quinta-feira, 24 de abril de 2008

Interpretação Cênica - Âmbito de Formação, a partir de 1990. 2ª SIGO - Semana de Imersão do Grupo Ouse-2008


Programação-dia 08 DE MARÇO DE 2008: Interpretação Cênica - Âmbito de Formação, a partir de 1990.
Ministrante: Lúcio Leonn (Ator/prof. Esp. em Arte e Educação).

Ementa do Tema: como proposta inicial, é aliar teoria e prática; e, apresentar tópicos de Pesquisa, relacionando o tema ao encontro – segue à apreciação/discussão aos Alunos-atores/atrizes. Da prática; focalizar dois acontecimentos importantes,realizados em Fortaleaza-Ce por meio de experiências/vivências em breves exercícios; além da fruição do corpo/da voz/máscara/indumentária: em técnicas da oficina théâtre du soleil (1988) e, nos conhecimentos prévios do curso colégio de direção teatral (1ª turma-1996/1999). Avaliação final do encontro.

PROGRAMAÇÃO/INÍCIO
1ª APRESENTAÇÃO:
(...) Sobre o adestramento do ator, a atriz Fernanda Montenegro (Uma Viagem ao Outro:sobre a arte do ator), atesta o seguinte: “ (...) é necessário como instrumento de mobilização. Mas isso não é tudo. Um ator pode cumprir todo esse ritual (conjunto de exercícios, boa voz, articulação, métodos de sensibilização, etc), esse adestramento, e não ser um bom ator. Pode cumprir toda a pesquisa formal, a procura do conteúdo , e ainda assim não ser um bom ator (...) No Brasil todos nós já passamos por muitos métodos mal absorvidos, superficialmente ensinados. Vamos acrescentando a nossa prática e nossa vivência ao que conseguimos captar. E cada um de nós, no fundo, cria sua própria técnica. E sobrevive.” (oficio de intérprete, p.29;1988); (o grifo e meu). capitulo 1: Ensina-se Teatro? Onde mora tal aprendizagem?; Subtítulo: processo Criativo do ator, p.19.

2ª APRESENTAÇÃO:
(...) não há um padrão cênico preestabelecido para ocupar uma vaga de ator. (...) Sobre o assunto Fernanda Montenegro afirma que: “o intérprete pode se expressar por este ou aquele método, ou pela soma de todos os métodos, em algumas peças, pode-se usar mais um método do que outro. Mas no fundo, a experiência interligou de tal forma os diferentes métodos que não é mais possível ser puramente isto ou puramente aquilo.” (Uma Viagem ao Outro: sobre a arte do ator): oficio de intérprete, p.29 e 30;1988; capitulo 1: Ensina-se Teatro? Onde mora tal aprendizagem?): Subtítulo: processo Criativo do ator, p.21.


imagem 2º SIGO(2008), arquivo pessoal de Lívia Cartaxo, segundo ela: os seguidores.




2º MOMENTO:

Tópicos* abaixo, apresentados/sorteados para leitura e discussão aos presentes foram:

1>(...) Quando iniciei este estudo sobre a formação do ator em fevereiro de 2002 e, quando ainda muito me inquietava o porquê da falta de um curso superior em Artes Cênicas, apresentei parte desta pesquisa no II encontro de pesquisa e Pós-Graduação do Centro Federal de Educação Tecnológica do Cefet-Ce em 25 de abril de 2002(...) (In: Apresentação).

2>(...) No decorrer da pesquisa, obtive uma das respostas às questões, aqui, levantadas no passado, quanto ao processo de ensino e aprendizagem do ator sem nível superior, em Fortaleza. A comunidade fortalezense passou a contar, a partir de agosto de 2002, com o Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceara -Cefet-Ce e seu curso de graduação em Artes Cênicas (...) (In: Apresentação).

3>Logo este curso superior do Cefet-Ce, veio suprir uma carência de grande amplidão e de necessidade, no que diz respeito ao ensino de teatro em 3º grau, bem como legalizar os egressos desse curso otimizando-os pra uma outra esfera de profissionais-atores, que por hora, só tem sido uma lacuna em todo o Estado. subcapitulo: Um Certo Olhar Documental sobre as “Antigas e Novas” Práticas Teatrais em Fortaleza: perspectivas que despontam reorganização em todo os sentidos, p. 65.

4>O teatro desenvolvido em Fortaleza, no que diz respeito ao ensino e a prática teatral desse período (final de 1980), focaliza-se em dois grandes acontecimentos os quais tive a oportunidade de vivenciá-los como ator. O primeiro, a partir de 1988, com a Oficina “Théâtre du Soleil”. O segundo em 1989, com o I Simpósio Cearense de Artes Cênicas -Projeto Teatro em Obras”, cujo objetivo principal era reunir artistas locais para compor um plano de movimento teatral cearense, que culminou com atores e atrizes nos espetáculos reinaugurais do Theatro Jose de Alencar, com atividades no palco principal, em seu entorno, nas praças e ruas da cidade, no ano de 1991. (...) O uso destes eventos é feito como divisor cronológico e enfatiza as estratégias de aprendizagem doa ator em Fortaleza para a década de 90. (...) capitulo 2: O teatro aprendiz no final da década de 80, p, 24.

05> (...) “O projeto Théâtre du Soleil será uma oficina de teatro ministrada pelos franceses, Georges Bigot e Maurice Durozier. A presença dessa companhia de teatro francesa em Fortaleza será uma experiência única para os atores cearenses (...) Afinal trata-se de uma mais prestigiosa do mundo e representa o que há de mais sólido em termos de teatro europeu. Será um grande incentivo para a arte teatral cearense, na medida em que ajudará os atores a encontrar o seu próprio caminho na Arte.” Entrevista de Violeta Arraes - Secretária de Cultura do Estado ao Jornal Diário do Nordeste em 30/11.88; subcapitulo: Oficina Théâtre du Soleil, p.29.

Foto(arquivo pessoal),1988: Maurice Durozier, Georges Bigot(ministrantes), Violeta Arraes(secretária de cultura,na época) e Fernanda Montenegro(em cartaz no TJA, com a peça "Dona Doida"),em visita durante oficina.


06> (...)‘Os atores improvisavam sobre as máscaras, os personagens clássicos da Comédian Dell’art, (...) Georges e Maurice falaram aos atores da oficina que, ‘mesmo sem máscara ou maquilagem as regras são as mesmas: porque no palco, nasce o personagem e nasce também o ator. Faz-se teatro para o público; o público ama a personagem e o personagem tem vida, nome e uma história; É um ser que sente emoção como uma pessoa humana, logo o ator não deve partir para a caricatura, porque atrás do realismo psicológico do ator ‘o artista deve imitar o homem, como deveria ser e não como são. O importante é captar uma coisa que não existe e levá-lo à perfeição.’-Artigo Jornal Tribuna do Ceará, 15 de fevereiro de 1989, texto escrito por Lúcio Leonn. (Anexo III–Oficina Teatral: Uma Experiência que deu certo em Fortaleza, p.98).

07>“Quando da reforma do Theatro José de Alencar, teatro que guarda nossa historia e nossos sonhos, aproveitamos o momento para refletir sobre a nossa produção artística. O I Simpósio Cearense de Artes Cênicas surge da necessidade de discutir o Projeto Teatro em Obras, que objetiva reunir artistas locais para compor um plano de reciclagem de movimento teatral cearense, ao mesmo tempo propiciar o intercâmbio de informações nas áreas de artes cênicas, com outras regiões do Brasil.” Folder do programa. subcapitulo: I Simpósio Cearense de Artes Cênicas/ projeto Teatro em Obras: Theatro José de Alencar, p. 42.

08>(...) Em se tratando de capacitação do ator, o final da década de 80 é promissor, justapõe-se inicialmente na década posterior de forma sucessiva e contundente com o Theatro José de Alencar de volta à cidade (1991) e, com seu programa de inauguração envolvendo espetáculos , palestras, workshpos, oficinas e cursos.(...) capitulo 2: O teatro aprendiz no final da década de 1980, p. 24.

09>Oficina “O Ator, o tempo e o Espetáculo” com carga horária de 165h/aula (1991). Projetou a criação do Curso Princípios Básicos de Teatro com estréia do espetáculo “Simulacro: Uma História Seqüestrada...”, texto de criação coletiva (1992) sob direção de João Andrade Joca, e direção de assistência Paulo Ess. (Anexo IV - Principais Eventos destacados a partir do final de 1980 a década de 1990, p. 94.)

10>É no jogo cênico dos ensaios, nas repetições, nas apresentações diante da platéia, nas ações orgânicas pelo uso da criatividade (testes) em situação dramática advindo do texto, nos estudos de criação de personagens e na peça que se deseja encenar, que se desenvolve o processo criativo do ator. Este processo de criação e representação nunca será o mesmo. Ele é contínuo. Assim, somente ele, o ator, tem o privilégio de resguardar-se num tempo de criação e suspender o plano racional / real para imbuir-se de emoção, utilizando-se da imaginação e da criatividade. E, logo depois, fará uso de uma técnica, materializando ações que podem resultar em processo orgânico e, mais adiante, um encontro com a platéia que, contando com a personagem já criada, se estabelece sempre possibilidade para uma nova relação: público/ator. (...). subtítulo: Processo Criativo do ator, p.18.

11>(...) Destaca-se que mesmo tendo o ator concluído o curso básico de teatro-profissional, (na realidade da cidade de Fortaleza, há mais de quatro décadas o curso básico de teatro/curso de arte dramática da pró-reitoria de extensão da Universidade Federal do Ceará-UFC) e adquirido o registro profissional da categoria ator não tem assegurado o seu sustento, uma vez que o mercado de trabalho não lhe garante estabilidade. (...) capitulo 1: Ensina-se Teatro? Onde mora tal aprendizagem?, p.15.

