quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O Método Feldenkrais: sustentáculo em tríade? - três planos, três dimensões ou, três elementos-chaves, para um dançar, viver?

por Lúcio José de Azevêdo Lucena
“A Educação Somática não pretende substituir o treinamento técnico da dança. Mas ampliá-lo”. Silvia Soter, 2006.

Imagem de Isabelle Ginot, em: “Práticas Somáticas Alternativas e a Dança - o Método, Feldenkrais”. Módulo do Curso Dança e Pensamento - Escola de Dança da Vila das Artes/Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet), parceria Universidade Federal do Ceará (UFC). De 28 de julho a 02 de agosto, (Fortaleza-Ce, Brasil: 2008). Espaço Alpendre. (foto arquivo pessoal Lúcio Leonn)

O Método Feldenkrais se sustenta no procedimento dum corpus in locus, sua saúde interna, como mola propulsora; a espinha dorsal de acionar para organizar e controlar membros ou funções motoras; indo muito além dos sentidos sensoriais; do campo perceptivo da visão corporal, da ação física – ou, do não-movimento – visa desvelar no corpo, o domínio do movimento, desenvolver no indivíduo, seu espaço pessoal / global/ cênico / corpo de intérprete consciente.

“De acordo com a pesquisadora canadense Sylvie Fortin, (1996), três elementos-chaves permitem explicar como a Educação Somática age em beneficio da dança. A educação somática (i) age na prevenção e na cura de lesões; (ii) facilita o progresso do dançarino quanto aspecto técnico; e (iii) amplia sua capacidade expressiva”. (Segundo Silvia Soter, (2006): A educação somática e o ensino da dança, p.115.)

Por outro lado, é a percepção corporal de si mesmo. A busca da consciência do corpo expressivo para a origem, e do desdobrar/direcionamento liberado pelo fluxo do movimento em (não-) ação. A liberação se processa em três planos: no plano fisiológico, no plano psíquico/cognitivo e no plano técnico.

Já a dança na arte, o espaço abre também, em três dimensões: altura, largura e profundidade. Pode-se dizer aqui e de tratar o corpo, como numa pintura(bidimensional). Uma figura espacial, em 3D/escultura. É imagem de leitura, do campo visual.

Logo, um corpo é pessoal, preparado para a vida. Ele deve se efetivar e proporcionar diversos sentidos e de possibilidades na Arte/Dança/Vida.

“O gesto dançado, assim como o gesto cotidiano, carrega em si aspectos da história orgânica do sujeito, associada a aspectos culturais e simbólicos” (Silvia Soter, idem, p.117.).

Resultam em imagens, símbolos de uma “bela postura” corporal. Elabora a integração educativa entre mente sã em corpo são.

Concluindo, o Método Feldenkrais, evidencia-se para o sustentáculo, sempre em tríade. E, se desdobra também, via número 3; em três planos, em três dimensões; por fim, três elementos-chaves, para um dançar, viver...

Para isso, se faz necessário apreender e se (re) educar, a busca do conhecer, do pensar, do “aprender-fazendo”, de habitar o método na consciência do corpo e da prática em Educação Somática.

Referências Bibliográficas

PEREIRA, Roberto e Silvia Solter (Coord.). Lições de Dança 1. In: Silvia Soter, p.115 e 117: A educação somática e o ensino da dança.-, 2ª edição – Rio de Janeiro: UniverCidade Ed., 2006. 190p.

PORCHER, Louis (Org.). Educação Artística - Luxo ou Necessidade? Tradução de Yan Michalski. Coleção Novas Buscas em Educação, volume 12- São Paulo: Summus, 1982. 197p.

Isabelle Ginot – Professora do Departamento de Dança da Universidade Paris VIII é praticante do método Feldenkrais. Seu ensino e sua pesquisa abrangem da análise de obras coreográficas contemporâneas (Dominique Bagouet, un labyrinthe dansé, edição do Centre National de la Danse, 1999) à análise das práticas dos dançarinos, especialmente o trabalho em torno da questão da imagem do corpo. Colabora regularmente com intérpretes e coreógrafos contemporâneos na Europa (Rosalind Crisp, Julie Nioche, entre outros) e um dos eixos de sua prática Feldenkrais é a reflexão sobre o uso desse método pelos dançarinos.

Curso de Extensão Dança e Pensamento. De 28 de julho a 02 de agosto - Atividade de conclusão-módulo “Práticas Somáticas Alternativas e a Dança - o Método, Feldenkrais”, ministrado pela professora Isabelle Ginot.
Aluno: professor Lúcio José de Azevêdo Lucena - Lúcio Leonn.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Da seleção dos candidatos para Oficina Théâtre du Soleil no Brasil(CE), 1988

Da inclusão de candidatos na “oficina théâtre du soleil

Primeiramente, foram divulgados pela imprensa, o local e o período da realização. Ele aconteceu no Serviço Social da Indústria-SESI/Parangaba, durante todo o mês de outubro com apoio da citada instituição. Mas foi prorrogado por alguns dias, transferindo-se também de local e data de seleção de alunos-atores.

