação - DIPPG/Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará - Cefet-Ce. Parceria: Universidade Estadual do Ceará-UECE.
Prof. Lúcio José de Azevêdo Lucena (Lúcio Leonn)

A pesquisa consistiu em examinar e caracterizar os processos de formação teatral em Fortaleza-Ce na década de 1990 – partindo da vivência teatral do autor; do percurso como professor de Arte no ensino fundamental e médio (rede municipal e estadual de ensino); também das suas atividades de orientação em direção/interpretação cênica com atores/atrizes de Fortaleza, para o Curso Colégio de Direção Teatral do Instituto Dragão do Mar (1ª, 2ª e 3ª turmas/curso subsidiado pela Funarte), Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia-UFBA, e o Curso Técnico para Formação de Atores da Escola de Arte Dramática - EAD/ECA-USP.

No Ceará constam em livros, registros preciosos da História do Teatro Cearense, entretanto, em um passado teatral remoto. Raríssimos são os textos ou trabalhos científicos que se debruçaram realmente sobre a formação do ator cearense. Então, foi pela busca de um olhar breve e investigativo que se tornou possível um resgate teatral norteado a partir do final da década de 1980 quando adentra no cerne da pesquisa: a década de 1990. Também se procura evidenciar por meio de uma visão panorâmica: a formação do ator-atriz, como professor (a) de Arte, egressos de cursos de extensão/técnico/superior em arte dramática e artes cênicas.

Registrar e caracterizar hoje, é diagnosticar e compreender em documento; o ator cearense no seu campo de formação e atuação; o real funcionamento de diversos cursos (Curso de Arte-Dramática da Universidade Federal do Ceará -UFC/CAD, funcionando desde 1960), ou projetos de gestão governamental em cursos de capacitação e iniciação do ator/atriz (advindos após a programação inaugural da reforma do Theatro José de Alencar-TJA (1991)); o Curso Colégio de Direção Teatral do Instituto Dragão do Mar (1996), hoje extinto; o Curso Tecnológico em Artes Cênicas pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará (2002) - Cefet-Ce.

Também se procura apresentar: as matrizes curriculares de tais cursos, a perspectiva de atuação para o magistério de Arte-Educação – alunos atores/atrizes em cursos e espetáculos; a problematização quanto à legitimação de certificados para atores/atrizes e/ou professores (as) de Arte do ensino fundamental e médio na Capital.

Esta pesquisa foi fundamentada em estudos autobiográficos como recurso preliminar para composição da investigação, como também da memória e prática teatral em cursos, da prática pedagógica no ensino de Arte, leituras bibliográficas, artigos de jornais em circulação local e etc.
(Foto de Haroldo Jr.) (o ator Lúcio Leonn): “Nos Trilhos da Paixão”, de Caio Quinderé - Direção Haroldo Serra - Teatro Arena Aldeota. Comédia Cearense/ Fortaleza-Ce (Brasil): 2001.


Críticas a seu trabalho como ator (memórias)
1. Boa sorte. Lute; levo fé em você. Um abraço. - Oficina de Interpretação/Projeto Encenação - Theatro José de Alencar/TJA, (Jonas Bloch)- (1994).

2. Parabéns pelo seu prêmio e o do Leonn. Foram merecidos. Gostei muito do talento de vocês e, sobretudo da seriedade com que vocês todos encaram o teatro. Agora, o que mais me encantou foi a humildade com que vocês receberam os prêmios. Humildade é fundamental para um artista e, é próprio de quem é realmente grande (...). Carta à Atriz Ceronha Pontes, (I Festival Nacional de Teatro de Jacareí - São Paulo): Ewerton de Castro, ator e diretor, (1996).

3. O candidato é um ator expressivo e premiado. Destaco seu empenho em ampliar sua formação em um meio carente de escolas especializadas: o candidato não perde qualquer oportunidade de acompanhar todos os cursos, palestras e seminários oferecidos eventualmente em sua cidade. (Carta de Recomendação-Programa Apartes/CAPES): Aderbal Freire Filho, diretor (1997).

4. Lúcio Leonn; Resolva teus papéis com a mesma razão e sensibilidade com que encarastes “Os Iks” e tua carreira vai longe... Um abraço. (Curso Colégio de Direção Teatral/Instituto Dragão do Mar). Celso Nunes, diretor e professor (1998).

5. (...) Ao ator Lúcio Leonn coube a parte mais difícil: viver o intrigante José Maria dos Anjos. Transmitir sua fé, sua paciência e resignação de quem espera por trinta anos, preso a um sonho. (Nos Trilhos de uma Paixão Impossível). Mônica Silveira. Jornal Diário do Nordeste: 14.06.01.
6. ... “Nos Trilhos da Paixão” foi a melhor coisa feita no teatro do Ceará este ano. Emociona ouvir texto tão pungente e encenação tão competente e bela (...). Parabéns a todos com destaque especial para este monumental ator que é Lúcio Leonn, um gigante dos palcos brasileiros. Revista Gente de Ação, nº3 – (julho de 2001).