12. (...) As atividades de políticas educativas e administrativas no curso de arte dramática da UFC /CAD permanecem estas estagnadas, beirando o obsoleto e, (...) Tudo isso precisa adequar-se a própria lei vigente (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB), quanto às cláusulas legais para se tornarem instituições e/ou escolas de ensino de teatro regular ou superior, de arte-educação. (...) o CAD vem resistindo há décadas (...). Percebo a hora da prática (re)organizacional nos diversos segmentos teatrais. subcapitulo: Um Certo Olhar Documental sobre as “Antigas e Novas” Práticas Teatrais em Fortaleza: perspectivas que despontam reorganização em todo os sentidos, p. 61.

13> (...) Em vista do que foi exposto, uma alternativa sinaliza para a sala de aula sim, e não somente para a formação técnica ou empírica dessa artista como aquele fazedor em processo criativo, mas aquele arte-educador que necessita de preparo cientifico em cursos de graduação e de licenciatura plena (em Arte), (...) o Plano Decenal da Educação, que diz que até o final de 2007, “exclusivamente”, serão admitidos para sala de aula, professores habilitados em nível superior e com licenciatura plena, caso não perderão o magistério. O que isso significa (...) à entrada de disciplinas de Pratica de Ensino, Planejamento, de Didáticas, do Estágio Supervisionado, do campo teórico etc, que compreendem então, a um curso superior com Licenciatura Plena. subcapitulo:idem;p. 61 e 64.

14> (...) Contudo, é através de inúmeros projetos governamentais a partir de 1989 que se fez necessária tal análise investigativa no campo teatral, no que diz respeito à aprendizagem e ao ensino não somente no sentido qualitativo, mas também no sentido de ter um certificado válido. (...) Foram criados, (...) no campo das artes do ator de Fortaleza, projetos teatrais com raras exceções, sem grande importância quanto à legitimação. Como tantas outras tentativas na criação de uma escola por meio de projetos (Théâtre du Soleil, (1988); Programação Inaugural do Theatro José de Alencar, (1991): cursos, palestras, oficinas workshops, seminários, espetáculos etc) Ópera Don Giovanni (1992); Escola de Cultura, Comunicação, Artes e Ofícios-ECCOA (1992); Projeto Encenação, (1994), Bureau de Artes Cênicas (1996), Curso Colégio de Direção Teatral, (1996 a 2004)-Instituto Dragão do Mar, Projeto de Integração dos Atores do Nordeste – Piane (2002) etc., pois se muda de governo, mobiliza-se gestão! capitulo 3: Breve visão em registro histórico do teatro realizado em Fortaleza na década de 90, p.44.

15>Na minha opinião, o Colégio tornou-se um marco histórico no teatro cearense em meados da década de 90, quanto a excelência de encenações, na produção desses espetáculos e na referência de qualidade, e no que diz respeito ao processo de ensino / aprendizagem de teatro, contrariando uma minoria de artistas, dos quais posso citar: atores, teatrólogos e outros que não se sentiram mobilizados nem incluídos e sim intrigados com a criação desse curso. Foi um incentivo à criação de novos grupos teatrais, novos diretores e dramaturgos. Quanto ao embasamento teórico e prático, foi avaliado pelo quantitativo de disciplinas e qualidade de temas teatrais abordados nos cursos por meio de professores de diversas e conceituadas universidades. subcapitulo: Um Certo Olhar Documental sobre as “Antigas e Novas” Práticas Teatrais em Fortaleza: perspectivas que despontam reorganização em todo os sentidos, p. 66.

Conclusão
16>(...) Tudo que relatei aqui é fruto de uma reflexão como aluno, ator, orientador e educador que viveu e sentiu a arte cênica de Fortaleza desde os meados dos anos 1980 e toda a década de 1990.

*Tópicos procedentes da pesquisa “Os Processos de Formação Teatral em Fortaleza na década de 1990: Memórias de um ator. Fortaleza: UECE/CEFET-CE. 2002”; (Monografia de Especialização em Arte e Educação, 177p)).

3º MOMENTO:Praticidade/PROGRAMAÇÃO/vivências de:
1. Uso de corpo/voz/espaço. Meta: aquecimento.

2. Técnicas Oficina Théâtre du Soleil no Brasil. Meta: experienciar brevemente, Técnicas repassadas na Oficina Théâtre du Soleil,(individualmente ou em grupo).
APRESENTAÇÃO E OBSERVAÇÕES MINHAS SOBRE AS TÉCNICAS.
Itens também sorteados entre os presentes - (não obedecem à ordem de sequência, de apoio ou critérios de escolhas quanto aos itens técnicos aqui abaixo apresentados; mas sim, à justaposição deles). A partir da orientação dada e, depois em ação teatral, seguindo tais itens, tornar-se-ão regras indicativas para o trabalho do ator/atriz EM CENA. Devendo técnicas repassadas, permanecer com o intérprete em todo o decorrer ou durante a realização da cena/improvisação/interpretação (diante da platéia); toda cena-improvisação-tem como base um Tema, este antes, discutido em grupo. E, mesmo intérprete estando fora de cena, vale como pressupostos técnicos, de fundamentos metodológicos experienciados.

foto(arquivo pessoal),1988:Martine Kunz, Lúcio Leonn , Chiára Queiros e Ricardo Black-Oficina Teatro do Sol.



Alguns itens técnicos evidenciados aqui, por mim:

1. Sentir a personalidade interior que a máscara / personagem representa.
2. O respeito pelo público.
3. Da importância da Entrada e Saída do/a personagem em cena.
4. Mexer e depois falar ou vice-versa – para que o público veja cada ação do personagem.
5. Acreditar na ação do/a personagem.
6. Entrar em cena com um estado emotivo.
7. Fugir do realismo fortuito.
8. Não realizar espaço.(as vezes, delimitação de área de atuação de personagem/ator-atriz com fita adesiva no chão).
9. Desenhar com o corpo cada ação do/a personagem.
10. Pausas para que o público sinta/veja a presença do/a personagem em cena.
11. Exigir uma certa urgência quanto à ação do/a personagem.


Foto(1988)Ricardo Black(apaixonada) e Aida Marsipe(matamor):máscaras.


3º MOMENTO: meta de trabalhar uso imagem da palavra; imaginação do participante via elementos da voz falada. Improvisação a partir de textos de peças curtas indicadas. LEITURA/PRÁTICAS DE TEXTOS (CORPO-VOZ) EM:
TEXTO “O QUE SE DIZ”,de Carlos Drummond de Andrade.
Texto procedente do Curso Colégio de Direção Teatral-1ª turma (1996-1999).

Encarte "Os Iks" 13º exercício do Curso Colégio de Direção-1ª turma. Direção: Celso Nunes,1999.








TEXTO "IGUAL/DESIGUAL", de Carlos Drummond de Andrade.Texto
(IDEM).

TEXTO peça “ARTE”,de Yasmina Reza.
Texto procedente do Curso Colégio de Direção Teatral-1ª turma (1996-1999).

FRAGMENTOS DE TEXTOS “Romeu e Julieta” (Ato II-CENA II), de William Shakespeare.Texto procedente da Oficina de Interpretação Teatral por Ewerton de Castro/Festival Nacional de Teatro de Jacareí/SP-1996.

PARA ESTUDOS DOMICILIARES:
CÓPIA TEXTOS DE:
1. ESQUEMA MÉTODO DE CRIAÇÃO DO PERSONAGEM. Texto procedente da Oficina de Interpretação Teatral por Ewerton de Castro/Festival Nacional de Teatro de Jacareí/SP-1996.
2. SOBRE O TEXTO; SOBRE O PERSONAGEM; ESTUDO INDIVIDUAL DO PERSONAGEM. TEXTO PROCEDENTE DO CURSO COLÉGIO DE DIREÇÃO TEATRAL-1ª TURMA (1996-1999).
3.CÓPIA LIVRO “DO TAMANHO DA VIDA: REFLEXÕES SOBRE O TEATRO,DE DOMINGOS OLIVEIRA, pp.15-21- COLEÇÃO DOCUMENTOS: minc/INACEM, 1988(?).TEXTO PROCEDENTE DA OFICINA: O ATOR E A CÂMERA POR DUAIA ASSUMPÇÃO-2004.

4º MOMENTO: AVALIAÇÃO FINAL DO ENCONTRO

2ª SIGO - Semana de Imersão do Grupo Ouse-2008.
Grupo Ouse de Teatro do Colégio Christus - Dionísio Torres.
O Ouse objetiva estimular a humanização dos alunos, o desenvolvimento de novas habilidades, o crescimento pessoal e a formação de platéia sensível à arte.

o Ouse promove a SIGO – SEMANA DE IMERSÃO DO GRUPO OUSE, quando recebe vários amigos para pensar e discutir Teatro. Mediação/organização local: Prof. Jadeilson Feitosa. Ministrante\Prof: Lúcio Leonn 

sexta-feira, 18 de abril de 2008

PROGRAMA INTEGRAÇÃO AABB COMUNIDADE-FORTALEZA-CE

UM EIXO SOCIAL EM ARTE & EDUCAÇÃO


















E, mais: um pouco da história, de metodologia, da terminologia à formação - entender a Arte no conceito escolar e contexto de nossa cidade

TEXTO DE LÚCIO LEONN
OBJETIVO–ENSINO DE ARTE NO PROGRAMA (Teatro-Dança-Música e Artes Visuais)

Fortaleza-Ce, Ano, de 2003/2004
O Programa integração AABB Comunidade/Fortaleza, tem como um dos eixos geradores na inclusão social e educacional de crianças e adolescentes da grande periferia de Fortaleza-Ce (Santa Cecília/Bom Jardim/Genibaú): o campo da Arte-Educação. Sob coordenação de Arte, professor efetivo\especialista da área e mais, professores-estagiários(arte-dramática/artes cênicas, estilismo e moda, música, artes plásticas e dança). E, como educadores sociais em arte, pretendem desenvolver o potencial expressivo e criativo dos educandos, por meio de técnicas que englobam a consciência corporal/vocal, o equilíbrio emocional, a noção rítmica musical/espacial, a atenção, a cultura visual, etc.