As inscrições aconteceram na Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto, de forma gratuita à comunidade teatral.

No entanto, a inscrição feita para a Oficina não significava inclusão total nos trabalhos, pois todos os inscritos passariam por uma seleção sob a responsabilidade dos orientadores/atores franceses no período de 29 de setembro a 11 de outubro de 1988.

A seleção não acontecera realmente nas datas supracitadas e sim, no período de 1º a 05 de outubro de l988, em horários alternados, numa ante-sala do Theatro José de Alencar, mediante a confirmação do dia, e do horário, por telefone.

Segundo comunicação interna, obteve-se cerca de 500 candidatos inscritos candidatos selecionados entre a nova e velha-guarda, contando também com os iniciantes. Lembro-me de que meu número de inscrição era de nº 77 (setenta e sete) para concorrer uma das 60 (sessenta) vagas, porém, foram selecionados mais de sessenta alunos-atores.(Anexo 1- Da seleção dos candidatos para Oficina Théâtre du Soleil, p. 89)
***
Para cursar essa oficina teatral, todos os candidatos inscritos tiveram que passar por seleção. Responderam, por meio de entrevistas, as seguintes indagações: O que é Teatro para você? Por que você quer fazer essa Oficina de Teatro?

No mais, foi comunicado através de circular, que todos selecionados (mais de 60 alunos-atores) deveriam comprometer-se em portar figurinos (quarda-roupa de trabalhos já realizados), como também material para limpeza do rosto (algodão, sabonete, toalha, etc...), que seriam necessários durante a realização da oficina. No entanto, boa parte dos figurinos usados pelos alunos-atores foram cedidos e pertenciam ao acervo do grupo Comédia Cearense. Já aqueles alunos-atores, que necessitassem de documentos ou de declarações, para solicitar liberação dos seus respectivos locais de trabalhos, deveriam requerer à Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto do Ceará com a devida antecedência.

Oficina Théâtre du Soleil no Brasil, ministrada em Fortaleza-Ce (mês de dezembro) aconteceu de 05 de outubro a 5 de novembro. Teatro São José, período de 30 dias. Posterior, no Crato-Ce e Salvador. Ano de 1988, pelos atores Georges Bigot e Maurice Durozier.

Prática na Oficina Théâtre du Soleil, em Fortaleza-Ce; os seguintes alunos atores e atrizes, por ordem alfabética:


(Foto pessoal de Leonn): Margarete Costa e Lúcio Leonn, em cena com Máscaras de Senhora e Senhor Pantaleon(e)

1.Ana Angélica de Almeida,
2.Ana Cristina Viana,
3.Ângela Escudeiro,
4.Aída Marsipe,
5.Anália Timbó,
6.Aurecy Pinheiro,
7.Aristides Neto,
8.Acácio de Montes,
9.Afrânio Brígido,
10.Antônio Rodrigues,
11.Airton Lima,
12.Áurio Lúcio,
13.Antônio Reinaldo,
14.Benígno da Nóbrega,
15.Chico Alves,
16.César Maier,
17.Chiara Queirós,
18.Cláudio Jaborandy,
19.Dami Damião,
20.Danilo Pinho,
21.Dênis Rabelo,
22.Deugiolino Lucas,
23.Eugênia Nogueira,
24.Edson Santos,
25.Edson Saraiva,
26.Eliete Frota,
27.Francisco Alencar,
28.Francisco Freitas,
29.Gil Brandão,
30.Graça Freitas,
31.Graça Martins,
32.Humberto da Silva,
33.Iziane Mascarenhas,
34.Jô Granjeiro,
35.Jamila Coelho,
36.João Barbosa,
37.José Ricardo Lopes,
38.Josué Silva,
39.José Francisco Jr,
40.João Andrade Joca,
41.Kátia Arruda,
42.Martine Kunz,
43.Lou Landim,
44.Lúcio Leonn,
45.Marta Aurélia,
46.Manuel Rodrigues,
47.Marcos Maciel,
48.Meire Virginia,
49.Márcia Paiva,
50.Margarete Costa,
51.Maria de Lourdes,
52.Maria das Neves,
53.Nádia Torres,
54.Omar Rocha,
55.Paulo Ess,
56.Pedro Gonçalves,
57.Rejane Reinaldo,
58.Ricardo Black,
59.Ribeiro Neto,
60.Raimundo Lima,
61.Robério Fefre,
62.Renato Severo,
63.Socorro Moura,
64.Sandra Veloso,
65.Tica Fernandes,
66.Ueliton Rocon,
67.Valmir Brás e
68.Virgínia Tavares.

(Fonte: Arquivo pessoal do ator Lúcio Leonn. Fortaleza-Ce, dezembro de 1988)
(*) Anexo I-Da seleção dos candidatos para Oficina Théâtre du Soleil. *Parte integrante de sua pesquisa de pós-graduação, intitulada: "Os Processos de Formação Teatral em Fortaleza na década de 1990: Memórias de um ator.

Imagens, abaixo mais recentes:

Foto/reprodução Georges Bigot, 2008.


Foto/reprodução Maurice Durozier, 2007.