7. Dificilmente [o diretor], Haroldo Serra teria encontrado outro ator à altura de Lúcio Leonn para interpretar José Maria dos Anjos, o pierrot. (...) o José Maria dos Anjos de Lúcio Leonn é o anjo que cada um de nós carrega dentro de si, escondido no fundo do coração à espera do momento de completa entrega. Aurora Miranda Leão. Jornal Diário do Nordeste: 17.12.01.

8. (...) Apenas acredito que atuações como as de... Lúcio Leonn, como um Doutor implacável,... deveriam, por suas ampliações interpretativas..., servir como modelo para toda montagem, afim de esta lograr uma perspectiva trágica (porque humana) mais rica. (...) (O Domingo da Tradição/ “O Gólgota – A Paixão de Cristo”). Thiago Arrais, Jornal O Povo: 14.03.02.

9. (...) o elenco da Comédia Cearense cumpre direitinho o dever de casa ensinado pelo mestre Haroldo Serra. (...) Já Lúcio Leonn é exuberante, rouba a cena na pele do caricato governador mulherengo e corrupto. (Tempos Nem Sempre Modernos / “A Caça e o Caçador”): Eliezer Rodrigues, é jornalista e editor da Revista Singular (2002).

10. “Este (Lúcio Leonn) é um misto de ator-bailarino... Por sinal, um excelente ator.” (Ocasião da visita e noite de autógrafos da bailarina Cecília Kerche à Fortaleza-Ce): Hugo Bianchi, (citação oral, 2002).

Trecho monográfico Subtópico: Um certo olhar documental sobre as “antigas” e “novas práticas” teatrais em Fortaleza-Ce: Perspectivas que revelam desenvolvimento (re)organizacional (pp.58-65)

“Primeiramente, temos o CAD, Curso de Arte-Dramática da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará-UFC, o Curso Colégio de Direção Teatral do Instituto Dragão do Mar, o Curso Superior em Artes Cênicas, pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará-Cefet-Ce e o Projeto de Integração de Atores do Nordeste-Piane.

Analisando o primeiro, também chamado de curso básico de teatro, sob coordenação do Professor Edílson Soares, é peça de efetiva importância no contexto artístico e cultural da comunidade fortalezense, seja pelo papel que desenvolveu anteriormente (1960-1995), como única escola de teatro que manteve por todo esse tempo um ensino sistemático dirigido à preparação do ator, seja pela dimensão de seus espetáculos que, ou apontavam para a busca de uma nova linguagem ou no mínimo, estavam em acordes com o que de mais atual se concebia no palco (grifo meu).

Embora, houvesse atores em formação a partir de 1990, os quais nunca passaram por esse curso e não concordam com tal afirmação.
Outro dado relevante que diz bem a presença forte do CAD no movimento teatral da cidade é que, se fizermos um levantamento estatístico, ficará constatado que, em sua composição, mais de 70% dos grupos de teatro contam com atores egressos desse curso.
Entretanto, o CAD para mim, veio na admissão dos exames prestados no final de 1991; prova de improvisação direcionada; avaliação de interpretação, a partir do texto: “Quando as máquinas param”, de Plínio Marcos; provas de leitura à primeira vista e redação; todas de caráter reprovativo. Vale ressaltar que prestei exames apenas uma única vez, e o espetáculo de conclusão da turma (1993) foi “Yerma”, de Frederico Garcia Lorca, sob direção de Ivonilson Borges. (Ver anexo 9, p. 114)

Outra informação importante relevante ao CAD é a validade do Certificado do Curso Básico de Teatro, quanto ao campo da Educação, principalmente no caso de professores de Arte, é ainda mais atípico. Isto é:

ao longo desses anos não obstante as tantas inovações dos últimos 40 anos, ainda no dealbar da década de 90 o Ceará não dispunha de cursos regulares para formações de professores de Arte-Educação. Tais professores eram preparados em cursos especiais promovidos pela Universidade em cursos de extensão ou equivalentes. É o caso, por exemplo, da Universidade Federal do Ceará que autorizou sua Pró-Reitoria de Extensão, a oferecer Curso Básico de Teatro, cujo certificado ensejou a oferta de professores de Arte-Educação para a escola regular de ensino fundamental da comunidade cearense, até recentemente.’ (Parecer nº: 0641/2.001; Aprovado em: 11.12.2001/Conselho de Educação do Ceará: Câmara da Educação Superior e Profissional; (pp.1-4)
Isso quer dizer que tal programa de emergência tem fundamentação na visão contemporânea que a Lei nº 9.394/96-LDB, dá aos processos que são utilizados para a educação, tanto que essa visão nova é aberta logo no artigo 11, quando a lei define a presença da educação na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições da sociedade civil e nas manifestações culturais. (ibidem, pp.1-3).(...).”