O suporte pedagógico encontra-se nas modalidades artísticas: Teatro, Dança, Música, Artes Visuais e/ou Audiovisual. Isto é, por meio de elementos constitutivos (personagens, tipos de movimentos, composição musical, linhas, etc) de cada linguagem estabelecida, pretende-se assegurar o objetivo do Ensino da Arte pelo campo conceitual da: produção, fruição e reflexão. Onde os educandos possam ter a expressão de si mesmo, principalmente, o conhecer e o saber-fazer Arte.

Temos a Arte na Educação, ou Educação pela Arte. Seguem-se terminologias: ensino de Arte; Arte e Educação ou Arte-Educação(Arte/Educação). Portanto, no espaço educacional a Arte se propõe se situar como “veículo”, resgate de identidade e cidadania. É disciplina de Arte(s). Assim, o professor de Arte também difere metodologicamente, do Arte-educador. Ainda pelo ensino de Arte, agora no Programa, sobretudo, busca-se ampliar um espaço de convivência, e não a formação de artistas profissionais. Porque vários são os tipos de programas que uma escola ou instituição pode oferecer para estimular o desenvolvimento do talento e das habilidades daqueles alunos que se destacam em áreas artísticas. Um programa que venha garantir um futuro mais promissor. E por que não, profissional em todos os sentidos.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96, estabelece em seu artigo 26, parágrafo 2º: “O ensino de Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.

No entanto, ainda na comunidade escolar, são vários os aspectos que não condizem com os princípios da atual lei. Isto é, no que se refere o ensino assegurado pela Arte. Um deles vai desde a formação do professor de Arte a sala de aula. Por este ser polivalente, deve lecionar as quatro linguagens, enquanto tem a formação em uma. Uma vez não procura educação continuada (aprender a aprender) para manter-se na rede de ensino como professor de Arte. Outro aspecto tão questionado e muito valorizado inconscientemente trata-se do “deixar-fazer”, ou seja, por um exarcebamento da livre expressão; da pedagogia da espera.

Falo de uma expressão obscura e ignorante de sentidos, isto é, acontece muito mais por parte do professor em seu ambiente de trabalho; não partir para uma ação-reflexiva por meio de procedimentos, conceitos artísticos ou encaminhar-se pela pesquisa em Arte. Ele(a) deve intervir junto ao aluno em sala de aula, estudar o verdadeiro objetivo da Arte na educação escolar. Tanto que, a preocupação recente de se democratizar o ensino de Arte, assumindo-se o compromisso de ampliar o acesso da maioria da população aos domínios estéticos e artísticos, tem por base os estudos e orientações no Brasil, difundida pela Professora Ana Mae Barbosa. Ela propõe o conhecimento da Arte sob três eixos: o fazer artístico, a análise de obras artísticas e a história da Arte.

Retomando ao Programa Integração AABB Comunidade/Fortaleza, o posso classificar como Enriquecimento, que implica em oferecer paralelamente às atividades da série do(a) aluno(a), atividades extras, usualmente fora do período normal de aula, podendo incluir o desenvolvimento de projetos, investigação e estudo em nível mais avançado dos tópicos que estão sendo ensinados. Tal enriquecimento pode ser por via de oficinas de artes, e também por meio de modalidades esportivas e atividades de complementação educacional.

Três eixos temáticos desenvolvidos pedagogicamente, no Programa Integração AABB Comunidade/Fortaleza, idealizados para realidade local, desde agosto de 2003.
















METODOLOGIA
São desenvolvidos após leituras de textos, debates, pesquisas, planejamentos de aulas, (com estagiários/coordenador de Arte-Educação/coordenador pedagógico do Programa), estudos direcionados ao conhecimento prático/ teórico via oficinas artísticas; concebe-se nesses estudos (estagiário-educando) a origem do teatro, a concepção da dança; a prática teatral com o uso do corpo em exercícios de condicionamento corporal, exercícios básicos de locomoção, exercícios de conhecimento espacial, exercícios de planos de movimento, exercício de equilíbrio versus desequilíbrio, modelagem e espelho corporal, etc.

Da prática teatral ao canto coral: a voz – desenvolve-se exercícios de respiração intercostal-diafragmática, sons orgânicos, respiração e expressão corporal, exercício de emissão vocal: impostação, a pronúncia dos sons vogais e seu desenho corporal, a projeção vocal, exercícios para colocação da voz: agudo/grave, exercício de articulação etc.

Na prática teatral: interpretação e Dança – temos atividades em improvisação livre/direcionada, análise e construção do personagem/peças coreográfica, exercícios de marcação orgânica/direcional, montagens de pequenas peças, coreografias etc. Além de dinâmica grupal, visitação a museus, teatros, aborda-se também as Artes Visuais e seus elementos constitutivos, a história da arte por linguagens, a cultura visual; tudo como processo de facilitação no ensino-aprendizagem, e nas Relações Humanas, pela formação de grupos e convívio em sociedade por meio da produção, do desfrute e da contextualização em Arte.















AVALIAÇÃO
Contínua, cumulativa e via produção em artes (espetáculos temáticos por meio de linguagens artísticas). Também segue as etapas curriculares da escola assistida.

Busca-se respeitar a habilidade real do educando; além do desenvolvimento das habilidades e competências (liderança, responsabilidade, solidariedade, diálogo, etc.), onde se procura reinserir o educando num contexto social, como também visa à redução de índice da violência na escola, no bairro ou na família, a não-repetência e /ou o fracasso escolar.














No decorrer do semestre (agosto a dezembro de 2003), pôde-se perceber através de relatos de pais e professores/as em reuniões nas escolas das crianças e adolescentes assistidas pelo Programa Integração AABB Comunidade/Fortaleza, mobilização para uma mudança de comportamento mais condizente para com a família e/ou até mesmo rendimento escolar satisfatório.

A PARTICIPAÇÃO DO PARCEIRO LOCAL: PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA/SECRETARIA EXECUTIVA REGIONAL V - DISTRITO DE EDUCAÇÃO: EM RECURSOS HUMANOS














O Programa Integração AABB Comunidade (da Fundação Banco do Brasil/Federação Nacional das AABB-Fenabb), cujo parceiro local, tem a Prefeitura Municipal de Fortaleza-Secretaria Executiva Regional V,(via Distrito de Educação), e dentre muitas de suas ações no Programa, é à responsabilidade de assegurar pagamento de coordenadores (professores efetivos da rede pública municipal). Onde a contratação de demais educadores, também, se concebe a participação de estagiários (junto às universidades/instituições de ensino superior/sabe-se da escolha de alunos de cursos de artes do ensino médio (música) e de extensão (artes dramáticas)).

No entanto, cabe à Equipe de coordenadores do programa, a seleção dos mesmos e de gerenciar ações pedagógicas durante a mediação do percurso social e local do Programa.

PERFIL DO(A) PROFESSOR(A): ALUNO(A)-ESTAGIÁRIO(A) DE ARTE - PARA O PROGRAMA INTEGRAÇÃO AABB COMUNIDADE/FORTALEZA-CE














Além de “formação” em uma linguagem específica da prática em universidade, o (a) professor(a)-estagiário(a) de Arte estando no Programa, deve procurar inserir-se em outras modalidades artísticas como sujeito pesquisador da arte (ensino/aprendizagem) ou até mesmo ele (a) buscará para conhecer e/ou estudar (in)voluntariamente as quatro linguagens. Sentir-se competente em alguma área de expressão artística. Aliar-se conjuntamente com os elementos constitutivos presentes em cada modalidade; embebedar-se de embasamento e pressupostos teóricos sobre a Arte e seu Ensino no contexto atual.

Enumerei aqui abaixo, um norte de desempenho e perfil para estágio em Arte. Olhar de acordo não só com realidade local; pois é um caminho não como prontuário ou camisa de força. Mas passos de uma busca, de encontros. De acertar mesmo que esbarrar, nas incertezas de cada ser Arte-educador em processo de formação inicial/contínua.

1. Ter formação universitária, técnica e/ou ensino médio, de extensão; em uma das seguintes modalidades / linguagens artísticas:Teatro, Arte-Dramática, Artes Cênicas/Música/Dança (clássico/moderno, contemporânea e/ou folclórico)/Artes Plásticas (Artes Visuais);Estilismo e Moda.
2. Saber-fazer e dominar os elementos constitutivos da linguagem em formação; noções básicas sobre Arte-Educação em formação inicial;
3. Conhecer e saber os princípios/conceitos que regem o ensino pela Arte ou Arte-Educação, no contexto pedagógico: a produção, o desfrute e a reflexão;
4. Apresentar capacidade de entender os três momentos do processo artístico, junto às crianças e adolescentes: o fazer, o conhecer e o exprimir;
5. Desempenhar ou satisfazer o estágio com excelente qualidade, executando-o com competência e habilidade junto às crianças e adolescentes, à universidade/instituição, aos coordenadores de área e coordenador pedagógico;
6. Saber-utilizar-se adequadamente, ou a partir da orientação do coordenador de Arte, os conhecimentos teóricos e práticos da linguagem em formação, para desempenhar condizentemente com a sua função no Programa;
7. Apresentar capacidade de utilizar o tempo com atividades significativas, fazendo uso do planejamento, do plano de aula, da preparação de materiais, e ter autonomia docente em formação;

imagem: (Lúcio Leonn (coordenador em Arte-Educação e alunos/as-intérpretes de Circo-Educação)-Programa Integração AABB Comunidade/Fortaleza na Abertura do 3ª Festival de Arte das Escolas Públicas Municipais de Fortaleza-2004.