Palavras-chave:
Teatro/Formação/Capacitação/Ator-Atriz/Cursos/Oficinas/Workshop/Fortaleza-Ce.

Áreas do conhecimento: Teatro/Interpretação e Direção Cênica/Memórias de Ator/Arte-Educação/Teatro Aplicado à Educação.

MAIS INFORMAÇÕES
Título: Os Processos de Formação Teatral em Fortaleza na década de 1990: Memórias de um ator. Fortaleza: UECE/CEFET-CE. 2002; (Monografia de Especialização em Arte e Educação, 177p).
Autor: Prof. Lúcio José de Azevêdo Lucena (Lúcio Leonn
Cidade/Estado: Fortaleza / CE
Nível: Especialização
Universidade: Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará - Cefet-Ce.
Parceria: Universidade Estadual do Ceará-UECE.
Onde ler: Biblioteca Uece/Itaperi. Biblioteca Cefet-Ce -13 de maio
Ano de defesa: 2003

Resenha publicada(desde 2004) pelo autor Site Arte na Escola. Disponível em:
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_monografias_texto.php?id_m=62

Análise via D v D: Performance "SU" – Ohad Fishof [ISRAEL] (2006)-Dança e Mídia. P-HOUSE (Tókio). Criadores: Ohad Fishof, Yuzo Ishiyama, Saori, So Sa

por Lúcio José de Azevêdo Lucena

“A tecnologia aproximou essas áreas [arte/ciência/indústria] da ação humana numa nova integração, e arte técnica, em especial a informática, aproximou de forma dominante os campos artísticos. A multimídia, integrando imagem, som e texto, promete pôr abaixo quatro séculos de isolamento e autonomia das linguagens artísticas”.- (Cristina Costa, 1999), grifo meu.

O que dizer da inter-relação (visual/sinestésica/robótica) entre o Homem e a Máquina? Tal indagação não se trata de apontar respostas do passado, num déjà-vu, mas do momento da visão de mundo contemporâneo – possibilidades de interfaces e, do ponto de vista em campo virtual de hoje.
Especificamente, em análise via DVD (Performance “SU” -Dance and Media 2006/ LIVE from Israel. OHAD FISHOF [ISRAEL]), é perceber o Mundo da Dança e o contato da era tecnológica, da Arte/multimídia. “E, com o surgimento de novas tecnologias, a dança ganha mais espaço alternativo: o espaço virtual, ou seja, a tela do aparelho de TV, dos computadores, das máscaras virtuais. Assistir a uma dança em um programa de TV ou em vídeo é bem diferente de vê-la no espaço real, pois a falta de contato altera nossas sensações. Isso não quer dizer que não sentimos nada, mas as sensações e os sentimentos são provavelmente bem diferentes” (As danças virtuais, Coll e Teberosky (2004), p.168.).


(Imagens, de “SU” – reprodução.)

"Su", é uma colaboração com Ohad Fishof, (artista israelita e interdisciplinar). Sua estréia aconteceu em Tókio, (abril de 2006). A platéia permanece durante a cena sentada ou em pé, numa sala bem intimista, lá é o centro da apresentação. Em momentos da performance, os intérpretes adotaram a improvisação como dança e usufruem diversas formas de movimentos abstratos –físico e virtual – procedentes até então, da interação entre eles dançarinos e das máquinas (robôs, enquanto partners).

“Demorou muito tempo para a improvisação ser considerada uma forma de dança na história da dança ocidental. Antes da década de 1960, pensava-se que a dança enquanto artes representava somente movimentos e passos prontos, já criados por alguém para serem imitados copiados e reproduzidos, e que improvisação significava simplesmente 'fazer qualquer coisa'”. (A improvisação em dança, idem, p.163).

Por outro lado, de início de cena, câmeras de vídeo processam imagens e de som para a criação e captação dum espaço que torna o Todo Virtual; campo de sentido sensorial (a luz - o som/off - o olhar – ouvir-sentir) e, de levar pensamentos à platéia pela criação e execução/repetição de texto imagético (em off-machine):
How many... People... Write now... At this moment or... Listenig (or...) to the radio. Why doing the moon walking... And thinking... Of their own intellect?”
Os robôs também estão submetidos à personificação do público porque são visto ao lado de humanos que estão a dançar com um estilo mecânico de movimento. “A essência de toda música é a criação de um tempo virtual e, sua completa determinação de movimento de formas audíveis”. Segundo Dorfles, 1992, (sucapítulo imagem musical e imagem mnêmica - a música, p. 133) apud a hipótese de Susanne Langer, (“Virtual realm of Power”, p. 178, em: A Dança - O corpo e o gesto como instrumentos estéticos.).

(Imagem acima/reprodução):
“(...) this was their only form of interaction other than perhaps an emocional one as two toy-sized robotic boxes glided around the space pausing in front of the spectators occasionally as if to address them”. (Centre des Arts Enghien – Les –Bains/October, 2007.)
Percebe-se também na obra, por trás da cena, mesmo os intérpretes em dança-solo, há todo um aparato tecnológico como suporte de captação, mixagem, transmissão, realização/repodução e recepção. Não é só uma criação, mas várias que se desdobram e se complementam por elementos constituintes de cada linguagem - a partir duma ação técnica/inovadora ou, na fisicalização de cenas (antes, em forma de pensamentos) do agente criador/idealizador. É um trabalho em/de equipe.

Então, esse é um diferencial a mais na dança hoje aliada às novas tecnologias; é um processo de criação coletiva; de apresentação inaugural e de recepção em espaço virtual, mas que sucede sempre, acontece hic et nunc (aqui e agora). E, não mais ao cargo de uma só pessoa criadora/Intérprete. “Desde sempre, o artista desempenha a função de convocar o olhar para o que antes não era visto. (...) A tentativa é encontrar tecnologias capazes de introduzir a arte em domínios não antes explorados para corporificar novos modos de expressão artística capazes de criar impactos.” (Convocações multissensoriais da arte do século XX. Segundo Oliveira (1999), subcapitulo: o Artista, ainda um demiurgo, pp.91-92.)

(Imagem, idem)
No entanto, faz-se importante entender o código (seja da linguagem artística ou de meios tecnológicos da informação e comunicação/multimídia). “Assumindo essa tarefa, o artista quer absolutamente re-humanizar os homens: re-colocar as tecnologias a serviço da humanização. As tecnologias, elas mesmas re-humanizadas pelos modos e fins como a arte delas se serve. Uma vez mais, o artista usa o existente para inserir nele fórmulas com poder de surpreender. O ensaio é global. Servindo-se da superfície terrestre como matéria, o criador proclama, com seu gesto, se arte o que antes não era. No seu traço fugidio e ínfimo, ele dá visibilidade a um aspecto da até então invisível paisagem”.(Idem)

Para finalizar, penso que a comunicação do objeto em cena suscita a instauração e domínio de situação. É dose a surtir efeito; de mobilizar conhecimento científico; uma vez encaminhada toda à idéia se manipula e se (re)organiza com precisão. E, com criatividade; apresenta uma solução viável, urgente e cabível.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COLL, César e Ana Teberosky. Aprendendo Arte - Conteúdos essenciais para o Ensino Fundamental. 1ª edição, editora Ática. São Paulo: 2004.

COSTA, Cristina. Questões de Arte: a natureza do belo, a percepção e do prazer estético. 5ª impressão, Editora Moderna (Coleção Polêmica). São Paulo: 1999.

DORFLES, Gillo. O Devir das artes / Gillos Dorfles; tradução Píer Luigi Cabra; revisão da tradução Eduardo Brandão.- (Coleção A).- São Paulo: Martins Fontes, 1992.

PILLAR, Analice Dutra (org.). A Educação do Olhar no Ensino das Artes. In: Convocações multissensoriais da arte do século XX. (Subcapitulo: Artista, ainda um demiurgo. pp.91-92), de Ana Cláudia de Oliveira. Porto Alegre: Editora Mediação(Cadernos de Autoria), 1999.

MEIO ELETRÔNICO
DVD / Dance and Media 2006/ LIVE from Israel. OHAD FISHOF [ISRAEL]. Acesso em: maio. 2008.

DOCUMENTOS DE ACESSO DIGITAL
Dance and Media Japan - Creative Collaborations between contemporary dance, theater and media art(SITE). Disponível em: http://www.dance-media.com/english/dance_and_media.htm -Acesso em: maio de 2008.

YUZO ISHIYAMA / Centre des Arts Enghien – Les –Bains. Disponível em: http://www.cda95.fr/integral.php?docId=203099 - Acesso em: maio de 2008.