8. Apresentar e utilizar idéias novas, ter iniciativas, tomar decisões coerentes e criativas para o ensino da Arte; para o trabalho da Equipe no Programa, sob o objetivo de dinamizar e aperfeiçoar o seu estágio, as atividades contextualizadas; atender para assistir às crianças e/ou adolescentes;
9. Defender o ensino de Arte (Teatro/Dança/Música/Artes Visuais) no Programa não como forma de “recreação”, de “lazer” e nem de “divertimento”, ou seja, sem o devido contexto;
10. Demonstrar ou adquirir competências corporais, comportamentais: saber movimentar-se, colocar a voz, estar atento a tudo o que se passa, dominar a agressividade, improvisar;
11. Procurar dominar os saberes didáticos relativos ao ensino de Arte por meio da interdisciplinaridade, da transdisciplinaridade e temas transversais;
12. Demonstrar facilidade na comunicação e no relacionamento com os demais estagiários, coordenadores, comunidade assistida, e no ambiente de estágio;
13. Demonstrar interesse em progredir com abertura para o aprendizado de novos procedimentos, conceitos, novas teorias, métodos e técnicas educacionais voltadas para o campo da Arte-Educação;
14. Estar sempre disponível durante as quatro horas de estágio, para colaborar no desenvolvimento do Programa, no Planejamento por Área/Global, nas atividades direcionadas às crianças e adolescentes;
15. Efetivar o estágio com seriedade demonstrando senso de responsabilidade, sendo pontual e assíduo(a).

(DA PROBLEMATIZAÇÃO DO(A) ESTAGIÁRIO(A) EM ARTE): FORTALEZA-CE














No que diz respeito a alunos-estagiários de Arte-Educação, (como coordenador de arte-educação no programa AABB Comunidade), averigüei que, tal busca em oferecer estágio, tem-se revelado em características atípicas-como a nossa própria formação de professor de Arte ou Arte-educador não somente na cidade de Fortaleza se concentra. Isso se deve também ao contexto histórico em políticas educativas e administrativas para o campo das artes de Fortaleza-Ce.

Durante muito tempo, passei pelas mesmas conseqüências de uma não-legitimação em Arte (Teatro) por meio de cursos profissionalizantes de nossa cidade. Hoje como pedagogo/especialista em Arte-Educação tenho realmente percebido ou sentido “grandes mudanças” e, como todo professor (de Arte) em formação contínua, partido de uma INVESTIGAÇÃO e reflexão na ação; compartilho da preocupação com questionamentos relevantes para com o ensino da Arte em sala de aula.

Mas por hora, quando se refere aos estagiários dos cursos de artes (linguagens); eles não atendem a prescrição normativa do 4º SEMESTRE, isto é, para estágio-remunerado na Prefeitura Municipal de Fortaleza. É porque alunos de arte-educação (Teatro, Dança e Artes Plásticas): estão todos no 3° semestre em 2004, em cursos superiores.

Portanto, nem acolhe e não aciona a lavanca da concepção de Arte-Educação para o Programa (por carência de alunos-estagiários de Arte), pois, tais cursos se encontram em legitimação e reconhecimento junto aos órgãos educacionais de acreditação e comunidade local. Tanto que sugeri à Secretaria de Desenvolvimento e Ação Social-SEDAS, baixar uma normativa, provisoriamente, para o estágio se efetuar na Prefeitura, a partir do 3º semestre em cursos de artes: (níveis superior e médio), ao invés de 4º semestre.

Porque temos também alunos em cursos de música do ensino médio do Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará-CEFET-CE a partir do 3º semestre.
Já o Curso de Arte-Dramática da UFC (desde 1960), a carga horária total hoje, é até o 3º semestre. Analisemos abaixo, tal curso.

O também chamado, Curso Básico de Teatro, sob coordenação do Professor Gil Brandão (2008); é peça de efetiva importância no contexto artístico e cultural da comunidade fortalezense, seja pelo papel que desenvolveu antes (1960-1995), como única escola de teatro que manteve por todo esse tempo o ensino sistemático dirigido á preparação do ator, seja pela dimensão de seus espetáculos que,ou apontavam para a busca de uma nova linguagem ou no mínimo, estavam em acordes com o que de mais atual se concebia no palco.

Outro dado relevante, que diz bem a presença forte do CAD no movimento teatral da cidade até hoje (2002), é que, ao se fazer um levantamento estatístico, ficará constatado que, em sua composição, mais de 70% dos grupos de teatro, contam com atores egressos desse curso.

Outra informação importante referente ao CAD é a validade do Certificado do Curso Básico de Teatro quanto ao campo da Educação, principalmente no caso de professores de Arte, é ainda mais atípico. Isto é, “ao longo desses anos não obstante, as tantas inovações dos últimos 40 anos, ainda no dealbar da década de 1990 o Ceará não dispunha de cursos regulares para formações de professores de Arte-Educação. Tais professores eram preparados em cursos especiais promovidos pela Universidade em cursos de extensão ou equivalentes. É o caso, por exemplo, da Universidade Federal do Ceará que autorizou sua Pró-Reitoria de Extensão, a oferecer Curso Básico de Teatro, cujo certificado ensejou a oferta de professores de Arte-Educação para a escola regular de ensino fundamental da Comunidade cearense, até recentemente”.(Parecer nº: 0641/ 2.001; Aprovado em: 11.12.2001/Conselho de Educação do Ceará: Câmara da Educação Superior e Profissional; (pp.1-4)).

“O curso em apreço não é de nível superior, mas é equivalente ao curso de nível superior, enquanto exigência legal para o exercício de magistério. No caso da Arte seu reconhecimento, como certificado de proficiência profissional decorre de circunstâncias históricas de inscrição do ensino de Arte na escola sem prévia organização legal do profissional da Educação na área, que no Ceará, só foi iniciado, de 1997, para o segmento do candidato. Cabe, pois ao nosso ver (...) o direito a participar do concurso para o magistério de Arte no Ensino Fundamental”.(Ibidem, p.4/4; o grifo é meu.)

Agora a meu entender, o Curso de Arte-Dramática da UFC/CAD, assim como outras instituições de ensino de Teatro em Fortaleza (já supracitados), o Colégio de Direção Teatral-CDT (extinto em 2004), do Instituto Dragão do Mar, por exemplo, que pode ir para a 4ª turma ou o Projeto Piane (?), dando uma análise pessoal e especificando essas instituições, projetos locais; seus currículos precisam é adequar-se na própria lei vigente- (Lei de Diretrizes e Base da Educação-LDB), quanto às cláusulas legais para reconhecê-los como instituições ou escolas de ensino de teatro regular ou superior, ou quanto ao magistério. O Instituto Dragão do Mar, ainda não é reconhecido juridicamente quanto à sua certificação.

Então, eles podem cair no “obsoleto” e gerar mais dificuldades profissionais quanto à não regulamentação de ensino e aprendizagem em Arte (Teatro) para o campo formal.
No entanto, na ocasião em que chegava para a comunidade fortalezense, o Curso Superior em Artes Cênicas (2002) pelo Cefet-Ce, o Professor do CAD -(disciplina História Geral do Teatro), e também ator, Gil Brandão, explicava paralelamente em entrevista acerca do Curso de Arte Dramática-CAD, da Pró-Reitoria de Extensão da UFC, com o seguinte ponto de vista: “O CAD é um curso de formação profissional, mas não é de graduação. Ele oferece um certificado que permite que o ator tire sua carteira profissional junto aos sindicatos. Mas não dá para ser professor numa escola”, (O Povo Vida e Arte, 02.08.2002; “Vestibular para o teatro”, p.7).

Hoje 2004, o CAD possui uma carga-horária total de 960h/aula / “currículo reduzido” (compreende-se o tempo integral de três semestres com direito a estágio a partir do 2° semestre, segundo apontava na época, o Coordenador do curso, Professor Edilson Soares.

Entretanto, Brandão vai mais além quando faz referência ao Magistério. Logo para ele (ator), lecionar é “uma alternativa para que os profissionais não dependam financeiramente de atuar no cenário cearense. Falta organização dos professores e falta sensibilidade e interesse da UFC para o ensino das antes cênicas. Até hoje não temos no Ceará um curso de licenciatura ou bacharelado em teatro”, (Ibidem).
Porém, informo que, nem vai ser agora, com o curso tecnológico. Então, é sob este ponto de vista e ainda na mesma entrevista, o Coordenador e Professor do Curso Superior em Artes Cênicas do Cefet-Ce, Paulo Ess, atesta que o curso “capacita na prática, com ele o graduado pode fazer mestrado em artes, mas não é uma licenciatura. Isso, por enquanto, porque o nosso objetivo é esse”. Confirma Ess.

Em 2008, cumprindo esse ideal, tal órgão federal reorganiza seu currículo e apresenta à comunidade de Fortaleza-Ce, seu Curso em Licenciatura em Teatro.
Mas, enquanto ficarmos somente na vontade da real certificação do CAD e do Colégio de Direção Teatral, vale indagações; primeiro como aqueles artistas que não podem, ou que não conseguem viver da sua própria Arte, ou egressos destes cursos aqui apontados, ficarão num mercado de trabalho cada vez mais competitivo carente de mão de obra qualificada? Tudo bem, quanto a excelência dos mesmos. Isto não é tão discutido aqui. Porém, é mesmo contraditório. Da questão é a legitimação dentro do sistema de ensino.