Avaliação de conclusão-módulo “Dança e Novas Tecnologias”, Curso de Extensão Dança e Pensamento. - realizado de 07 a 12 de abril de 2008 -, ministrado pelo pesquisador, Armando Menicacci.
Aluno: Professor Lúcio José de Azevêdo Lucena - Lúcio Leonn.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Da necessidade da Psicologia para o(a) aluno(a) do Curso de Licenciatura em Teatro e a importância deste SABER-FAZER -

por Lúcio José de Azevêdo Lucena

- O futuro profissional da área de Teatro-Educação

“Aquele que não ensina divertindo e não diverte ensinando não tem nada a fazer no teatro”. (Bertold Brecht, (1898-1956).)

Da fruição da Psicologia como área de conhecimento, tem sido à base de estudos e de mediação do convívio em sociedade. É perceber para (re)organizar os relacionamentos interpessoais ou mesmo, individual. Também sinaliza o diferencial dentre as disciplinas ditas Ciências Exatas.
Uma aprendizagem mais significativa e humanizante, reconhece a necessidade da Psicologia entre nós. De selecionar temas relacionados e relevantes à formação de educadores.
No entanto, a Escola tem se tornado um reflexo das relações não pacíficas e conflitantes da própria sociedade.
Imagens (acervo pessoal): Projeto Teatro Aplicado à Educação(2008): Interpretação Cênica/Emeif Herbert de Sousa-alunos-Laboratório de Informática Educativa (3ª e 4ª série) sob coordenação/aprendizagem e ensino, Lúcio Leonn.-(Bastidores-pátio -apresentação de: "Os Três Magos", de Érico Verissimo.

Vive-se hoje em um mundo de grandes violências, através de conflitos e de desrespeitos aos direitos da pessoa humana, como também às discriminações, injustiças sociais, fome, desemprego, miséria.
Da necessidade de conhecer e saber-fazer, de usufruir a Psicologia em todos os sentidos, é inerente à pessoa humana. Pois, fazem parte do desenvolvimento humano os aspectos globais, principalmente, o mental.

O futuro profissional de teatro-educação e ainda, em formação, deverá estar preparado em acurar estudos pessoais e de cognição; de maturar os princípios de interação e das fases de desenvolvimento humano e, de suas características intrínsecas.
Procurar sanar possíveis barreiras ou de inquietações, quanto ao convívio ou desentendimento em sala de aula, por parte de alguns educandos -professor(a)-aluno, é um bom exemplo de prática/reflexiva educativa.
Aulas, em maio-2008.
Do módulo, “A Psicologia e a Construção do Conhecimento”, para nós alunos do curso de licenciatura em Teatro, é de suma importância. Logo, é um campo do saber que, permite conhecer e entender a conduta humana; de compreender a personalidade; reavaliar o caráter / a vida.

Aulas, em junho-2008
Ao refletir e agir, profissionalmente, por meio da observação e de aprofundamento teórico perante as atitudes de alunos; ou de questioná-los; de aguçar seus valores; dos desejos / sonhos, dos impulsos ou de mediação de conflitos; pela busca do equilíbrio emocional e circunstancial em espaço salutar – é saber-Ser professor. Então, nossa prática é contínua e ininterrupta. Precisamos saber-ser educador. É, um outro passo.

Bastidores/Biblioteca -ensaios e apresentação, de: "Os Três Magos", de Erico Verissimo(19.dez.2008): alunos da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Herbert de Sousa:-claudiohenrique-lucas-eduardo-raquel-pedro weslley e cristiano-

E, de olho na maturidade humana, tornar um caminho promissor, de atividades mais significativas, com ênfase no desenvolvimento cognitivo e afetivo, de ação social mais justa e igualitária. Imagem de Roberta/Claudioherique-improvisação livre.
Finalizando, proceder em estudos e de experiências na promoção da psicologia da infância e da adolescência em ambiência escolar, nos conduz ao processo de ensino e de aprendizagem com foco no diálogo, numa prática colaborativa.

“A nova humanidade será universal e terá a atitude do artista; isto é, reconhecerá que o imenso valor e a beleza do ser humano residem precisamente no fato de pertencer ele aos dois reinos da natureza e do espírito”. Segundo Bilbao apud Thomas Mann, (2004).

Fontes consultadas
BILBAO, Giuliana Gnatos Lima. Psicologia e Arte. Campinas, SP: Editora Alínea, 2004. 96p.
Periódicos
Arquivo pessoal e experiência do ator e arte-educador Lúcio Leonn.
Universidade Nacional de Brasília-UnB/Instituto de Artes-IdA.Licenciatura em Teatro do Programa Pró-Licenciatura –(UnB/UNIR/MEC). Disciplina de Psicologia e Construção do Conhecimento/Tarefa Avaliativa.Profa. Formadora Sandra Regina Santana Costa.Tutoria virtual Lurdiana Costa Araújo.
*ALUNO Lúcio José de Azevêdo Lucena-Lúcio Leonn (Professor Esp. em Arte e Educação)

Ponto de vista- a partir de: A Terceira Margem do Rio - conto de Guimarães Rosa

por Lúcio José de Azevêdo Lucena
Imagem/reprodução
*OFICINA DE CONTOS

Passaram-se muitos anos... Eu sei... E, sem muita explicação ou coisa alguma; “resolvi sair de meu convívio salutar, outrora familiar – para nunca mais voltar fisicamente à terra natal”.
Ora, desde menino, entre meus sonhos, “sempre aparecera um Sujeito feito Deus; a falar-me dum Dilúvio” e que nele, “morreria muita gente”.

Num desses dias, profetizou-me:

- “Fostes Tú - O escolhido.... para vigiar; orar e pastorear o teu povo... É tua Vila...”

De repente... Como num Sonho... Tudo tomou rumo para mim. (E, quem encontrar esta mensagem, guarde o segredo para si).
Acontece que naquela época... Se contasse para o meu doce filho, ou... Tudo... Minha família.... toda a maldição cairia por Terra.

Sei que... Deixei tudo e, todos para trás. Antes, havia pensado... Não, acreditar nisso!  Embora, o Sujeito tinha a face rosada de meu pai já-velho.
Hoje, observo de longe:

- “Um certo avançar da terceira margem do Rio”. 
Do lugar de onde morávamos, lá, “não há mais um só resquício de minha gente. Sinto-me como um deserdado em Terra de Ninguém”.

Eu cheguei a assuntar-me sobre tal excesso ou grau de loucura reprimida ou, vontade mesmo de viver. Existe um certo zelo, pelo meu vilarejo.

Vivo alimentado por um desejo oculto, de: Presteza, Oração e Amor!

Num certo dia, qualquer... Pensei que já havia morrido. Mas sob a Terceira Margem do Rio sou celibatário de mim... Um Guardião. Um pastor qualquer. Um escolhido... Sempre em tempo e  espaço pretérito/presente/futuro.

Minha predestinação é sina de vaga-lume rio adentro ou, fora de Outono passado. É paragem dum Templo. E, como Fantasma de mim mesmo, indago: “Somente os seres irracionais - podem me ver?”

Universidade de Brasília-UnB/Instituto de Artes-IdA. Licenciatura em Teatro do Programa Pró-Licenciatura –(UnB/UNIR/MEC). Disciplina de Leitura e Produção de Texto: OFICINA DE CONTOS -Profª. Ana Agra - Prof.ª Formadora. *ALUNO Professor Lúcio José de Azevêdo Lucena-Lúcio Leonn (Professor Esp. em Arte e Educação)

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A Terceira Margem do Rio - Conto de Guimarães Rosa, disponivel em: http://literatura-edir.blogspot.com/2008/07/terceira-margem-do-rio.html#comment-form

sábado, 20 de dezembro de 2008

Marilena Chauí convida. Vamos?

(RESENHA)

[Imagem fragmentada/reprodução (obra renascentista): "La Gioconda- Mona Lisa", (1502)- Leonardo da Vinci.]

O que dizer da eterna novidade do mundo? Chama-se arte? E, Alberto Caeiro/Fernando Pessoa, nos responde. Sua questão, é a mesma que procura os pintores: Monet, Cézanne? Sob argumentos artísticos e escritos filosóficos de Merleau-Ponty, Gaston Bachelard, Sartre e Walter Benjamin, encontramos diversos caminhos e de respostas possíveis de pensar à Arte; articular o sensível e o humano. Ainda temos o poema de Jorge de Lima: o Nadador; à idéia hegeliana do Espírito. A revisitar acerca dos pensamentos de Platão e Aristóteles. Dos filósofos Martin Heidegger; de Nietzsche a Kant.

Arte é advento – um devir. Que procura o artista? O artista é aquele que fixa e torna acessível aos demais humanos o espetáculo de que participam sem perceber.
De Marilena Chauí, o texto, seguindo alguns períodos históricos e estilos artísticos de arte (do pensar-expressar e do fazer da época e de hoje), de tão genial que é, encontra-se em diversas edições (13ª).
“Convite à Filosofia” reverbera sobre o universo das artes. Compreende e rediscute entre nós sob à luz da Arte: a visão de mundo. Vamos, lê-lo?

– Trechos seguintes abaixo, capítulo 3 - O universo das artes:

“(...) A literatura. O que é ler? A leitura ‘é um afrontamento entre os corpos gloriosos e impalpáveis de minha palavra e a do autor”, a descoberta do poder da linguagem instituinte, ‘que aparece quando a linguagem instituída é privada de seu equilíbrio costumeiro, ordenando-se novamente para ensinar ao leitor o que este não sabia pensar ou dizer’.