Desenvolvem tais candidatos (apontados pelos cursos aqui) outras habilidades e competências, ou a não ser aquelas adquiridas pós-curso (ator, atriz, diretor, etc), que é propriamente o campo da atuação teatral, ainda sem legitimação? Acho que depende das habilidades e competências, do conhecimento prévio que possui cada candidato, pois estou tratando desse nosso contexto, quando o mundo diz-se globalizado e conseqüentemente sob tais efeitos.

Segundo, por que o Instituto Dragão do Mar, através do curso Colégio de Direção Teatral lidou apenas com a qualidade de ensino em teatro, esquecendo do prioritário, que é também da autenticidade na certificação, quanto à conclusão de curso para o mercado de trabalho?

Sabemos que a alternativa é a sala de aula, sim, digo como Arte-educador ou professor de Arte. Embora há uma sutil diferença entre ser Artista e mediador de conhecimentos artísticos, ou seja, na polivalência da disciplina de Arte por meio das linguagens: Teatro, Dança, Música e Artes Visuais, isto é tomando como base, a visão dos Parâmetros Curriculares Nacionais -PCN-Arte, (MEC-1988), ou pelo o que reza a Arte-Educação na pós-modernidade, e mais ainda, na habilidade que se tende ao Magistério. No caso do artista esta atividade pode ser muitas vezes vocacional ou apenas uma necessidade imediata.

Da realidade do Professor de Arte é desdobrar-se em sala de aula para mediar as quatro linguagens, quando ele tem muitas vezes, uma formação específica. Assim, como também o Arte-Educador precisa ir mais além, estar á frente de seu tempo, precisa ser professor-pesquisador aliando-se sempre a novos desafios profissionais.

Outra para finalizar, percebe-se por parte de muitos professores de Arte, apenas formação em uma. Além disso, não há universidades ainda co-responsáveis pela formação plenamente, ou total dos (as) professores (as). Existe uma concepção de ensino/aprendizagem para a formação artística e/ou profissional e, não ao campo docente. Aqui, abre-se exceção para o curso de Licenciatura em Música da UECE(?).

Portanto, o que temos na cidade são bons artistas de Teatro, da Dança, da Música e das Artes Plásticas. Há um sólido ensino/aprendizagem para esta formação. Mas não para a docência via curso de licenciatura. E, pelo contexto, tais profissionais vêm suprindo sim, a carência de docentes para Arte-Educação na rede pública/particular de ensino fundamental e médio da cidade de Fortaleza. No entanto, procuro indicá-los que, é preciso ensina Arte, sabendo ensinar.

Fontes consultadas:
-BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação no Brasil. São Paulo: editora Perspectiva, (1999).
- , Ana Mae. (org.) Inquietações e mudanças no Ensino da Arte. São Paulo: editora Cortez, (2002).
-BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a Arte. São Paulo: editora Ática, (2003).
LUCENA, Lúcio José de Azevêdo Lucena (Lúcio Leonn). Os Processos de Formação Teatral em Fortaleza na década de 1990: Memórias de um ator. Fortaleza: UECE/CEFET-CE. 2002; (Monografia de Especialização em Arte e Educação, 177p).
-LOWENFELD, Viktor / CABRAL, Alvaro / BRITTAIN, W. Lambert. Desenvolvimento da Capacidade Criadora. Editora Mestre Jou, (1977).
-NÓVOA, Antônio. (org.) Os Professores e sua Formação. Lisboa/Portugal: editora Dom Quixote, (1992).
-Prefeitura Municipal de Fortaleza. Secretaria de Administração do Município. Grupo Ocupacional Magistério/Avaliação de Desempenho/Estágio Probatório. Fortaleza/Ce, (2001):Adaptação minha transcritas para o Programa.

PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA - SECRETARIA EXECUTIVA REGIONAL V
DISTRITO DE EDUCAÇÃO / PROGRAMA INTEGRAÇÃO AABB COMUNIDADE/FORTALEZA-2004
FICHA DE SONDAGEM PARA ALUNOS-ESTAGIÁRIOS EM TEATRO/MÚSICA/DANÇA/ARTES VISUAIS

NOME _____________________________CURSO____________SEMESTRE__INSTITUIÇÃO/UNIVERSIDADE: _______________________________________

(¹)I. Na sua opinião, o que significa educação? E, qual sua importância na formação do Homem?
II. Para você estagiário(a), quais as qualidades fundamentais para tornar-se um(a) educador(a) social?
III. Por que você deseja participar do Programa AABB Comunidade/Fortaleza?

IV. Tomando por base a especificidade do seu curso, como você pretende contribuir para o bom andamento do referente Programa/Projeto?

((¹)colaboração prof. Henrique Gomes de Lima)

*FICHA DE SONDAGEM PARA ALUNOS-ESTAGIÁRIOS EM TEATRO
Com base nos seus conhecimentos sobre Arte-Educação, circule a alternativa que você considera correta.

1ª) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) Nº 9.394/96, estabelece em seu artigo 26, parágrafo 2º: “o ensino de Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. Portanto, com vistas de assegurar o ensino de Arte qual item, que os PCN-Arte NÃO reconhece como campo conceitual.
A) produção
B) fruição (desfrute)
C) reflexão
D) manifestação

2ª) O processo de ensino visa alcançar determinados resultados em termos de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores sociais. Tendo por base esta afirmação, é correto afirmar que esse processo tem um caráter:
A) intencional e sistemático C) seletivo e casual
B) unilateral e planejado D) afetivo e comparativo

3ª) Segundo as educadoras Fusari e Ferrraz em “Arte na Educação Escolar” a compreensão dos significados da Arte pode ser vista em três definições tradicionais.
A) A Arte como fluir, produzir e conhecer
B) A Arte como fazer, como conhecer ou como exprimir
C) A Arte como conhecer, como exprimir, como produzir
D) A Arte como exprimir, como conhecer, como sentir

4º) São elementos constitutivos do teatro:
A) formas, cores, e textura
B) personagens, espaço, texto e cenário
C) ritmo, movimento e intensidade
D) personagem, figurino, palco e texto

5ª) No teatro, ao buscar soluções criativas e imaginativas na construção de cenas, os alunos afinam a percepção sobre eles mesmos e sobre situações do cotidiano. São conteúdos do teatro:
I. participação em improvisação.
II. criação de cenas escritas ou encenadas.
III. experimentação na adaptação de textos
São afirmativas verdadeiras:
A) apenas I e II C) apenas I e III
B) apenas II e III D) I, II e III

*FICHA DE SONDAGEM PARA ALUNOS-ESTAGIÁRIOS EM MÚSICA
Com base nos seus conhecimentos sobre Arte-Educação, circule a alternativa que você considera correta.

1ª) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) Nº 9.394/96, estabelece em seu artigo 26, parágrafo 2º: “o ensino de Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. Portanto, com vistas de assegurar o ensino de Arte qual item, que os PCN-Arte NÃO reconhece como campo conceitual.
A) produção
B) fruição (desfrute)
C) reflexão
D) manifestação

2ª) O processo de ensino visa alcançar determinados resultados em termos de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores sociais. Tendo por base esta afirmação, é correto afirmar que esse processo tem um caráter:
A) intencional e sistemático C) seletivo e casual
B) unilateral e planejado D) afetivo e comparativo

3ª) Segundo as educadoras Fusari e Ferrraz em “Arte na Educação Escolar” a compreensão dos significados da Arte pode ser vista em três definições tradicionais.
A) A Arte como fluir, produzir e conhecer
B) A Arte como fazer, como conhecer ou como exprimir
C) A Arte como conhecer, como exprimir, como produzir
D) A Arte como exprimir, como conhecer, como sentir

4º) São elementos estruturantes da Música:
A) letra, melodia e andamento
B) acordes, letras, e ritmo
C) tonalidade, timbre, andamento e ritmo
D) tonalidade, ritmo, letra e melodia.

5ª) Quanto à classificação dos instrumentos, circule a opção FALSA.
A) instrumentos ideofônicos são aqueles que vibram por si mesmos
B) membranofones são aqueles que o som resulta de vibração
C) cordofones aqueles que vibram através de corda distendida
D) aerofones são os que sopram em virtude da passagem do ar por tubo, soprado.

*FICHA DE SONDAGEM PARA ALUNOS-ESTAGIÁRIOS EM DANÇA
Com base nos seus conhecimentos sobre Arte-Educação, circule a alternativa que você considera correta ou conforme o enunciado da questão.

1ª) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) Nº 9.394/96, estabelece em seu artigo 26, parágrafo 2º: “o ensino de Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. Portanto, com vistas de assegurar o ensino de Arte qual item, que os PCN-Arte NÃO reconhece como campo conceitual.
A) produção
B) fruição (desfrute)
C) reflexão
D) manifestação

2ª) O processo de ensino visa alcançar determinados resultados em termos de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores sociais. Tendo por base esta afirmação, é correto afirmar que esse processo tem um caráter:
A) intencional e sistemático C) seletivo e casual
B) unilateral e planejado D) afetivo e comparativo

3ª) Segundo as educadoras Fusari e Ferrraz em “Arte na Educação Escolar” a compreensão dos significados da Arte pode ser vista em três definições tradicionais.
A) A Arte como fluir, produzir e conhecer
B) A Arte como fazer, como conhecer ou como exprimir
C) A Arte como conhecer, como exprimir, como produzir
D) A Arte como exprimir, como conhecer, como sentir

4º) São elementos estruturantes da Dança:
A) ritmo(música), tipos e níveis de movimentos/partitura, um tema coreográfico e indumentária
B) ritmo, música e movimento
C) andamento e ritmo
D) tonalidade, ritmo, letra e melodia.

5ª) Segundo alguns especialistas em dança podemos classificá-la basicamente em três categorias, circule a opção abaixo que não corresponde a nenhuma delas
A) erudita (balé) C) popular
B) folclórica D) espontânea (comum)/dramática

*FICHA DE SONDAGEM PARA ALUNOS-ESTAGIÁRIOS EM ARTES VISUAIS
Com base nos seus conhecimentos sobre Arte-Educação, circule a alternativa que você considera correta.
1ª) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) Nº 9.394/96, estabelece em seu artigo 26, parágrafo 2º: “o ensino de Arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. Portanto, com vistas de assegurar o ensino de Arte qual item, que os PCN-Arte NÃO reconhece como campo conceitual.
A) produção
B) fruição (desfrute)
C) reflexão
D) manifestação

2ª) O processo de ensino visa alcançar determinados resultados em termos de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores sociais. Tendo por base esta afirmação, é correto afirmar que esse processo tem um caráter:
A) intencional e sistemático C) seletivo e casual
B) unilateral e planejado D) afetivo e comparativo

3ª) Segundo as educadoras Fusari e Ferrraz em “Arte na Educação Escolar” a compreensão dos significados da Arte pode ser vista em três definições tradicionais.
A) A Arte como fluir, produzir e conhecer
B) A Arte como fazer, como conhecer ou como exprimir
C) A Arte como conhecer, como exprimir, como produzir
D) A Arte como exprimir, como conhecer, como sentir

4º) São elementos constitutivos das Artes Visuais:
A) movimento, desenho e composição
B) desenho no espaço, ritmo e movimento
C) linhas, formas, cores e texturas
D) linhas, desenho no espaço, cores e movimento

5ª) O conjunto de idéias filosóficas com o qual se procede a uma análise, investigação ou especulação a respeito da Arte ou da beleza, denomina-se:
A) poética C) estética
B) semântica D) hermenêutica

*Fonte de pesquisa adaptada: Secretaria de Educação Básica do Ceará-SEDUC-2000/ Ensino Fundamental e Médio/ Universidade Estadual do Ceará-UECE-2003.

Obs: Nenhuma questão abordada aqui tem caráter de eliminação; no entanto, visam avaliar os conhecimentos teóricos e práticos em Arte-Educação. E, assim, possibilitar aprofundamento teórico/prático na referida área.(Coordenação em Arte-Educação/Programa Integração AABB Comunidade/ Fortaleza)

sexta-feira, 11 de abril de 2008

"Igualdade, diversidade e inclusão social do negro no Brasil: A presença negra nas artes brasileiras"

Reprodução/imagem de Francisco José do Nascimento (1839-1914): vulgo, "Dragão do Mar".
* PLANO DE AULA
Autor: Lúcio José de Azevêdo Lucena (LÚCIO LEONN)
Princípio: "Igualdade, diversidade e inclusão social do negro no Brasil"
Tema: Tema 5 - A presença negra nas artes brasileiras

Título: 

Classificação de (re)produções artísticas em âmbito nacional/regional (Ceará)- Artes Visuais

Público Alvo :
• Ens. Fund. - 6ª Ano
• Ens. Fund. - 7ª Ano
• Ens. Fund. - 8ª Ano
• Ens. Fund. - 9ª Ano
• Ens. Médio - 1ª Série
• Ens. Médio - 2ª Série
• Ens. Médio - 3ª Série
• Outros: Projeto Teatro Aplicado / Interpretação Cênica
Disciplinas:
• Arte-Educação (Artes Visuais)
• Outras: Teatro\Educação

Objetivos:
-Desenvolver a percepção para diferentes estilos artísticos e identificar a cultura afro-descendente nos estilos artísticos brasileiros;

-Conhecer para identificar os artistas cearenses afro-descendentes: história/memória/espaço;

-Perceber e classificar obras cearenses de cultura afro-descendente - seus estilos, sua contribuição e difusão no/pelo Ceará;

-Experienciar juntos aos alunos e alunas pela prática do fazer(artes visuais) e do olhar, a (re)produção de obras temáticas -seguindo a idéia e estilo de cada artista-, à contribuição pessoal do(a)aluno(a)e sua auto estima;

-Relacionar os conteúdos programáticos(linguagens-teatro-dança-música e artes visuais)presentes na disciplina de Arte-Educação do Ensino Fundamental e Médio ao tema proposto.

Arte NAÏF/ Reprodução- obra de Chico da Silva -GALO -1978.
O pintor e desenhista Francisco Domingos da Silva (CHICO DA SILVA - 1910-1985) nasceu na cidade de Alto Tejo, no Estado do Acre, em 1910 ou 1922. Começou a desenhar a carvão e giz sobre muros e paredes de casebres de pescadores, no bairro Pirambu, em Fortaleza-Ce, por volta de 1937. Vide mais Biografia \ obras - disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9894/chico-da-silva

Conceitos:
• Valorizar a comunidade negra, contribuindo para a elevação de sua auto-estima.
• Conhecer a arte negra presente na formação histórico-cultural em situação de pertencimento - nível local e nacional.
• Reconhecer a história da arte do Brasil contada, ilustrada sob perspectiva do negro em diversas situações: de contrastes/acertos e desacertos, pela Missão Artística Francesa, de artistas, entre outros grupos.
• Reconhecer a constante presença da identidade étnica racial negra nas artes brasileiras, ao encontro do ser que age, pensa e vive em sociedade.
• Valorizar a história da arte negra cearense, sua resistência e próprio estilo.
• Perceber a presença e contribuição negra, como primeiros artistas de produção(trabalhos manuais) na Era Brasil-Colônia (dependência\descolonização).
• Compreender para perceber estilos.
• Reconhecer a diversidade artística e cultural.
• Analisar e perceber/ apreciar a estética da cultura afro-brasileira.

Habilidades:
• De questionar
• De criar
• De trabalhar linguagens
• De interpretar (o mundo, as normas, os conflitos, os outros e a si mesmo)
• De criar novos pressupostos
• De se adaptar
• De retórica e jogo
• De estratégias e idéias
• De estar atento
• De entender o outro, o mundo e a si mesmo
• De conviver com a diversidade
• De falar
• De se organizar e organizar
• De trabalhar linguagens
• De agir multidisciplinarmente
• De aguçar os sentidos (ser humano, natureza e si mesmo)
• De enxergar o outro sob um ângulo diferente
• De estar atento
• De perceber a interioridade humana
• De realizar tarefas
• De criar produtos e artefatos
• De usar tecnologias
• De escrever
• De operar com lógica

Imagem reprodução: Busto Mestre Valentim
O Mestre Valentim (Valentim da Fonseca e Silva) nasceu em 1745 em Minas Gerais, provavelmente no distrito diamantino de Vila do Príncipe (atual município do Serro). Assim como o mineiro Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa), era bastardo, filho de mãe escrava, mestiço.) Saber, mais em [atualizado]: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/11/conheca-um-pouco-da-historia-de-mestre-aleijadinho.html

Valores:
• Respeito a si mesmo como sujeito-étnico-racial, - ser presente na História da Arte do Brasil.
• Reconhecimento da presença do negro em movimentos artísticos, ressaltando suas idéias, obras, períodos históricos e estilos.
• Interesse pela História da Arte Brasileira.
• Autonomia na manifestação pessoal para fazer e apreciar a arte (étnica inter-racial).
• Atenção ao direito de liberdade de expressão e preservação da própria cultura.
• Cooperação com os encaminhamentos propostos nas aulas temáticas de História e Cultura Afro-brasileira e Africana (não somente relacionados com o tema abordado).
• Disposição e valorização para realizar produções artísticas, expressando e comunicando idéias, sentimentos e percepções.
• Identificação e valorização dos artistas negros cearenses.

Recursos Didáticos :
Cartões, figuras ou imagens de reproduções de quadros artísticos que representem estilos e períodos históricos diversos.
Oficina/Prancha arte br.
Papel A4, lápis de escrever, de desenhar,estojo de caneta hidracor,régua etc.
Livros de: História da Arte Brasileira/do Ceará.
Textos e imagens históricas xerocopiadas.
Registro por meio de exercícios práticos de artes visuais (desenho/pintura).

Procedimentos: (Baixar Arquivo)
Materiais de Apoio:
Debret, Jean-Baptist \ Biografia Disponível em http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa18749/debret
Linkhttps://www.portalafro.com.br/editoria/artes/artes-plasticas/
Linkhttp://casadasafricas.org.br/wp/
Joachim Lebreton \ Missão Artística Francesa. Link: http://www.educacional.com.br/reportagens/missoes/francesa.asp

Observações:
Tal Plano de Aula consiste especificamente, o enfoque nas pinturas, imagens e desenhos da arte brasileira local e nacional - Cultura visual produzida por artistas negros, ou a partir da visão de vários artistas de pertencimento étnico racial-branca (dependência \ arte descolonial).

Outras linguagens, como: o teatro, a dança e a música, podem e/ou devem contribuir na realização e sistematização deste plano de aula, no que diz respeito às interlinguagens.

Torna-se pertinente o Estudo à Classificação de (re) produções artísticas em âmbito nacional/regional (Ceará)- em linguagem de artes visuais, tendo como parâmetro a História da Arte Brasileira.

Também pode ser adaptado às questões locais, a partir de aprendizagem e ensino da comunidade. Não  fazendo esquecer mais uma vez, é claro, o olhar na História da Arte Brasileira, seus períodos históricos e estilos.

Referência Bibliográfica:
A África está em nós: história e cultura afro-brasileira e africana(1º e 2º volume)- Roberto Beijamin. - João Pessoa, PB. Editora Grafset, 2004.