Que é escrever? Responde, Sartre: é distanciar-se da linguagem-instrumento e entrar na atitude poética em estado selvagem. (...) A música reinventa o som e a audição como se estes jamais houvessem existido, tornando o mundo eternamente novo. (Unidade do eterno e do novo)

A palavra arte (...). Seu campo semântico se define por oposição ao acaso, ao espontâneo e ao natural. (...) Outra distinção é feita no campo do próprio possível, pela diferença entre ação e fabricação, isto é, entre praxis e poiesis. (...) A técnica pertence, assim, ao campo dos instrumentos engenhosos e astutos para auxiliar o corpo a realizar uma atividade penosa, dura, difícil.

A partir da Renascença, porém, trava-se uma luta pela valorização das artes mecânicas, pois o humanismo renascentista dignifica o corpo humano e essa dignidade se traduz na batalha pela dignidade das artes mecânicas para convertê-las à condição de artes liberais.

(...) A distinção entre artes da utilidade e artes da beleza acarretou uma separação entre técnica (o útil) e arte (o belo), levando à imagem da arte como ação individual espontânea, vinda da sensibilidade e da fantasia do artista como gênio criador.

(...) Surge, assim, o conceito de juízo de gosto, que será amplamente estudado por Kant (...) disciplina filosófica: a estética.

(...) Por outro lado, as artes passaram a ser concebidas (...) como expressão criadora, isto é, como transfiguração do visível, do sonoro, do movimento, da linguagem, dos gestos em obras artísticas. As artes tornam-se trabalho da expressão. (Arte e técnica).

(...) Assim, todas as atividades humanas assumiram a forma de rituais: a guerra, a semeadura e a colheita, a culinária, as trocas, o nascimento e a morte, a doença e a cura, a mudança das estações, a passagem do dia à noite, ventos e chuvas, o movimento dos astros, tudo se realiza ritualisticamente, tudo assume a forma de um culto religioso. (...) O artista era mago – como o médico e o astrólogo -, artesão – como o arquiteto, o pintor e o escultor -, iniciado num ofício sagrado – como o músico e o dançarino.

(...) A dimensão religiosa das artes deu aos objetos artísticos ou às obras de arte uma qualidade que foi estudada pelo filósofo alemão Walter Benjamin: a aura. Que é a aura? (...)

(...) Passando do divino ao belo, as artes não perderam o que a religião lhes dera: a aura. Não por acaso, o artista foi visto como gênio criador inspirado, indivíduo excepcional que cria uma obra excepcional, isto é, manteve em sua figura o mistério do mágico antigo. (Arte e religião)

(...) Do ponto de vista da Filosofia, podemos falar em dois grandes momentos de teorização da arte. No primeiro, inaugurado por Platão e Aristóteles, a Filosofia trata as artes sob a forma da poética; no segundo, a partir do século XVIII, sob a forma da estética. (...)

(...) A estética ou filosofia da arte possui três núcleos principais de investigação: a relação entre arte e Natureza, arte e humano, e finalidades-funções da arte (Arte e Filosofia)".

Nesse ínterim, o texto, (em suptópico) de Chauí, segue e nos apresenta a discussão investigativa acerca das três relações da estética ou filosofia da arte supracitada, logo acima.


Continuando:

"De um lado, mudanças quanto ao fazer artístico, diferenciando-se em escolas de arte ou estilos artísticos – clássico, gótico, renascentista, barroco, rococó, romântico, impressionista, realista, expressionista, abstrato, construtivista, surrealista, etc. Essas mudanças concernem à concepção do objeto artístico, às relações entre matéria e forma, às técnicas de elaboração dos materiais, à relação com o público, ao lugar ocupado por uma arte no interior das demais e servindo de padrão a elas, às descobertas de procedimentos e materiais novos, etc.

(...) A destruição da aura está prefigurada na própria essência da obra de arte como algo possível porque ela possui dois valores: o de culto e o de exposição, e este último suscita a reprodutibilidade quando as condições sócio-históricos a exigirem e a possibilitarem. (...). (Segundo Chauí apud Benjamin, suptópico - Arte e sociedade.)

(...) A modernidade terminou um processo que a Filosofia começara desde a Grécia: o desencantamento do mundo, isto é, a passagem do mito à razão, da magia à ciência e à lógica. Esse processo liberou as artes da função e finalidade religiosas, dando-lhes autonomia. (...).
Perdida a aura, a arte não se democratizou, massificou-se para consumo rápido no mercado da moda e nos meios de comunicação de massa, transformando-se em propaganda e publicidade, sinal de status social, prestígio político e controle cultural.