Arte;Luxo? Lazer? Trabalho Manual? Tarefa "Feminina"? - Sandra Regina Ramalho de Oliveira (1996)fenomenologia da Experiência Estética: uma alternativa na preparação de educadores. Dissertação de Mestrado-UFRS.

Arte, História & Produção: Arte Brasileira/ Carla Paula Brondi Calabria, Raquel Valle Martins. -São Paulo: FTD, 1997.

Imagens que falam:leitura da arte na escola- Maria Helena Wagner Rossi. - Porto Alegre:Mediação, 2003.

História da Arte. Maria das Graças Vieira Proença dos Santos. Editora Ática:2001.

Manual de apoio. Ed. Artística/volumes de, 6ª a 8ª série. Secretaria de Educação do Estado do Ceará/Fundação de Teleducação do Ceará/FUNTELC, 2001.

O Olhar em Construção. Anamelia Bueno Buoro. Editora: Cortez Editora, 2003.

Para gostar de aprender arte- Sala de aula e formação de professores.Rosa Iavelberg.-Porto Alegre:Artmed,2003.

¹Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte- 3º e 4º Ciclos do Ensino Fundamental/Arte (Volume 6),Secretaria de Educação Fundamental.-Brasília;MEC/SEF,1997.

²Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (Ensino Médio): Parte II - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Conhecimento de Arte. Brasília:MEC/CNE, 2001.
_________________________
Curso de Extensão/Formação em História e Cultura Afro-Brasileira e Africana ((*)1ª parte 2005 / 2ª parte 2007). Realização: Ágere Cooperação em Advocacy. Apoio: Ministério da Educação-MEC. Certificação: Faculdade FINOM(Paracatu)-MG

domingo, 6 de abril de 2008

*Atividades de Orientação em direção/interpretação cênica com os atores de Fortaleza

Imagem: Curso Colégio de Direção Teatral-CDT, 1ª turma 1996-1999-Instituto Dragão do Mar.
(Por Lucio Leonn, 2002)










                                                                                                                                                                                                                                                   
                                                                                                                                      *Atividades de Orientação em direção/interpretação cênica com os atores de Fortaleza, para o Curso Colégio de Direção Teatral do Instituto Dragão do Mar, à Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia-UFBA, e o Curso Técnico para Formação de Atores da Escola de Arte Dramática-EAD/ECA-USP
Sempre que certos alunos-atores recorrem a mim, como forma de pedido pessoal e profissional na orientação do trabalho de ator (conjunto de interpretação cênica ou direção) seja por meio de exames ou audição para concorrer uma das vagas aos Cursos de Teatro, Direção ou Arte-Dramática, simplesmente, não sei dizer, não. E este meu “não” vem respaldado nas razões abaixo:

primeiro, é uma das possibilidade de pôr em prática, fixar meus conhecimentos apreendidos via cursos e oficinas. E, segundo, é compartilhando que acredito eu ter esvaziamento do tal saber absorvido. Digo um vazio para depois preenchê-lo de outras informações, algo acerca do universo teatral. Logo, todo conhecimento é dinâmico, e assim tem sido o nosso contexto social.

Costumo filosofar com o seguinte pensamento: se você não esvazia tal conhecimento apreendido, maturado, pode-se chegar ao momento de uma explosão extremamente egoísta. Isto é, no sentido de reter saberes, revelar puro comodismo pessoal. Esse saber-ser precisa está circulando, mas também ser útil como forma de aprendizagem.

















Imagem (Gabriel Castro e Paula Yemanjá)reprodução "O Destino à Deus Pertence", de Ricardo Bessa,CURSO PRINCIPIOS BÁSICOS DE TEATRO. Direção PAULO ESS,(1998): Breve orientação em interpretação cênica de atores/atrizes, Lúcio Leonn.


Portanto, somente dominar tal assunto ou técnica e não saber como conduzir didaticamente tal conhecimento também é uma barreira. Não podemos nos ausentar da linha horizontal que deve unir sempre o professor e o aluno, pois ela é responsável pela busca de instrução mediadora de saberes, valores e atitudes. Aqui, revelo meu lado de educador. Embora existam certos educadores que não sabem dominar o tal mecanismo do processo ensino-aprendizagem, fazem até vigorar o velho sistema de ensino tradicional de nossas escolas ou métodos arcaicos de teatro. Diante de tais dados, percebo que, na realidade, o profissional das artes cênicas, como sujeito mediador do conhecimento, necessita de um parâmetro no campo da didática, na organização de um currículo que atenda tais princípios norteadores do saber ser professor/orientador de teatro no contexto atual.

Imagem (Lucas Sancho) reprodução/espetáculo "Linha Férrea", de Tercia Montenegro, direção Lucas Sancho -Grupo Cabauêba, (produção de 2004): também orientação em interpretação cênica de atores/atrizes, Lúcio Leonn.

Assim, esvaziando aprendizagem na busca de re-aprendizagem pessoal e profissional, tenho sido procurado e indicado para orientar jovens atores e atrizes que revelam extremo interesse em cursar teatro seriamente.

Tenho sempre aceitado esses desafios e faço tudo o que posso para orientá-los na busca de vagas nas universidades ou em cursos das artes cênicas.Como o candidato está mais familiarizado com a cena que deseja representar, não interfiro em sua escolha.Peço suas impressões acerca do texto a partir da leitura completa da obra do autor da análise das unidades de cena da situação dramática onde o personagem exibi-se por estar em mais evidência cênica, etc.

Sigo, então, para análise ativa do texto (cena escolhida), junto com o aluno-ator, e somente, a partir de estudos anteriores e individuais do candidato, adentro com intervenções. Apenas depois de instalado tal aluno-ator na situação dramática (onde vive a personagem), ou também num elemento de cena (cadeira, mesa, adereços, etc), é que o encaminho para improvisação livre, a marcação orgânica, o levantamento de cenas, pondo em prática tal concepção cênica.

Ora trabalho a divisão circunstancial em pequenas unidades de cenas, ora respeito o estilo do autor da obra encenada. Nada, então, nos é definitivo, pois precisamos de tempo e de ensaio para tomar uma "forma" e então se tornar teatro-vivo.

Para concluir este trecho do trabalho tentei demonstrar, acima, quais as ferramentas teórico-práticas que costumo utilizar nas atividades de direção para testes em audição de atores/atrizes. Já quanto à interpretação, ela costuma ser meticulosa, instigante ou "enfadonha", na busca de gestos certos, da inflexão vocal, da presença do corpo do ator na partitura física da personagem, etc.


Cena de, "Os Bobos" - orientação em interpretação e expressão corporal cênica de atores/atrizes, por Lúcio Leonn. Espetáculo "Simulacro: Uma História Sequestrada...." (1992) Theatro José de Alencar. Foto: Nely Rosa. Acervo Jorge Luis Viana - 1º espetáculo do Curso Princípio Básicos de Teatro/originário da Oficina O Ator o Tempo e o Espetáculo.

Portanto, a descrição acima indicada como processo não se revela por completa, também não é nenhuma receita a ser seguida. Mas mostra um caminho de possibilidades, porque tem funcionado à minha maneira, por meio de ações reflexivas/teóricas e práticas como professor-ator em intercambiar tais procedimentos teatrais.Esse esquema possibilitou a seleção de alunos-intérpretes em todas as turmas do Curso Colégio de Direção Teatral desde a sua 2ª fase(1998) até ao ano de 2002. Como também ao curso de teatro da Universidade Federal da Bahia-UFBA e Escola de Arte Dramática-EAD/USP. Por sinal, duas escolas de referência na formação do ator brasileiro. Assim, comprovo em registro abaixo:

A princípio, para seleção na fase para a turma do Curso Colégio de Direção Teatral (1998), as orientações no trabalho de direção/interpretação possibilitou e resultou na seleção de duas vagas para os seguintes alunos-intérpretes:

-William Mendonça-Texto: "Gota d'água", de Chico Buarque de Holanda e Paulo Pontes;
-Nádia Aguiar-Texto: A "Falecida", de Nelson Rodrigues.

Em seguida, na seleção para a 1ª fase da turma do Curso Colégio de Direção Teatral (1999), também conquistaram vagas (04) quatro alunos-atores:

-Davidson Caldas Miná-Texto: "O Santo e a Porca", de Ariano Suassuna;
-Rodrigo Frota/Benígna Soares-Texto:"Perdoa-me por me traíres", de Nelson Rodrigues;
-Eduardo Lopes-Texto: "Bagana", de Rui Carneiro.

Rendeu-nos frutos nas atividades de seleção para alunos-intérpretes, na fase da turma do Curso Colégio de Direção Teatral (2001). Foi selecionada:

-Lívia Guerra-1º momento/ Texto: "Um Bonde Chamado Desejo", de Tennessee Williams;
-2º momento/Texto: "O Santo e a Porca", de Ariano Suassuna.

Um pouco mais longe, anos depois, no vestibular da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia-UFBA (2002.1), em Exame de Interpretação, conquistamos vaga para :

-Rodrigo Frota-Texto: "Eu, Feuerbach", de Tankret Dörst.

Da Bahia fomos a São Paulo, e, no final de 2002, por meio de seleção de candidatos ao Curso Técnico de Ator da Escola de Arte Dramática-ECA-USP, turma 2003, tivemos uma vaga representado Fortaleza-Ce:

-Lívia Guerra- 1º Etapa/ Exame de Interpretação -Texto: "Um Bonde Chamado Desejo", de Tennessee Williams;
3ª Etapa/ Exame Público de Interpretação-Texto: "Alzira Power" , de Antônio Bivar.

Vale ressaltar que a maioria dos alunos-intérpretes aqui destacados cursou Princípios Básicos de Teatro-CPB, antes de participar do Curso Colégio de Direção Teatral, comprovando, assim, na prática tais aprendizagens. Percebe-se portanto, em ambos os cursos ministrados, ou através da formação dos candidatos citados, uma coleta da soma de resultados obtidos por meio do processo ensino/aprendizagem em teatro indo muito além do nosso estado.

Concluo este trabalho consciente de que estou colaborando com as artes cênicas do Estado do Ceará e, caso não tenha citado algum curso, certamente o farei em outros registros posteriores ao lançamento desta obra. Tudo que relatei aqui é fruto de uma reflexão como aluno, ator, orientador e educador que viveu e sentiu a arte cênica de Fortaleza desde os meados dos anos 80 e toda a década de 1990.

* Parte integrante de sua pesquisa de pós-graduação, intitulada: "Os Processos de Formação Teatral em Fortaleza na década de 1990: Memórias de um ator." Fortaleza: UECE/CEFET-CE. 2002; (Monografia de Especialização em Arte e Educação, 177p).

Resenha disponível em: http://www.artenaescola.org.br/pesquise_monografias_texto.php?id_m=62

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Desfazendo a fantasia do sujeito (dançante). ‘Still acts’ em The Last Performance de Jérôme Bel”.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO MÓDULO 1: Dança contemporânea: impasses e perspectivas do Curso Dança e Pensamento - FICHAMENTO.
por Lúcio José de Azevêdo Lucena - Lúcio Leonn.
Referência
Lepecki, André. Desfazendo a fantasia do sujeito (dançante). ‘Still acts’ em The Last Performance de Jérôme Bel. –Tradução de Thereza Rocha e revisão de Frederico Paredes. Ensaio retirado da publicação BELDER, Steven de, TACHELET, Koen (ed.). The Salt of the Earth on Dance, Politics and Reality: Writins and opinions from a seminar at Klapstuk 1999. Bruxelas: Vlaams Theater Instituut, 2001. (segundo nota de roda pé, via tradutora)

(imagem, Jèróme Bel/reprodução)

Resumo
Inicialmente o texto discute e apresentam os mais (não só) recentes estudos e ensaios ou pesquisas sobre a paragem no mundo da dança (still’s acts). Antes mesmo de levantar questões e de adentrar em: The Last Performance de Jérôme Bel (criado em 1995), ou mesmo na Fifth Performance Studies Conference (1999), em Wales; o autor analisa anteriormente, as dinâmicas históricas na dança ocidental sob às luzes de críticas ou pensamentos de Rivière, Duncan, Nijinski e Paxton. Este último, ele cita e esclarece sobre o seu invento: the stand. Ainda, “desfazendo a fantasia do sujeito (dançante)”, André Lepecki, adquire seu contato e de olhar sob o pensamento reflexivo de Gil, até a paragem das práticas dançantes de coreógrafos dos anos de 1990: Yochiko Chuma. E, devido às circunstâncias sócio-políticas e da conjuntura sob a força da parada; denomina-se ato de (paragem e) resistência. Já com Seremetakis, ela faz uso da expressão “poeira histórica”; suscita-se Susan Buck-Morss em sua análise crítica sobre o ato. Ou do engajamento histórico dançante - onde mais uma vez, o autor cita o pensar de Huberman e o seu: act imobile. Boa parte do ensaio, “toma posse” e descreve detalhadamente ao leitor: a obra de Bel. Reafirma o “desconserto/desconsenso” criado entre a platéia, com seu olhar inquietante e perturbador às atitudes corporais e dançantes de seus intérpretes/Jérome Bel. Além de uma ampla discussão sobre a invenção da dança, cria-se um paradigma incessante e eloqüente no universo dançante. Logo, o texto também se contrapõe e se ajustam aos pensamentos citados de Francis Baker, a presença de Suzanne Linke, os versos de Yeats até os comentários de Phelan. Não esquecendo que agora a dança hoje, devém de um outro presente. Um olhar – dançante e transgressor, digno da contemporaneidade.


Palavras-chave
Atos (parados) na dança (still acts)
The Last Performance, by Jérôme Bel
Fenomenologia da dança
Re-invenção da dança hoje

Frases mais relevantes
(,,,) (still acts) (...) o dançarino (...) Não mais sujeito à mobilidade contínua, ele pode enlaçar o ato parado como movimento de resistência.

Relevância
Sua leitura torna se importante não só para os pensadores, estudiosos e fazedores da dança, mas, a todo um ser cognitivo e sensorial, por instigar o corpo-no-corpo, de proceder e levar a uma pesquisa sob um “novo conceito” artístico: atos (parados) na dança (still acts). O estudioso pode ter como prática diletante, o acesso descritivo a partir das narrativas e lembranças do autor (André Lepecki) ao encontrar Jèróme Bel e sua grande obra. É um estudo de caso fenomenológico e de uma escrita sobre a re-invenção da dança hoje.









Comentário
O ensaio de Lepecki discute e apontam importantes eventos na (sobre a) dança; assim como em outras décadas (com: Cage/Cunningham(imagem, abaixo/Reprodução) ou Bausch etc.). Acontecimentos estes históricos e ocorridos em meados da década de 1990: onde a dança parou por um sentido não só de vida, mas de resistência dançante. Merecem destaque e estudos acurados o caso do coreógrafo francês Jérôme Bel e seu espetáculo intitulado: The Last Performance. Sua dança suscita questionamentos e impactos do pensar e conceituar a Dança hoje. Porém, com um Dè já vu no mundo da dança moderna. Levar-nos e faz pensar seus conceitos, re/transformações e impactos sob a dança contemporânea. Como também de reorganizar a origem ou o limiar dançante do corpo de seus intérpretes. Conclama e marca um ser histórico de um tempo futuro. Logo, coloca-nos diante de Bel, critica e, nos faz perguntar ao mesmo tempo: o que é DANÇA.



Citações
“(...) na busca da ‘origem natural da dança’: de pé parada; (...) duas mãos, (...) seios, cobrindo o plexo solar (...) descobri a fonte central de todo movimento”.

“No corpo (...) todo um sistema de linhas que o inclinam para o movimento”

”The Stand: (...) tudo o que você tem que fazer é ficar de pé e relaxar (...)  você percebe que relaxou tudo o que podia, mas ainda está de pé e este ficar de pé é um bocado de micromovimentos (...) posição ereta malgrado você estar mentalmente relaxado (...) consciente de não a estar ‘fazendo’, E sua mente não está imaginando nada nem procurando por respostas, (...)

“(...) sujeito  ao introduzir fisicamente uma disjunção no fluxo da temporalidade ‘Contra o fluxo do presente’, ‘há uma parada na matéria cultural da historicidade; coisas como espaços, gestos e contos que representam a capacidade perceptiva de criação histórica elementar. A parada é o momento em que o sepultado, o descartado e o esquecido escapam para a superfície social da consciência tal como oxigênio vital. Trata-se do momento de tirar a poeira histórica’(...)”.

“(...) Finalmente alguém segue a música segundo padrões reconhecíveis daquilo que chamamos ‘dança’! Fluxo, música, corpo, presença, mulher, feminilidade, mobilidade ininterrupta, belo vestido branco  finalmente adentra-se o território do conhecido e relaxa-se com o familiar (...)”.
“(...) ‘Ich bin (cita ela, consubstanciando em Jérôme Bel) Susanne Linke’ (…)”.
“(...) Estamos em face daqueles momentos que Seremetakis chama de still acts, uma suspensão do fluxo contínuo da temporalidade pela inserção de um ‘gesto (...) que expressa a capacidade perceptiva para criação histórica elementar’ “.

“(...) fantasia ótica do sujeito (...)”

“(...) O fato da dança Ocidental moderna ser sempre remetida de volta ao bailarino é mais do que prova lógica do caráter incontornável da ecoante pergunta de Yeats, e ainda um sintoma do desejo de se ver o corpo do outro como um espelho e uma tela para seu próprio corpo re/lance(t)ante (..).”

“(...) E lá está um ato imóvel (ele não foi imobilizado, não, ele fora sempre, essencialmente imóvel), evento discreto, mas perturbador da memória... (...)”

“(...) uma dança para além do lastro de Hamlet e de uma modernidade exausta e obcecada pelo movimento(...)”

“(...) ‘O body swayed to music, O brightening glance. How can we know the dancer from the dance ?’(...)”

“(...)‘O fato da dança Ocidental moderna ser sempre remetida de volta ao bailarino é mais do que prova lógica do caráter incontornável da ecoante pergunta de Yeats, e ainda um sintoma do desejo de se ver o corpo do outro como um espelho e uma tela para seu próprio corpo re/lance(t)ante’ (...).”


“(...) Dança e dançarino acontecem para além e para trás do campo de visão. Mas enquanto o dançarino permanece invisível, a dança se mantém forçosamente no nosso campo perceptivo  nós podemos ouvi-la, sentir sua presença farfalhante atrás da tela, seguir seus indícios nas contrapartidas de movimento do tecido negro, testemunhar suas influências kinesféricas nos movimentos que os dois dançarinos visíveis, segurando a tela, têm de fazer para manter a dança escondida (...)”

“(...) Por despir a dança do dançarino, este pode ser habitado por outros passos não pré/codificados. (...), o dançarino pode reivindicar outros modos de lidar com o visível. Não mais sujeito à música, pode procurar profundamente por subtons (...)”.


O 1º módulo "Dança Contemporânea - Impasses e Perspectivas", ministrado pela Mestre em Comunicação e Cultura Thereza Rocha, aconteceu de 05 a 09 de novembro, das 19h às 22h, e 10 de novembro, sábado, de 09h às 12h. Por Lúcio José de Azevêdo Lucena - Lúcio Leonn.