Sob os efeitos da massificação da indústria e consumo culturais, as artes correm o risco de perder três de suas principais características:

1. de expressivas, tornarem-se reprodutivas e repetitivas; 2. de trabalho da criação, tornarem-se eventos para consumo; 3. de experimentação do novo, tornarem-se consagração do consagrado pela moda e pelo consumo. (...). (Indústria cultural e cultura de massa)
(...) Dos meios de comunicação, sem dúvida, o rádio e a televisão manifestam mais do que todos os outros esses traços da indústria cultural.

Começam introduzindo duas divisões: a dos públicos (as chamadas “classes” A, B, C e D) e a dos horários (a programação se organiza em horários específicos que combinam a “classe”, a ocupação – donas-de-casa, trabalhadores manuais, profissionais liberais, executivos -, a idade – crianças, adolescentes, adultos – e o sexo). (...)

(...) Paradoxalmente, rádio e televisão podem oferecer-nos o mundo inteiro num instante, mas o fazem de tal maneira que o mundo real desaparece, restando apenas retalhos fragmentados de uma realidade desprovida de raiz no espaço e no tempo. Nada sabemos, depois de termos tido a ilusão de que fomos informados sobre tudo.

(...) Vale a pena, também, mencionar dois outros efeitos que a mídia produz em nossas mentes: a dispersão da atenção e a infantilização.

(...) Pouco a pouco, isso se torna um hábito. Artistas de teatro afirmam que, durante um espetáculo, sentem o público ficar desatento a cada sete minutos. Professores observam que seus alunos perdem a atenção a cada dez minutos e só voltam a se concentrar após uma pausa que dão a si mesmos, como se dividissem a aula em “programa” e “comercial”. (...)

(...) Um último traço da indústria cultural que merece nossa atenção é seu autoritarismo, sob a aparência de democracia. (...) encontra-se nos programas de aconselhamento. Um especialista – é sempre um especialista – nos ensina a viver, um outro nos ensina a criar os filhos, outro nos ensina a fazer sexo, e assim vão se sucedendo especialistas que nos ensinam a ter um corpo juvenil e saudável, boas maneiras, jardinagem, meditação espiritual, enfim, não há um único aspecto de nossa existência que deixe de ser ensinado por um especialista competente. (...). (Os meios de comunicação)
E, por fim:

Como a televisão, o cinema é uma indústria. Como ela, depende de investimentos, mercados, propaganda. Como ela, preocupa-se com o lucro, a moda, o consumo. (...)

A televisão é um meio técnico de comunicação à distância, que empresta do jornalismo a idéia de reportagem e notícia, da literatura, a idéia do folhetim novelesco, do teatro, a idéia de relação com um público presente, e do cinema, os procedimentos com imagens. Do ponto de vista do receptor, o aparelho televisor é um eletrodoméstico, como o liquidificador ou a geladeira.

(...) Como o livro, o cinema tem o poder extraordinário, próprio da obra de arte, de tornar presente o ausente, próximo o distante, distante o próximo, entrecruzando realidade e irrealidade, verdade e fantasia, reflexão e devaneio. (...)

(...) Apesar dos pesares, Benjamin tinha razão ao considerar o cinema a arte democrática do nosso tempo. (Cinema e televisão)”.

PALAVRAS-CHAVE:
Arte / Arte & Eternidade / Técnica / Religião / Filosofia / Natureza / Humano / Finalidades & Função da Arte / Arte & Sociedade / Indústria Cultural / Cultura de Massa / Os meios de comunicação / Cinema /Televisão / Educação.

Sobre a autora:
Filósofa e educadora brasileira. Marilena Chauí (1941). Aborda as questões filosóficas dentro de uma perspectiva social e política. Professora de Filosofia da Universidade de São Paulo. Principais Obras: O que é ideologia (1981), Da realidade sem mistérios ao mistério do mundo (1981), Repressão sexual (1984).

E, mais: outros textos de Marilena Chauí no link: http://br.geocities.com/mcrost02/index.htm

Documentos de acesso digital
Convite à Filosofia. Texto de Marilena Chauí. Unidade 8 - O mundo da prática. Capítulo 3: O universo das artes, (pp.?). Ed. Ática, São Paulo: 2000. Link abaixo. Acesso em: 23 nov. 2008.

Mais Informações:
Onde encontrar o texto: Convite à Filosofia. De Marilena Chauí, disponível em: http://br.geocities.com/mcrost02/convite_a_filosofia_38.htm


- Universidade Nacional de Brasília-UnB/Instituto de Artes-IdA.Licenciatura em Teatro do programa Pró-Licenciatura –(Tarefa Avaliativa) Profª. Ana Agra/Prof.ª Formadora/ALUNO Lúcio José de Azevêdo Lucena-Lúcio Leonn (Professor Esp. em Arte e Educação)